Testes clínicos
Dos 19 voluntários que receberam o medicamento, a doença estabilizou-se em 11, e permaneceu assim, em média, por 113 dias
O pâncreas (em destaque): câncer no órgão tem poucas chances de cura
(Thinkstock)
Saiba mais:
Câncer de pâncreasEsse tipo de câncer é mais comum após os 50 anos de idade, e é quase duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres - e de duas a três vezes mais frequente entre fumantes. Entre os sintomas do câncer de pâncreas estão, de maneira mais comum, a icterícia (olhos e pele ficam amarelados), que pode levar à coceira pelo corpo e a casos de infecções; vômitos; perda de peso sem causa aparente; falta de apetite; dores de cabeça; sudorese; mal-estar; e uma dor abdominal que pode ser irradiada para as costas. Segundo o Inca, no Brasil, o câncer é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados e por 4% do total de mortes por câncer.
Ação – Em vez de seguir o ciclo celular natural, uma célula cancerígena amplifica a ação de dois sinais: o PLK1 e o P13K. Assim, elas conseguem se reproduzir com mais rapidez. São especificamente esses dois sinais, PLK1 e P13K, que são o foco do rigosertib: a droga é eficiente em "desligá-los", cancelando o processo.
Assim, as células cancerígenas acabam se reproduzindo em câmera lenta, perdendo velocidade de multiplicação, e acabam por morrer. Enquanto isso, as células saudáveis do órgão, que também podem acabar presas nesse método mais lento de multiplicação, conseguem passar ilesas pelo processo e sobrevivem. "O foco nas duas vias de sinalização permite uma interferência dupla na habilidade do câncer de se replicar", diz Wells Messersmith, um dos responsáveis pelo Programa de Desenvolvimento Terapêutico da Universidade de Colorado. Por impedir a replicação do câncer, a droga se mostrou eficiente em barrar a evolução da doença
Opinião do especialista
Felipe José Fernandez Coimbra
Oncologista e diretor de cirurgia abdominal do Hospital A. C. Camargo, em São Paulo
Oncologista e diretor de cirurgia abdominal do Hospital A. C. Camargo, em São Paulo
O medicamento parece ser uma alternativa interessante para o tratamento do
câncer de pâncreas. Esses tumores são agressivos e existem poucas opções
eficazes de tratamento atualmente. O estudo com o rigosertib, ainda em
fase inicial, mostrou uma taxa de mais de 50% na estabilidade da doença.
Isso significa que ele conseguiu barrar o crescimento do tumor -
reduzindo, assim, sua agressividade.
É importante frisar que o medicamento não aponta exatamente para uma
possibilidade efetiva de cura do câncer de pâncreas. Mas ele poderá ser
uma forma segura de tratamento para barrar o avanço da doença sem
agredir as células normais do corpo.
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