Mais de 800 trabalhos científicos foram apresentados no
Congresso Mundial de Osteoporose, Osteoartrose e Doenças
Osteomusculares, neste ano. A seguir, o médico lista os principais
destaques do evento.
Pacientes com doenças musculoesqueléticas são tratados por uma ampla gama de diferentes profissionais de saúde, incluindo endocrinologistas, reumatologistas, ortopedistas, geriatras, clínicos gerais ou fisioterapeutas. “Hoje, as doenças crônicas, como a osteoporose ou osteoartrite são uma das principais causas de incapacidade e de perda de qualidade de vida entre idosos. Em todo o mundo, pelo menos uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens com idade superior a 50 anos vai experimentar uma fratura devido à osteoporose. Como resultado, milhões de pessoas são afetados pela dor e pela falta de mobilidade. A longo prazo, isto acarreta em perda de qualidade de vida para o público da terceira idade”, afirma o ortopedista Caio Gonçalves de Souza, ortopedista e Doutor em Ciências pela FMUSP.
O Congresso anual é um fórum global para a apresentação das mais recentes pesquisa médicas sobre esses temas. Mais de 800 trabalhos científicos foram apresentados no Congresso neste ano. A seguir, o médico lista os principais destaques do evento:
• Suplementação de cálcio não aumenta a doença cardíaca coronária.
Os resultados de um estudo apresentado no Congresso Mundial não suportam a hipótese de que a suplementação de cálcio, com ou sem vitamina D, aumenta a doença cardíaca coronária ou o risco de mortalidade por todas as causas em mulheres idosas. O tema é motivo de pesquisa porque uma das formas de se prevenir a osteoporose é a suplementação de cálcio e vitamina D, e se buscava conhecer melhor a segurança deste tratamento. “A meta-análise mostrou que a suplementação de cálcio com ou sem vitamina D não aumenta a doença cardíaca coronária ou risco de mortalidade em mulheres idosas. Logo, a prevenção da osteoporose com estes complementos é segura para os pacientes”, informa o ortopedista.
• Adolescentes que passam muito tempo jogando on-line têm ossos frágeis e correm o risco de desenvolver osteoporose.
Adolescentes enfurnados em seus quartos jogando no computador têm os ossos mais fracos do que aqueles que apreciam o ar livre. Segundo pesquisa, meninos que passam mais tempo em frente ao computador, a consoles de jogos ou na frente da TV têm menor densidade mineral óssea do que as meninas ou do que meninos que apreciam o ar livre. Isso significa que, futuramente, enfrentarão um risco aumentado de fraturas e osteoporose. “O esqueleto cresce continuamente desde o nascimento até o final da adolescência, atingindo seu pico de massa óssea - máxima resistência e tamanho - no início da idade adulta. Além dos fatores nutricionais, a atividade física pode ter grande impacto sobre este processo”, afirma o ortopedista.
• Pesquisadores mostram o impacto da insuficiência de vitamina D sobre o risco de fratura
Um estudo apresentado no Congresso mostra que os baixos níveis da ingestão de vitamina D, a longo prazo, estão associados com maior risco de fratura entre mulheres idosas. “O estudo conclui que na amostra da população de mulheres idosas analisada, a insuficiência de vitamina D, sustentada ao longo de 5 anos, foi associada com o aumento do risco de fratura osteoporótica nos 10 anos seguintes. O que sugere que, cada vez mais, o risco de cair e sofrer uma fratura, quando você é idoso, pode ser menor se os níveis de vitamina D estiverem adequados”,
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