Cuidados especiais ao tomar medicamentos psiquiátricos
Os medicamentos psiquiátricos podem ser tomados por todo o tipo de pessoas, mas alguns grupos precisam de cuidados especiais, incluindo:- Crianças e adolescentes
- Adultos mais velhos
- Mulheres grávidas ou em vias de engravidar.
Crianças e Adolescentes
A maioria dos medicamentos utilizados
para tratar pacientes mais novos que sofrem de doenças mentais são
seguros e eficazes. No entanto existem muitos medicamentos que ainda não
foram estudados ou cuja aplicação a crianças ainda não foi aprovada. Os
investigadores não sabem até que ponto estes medicamentos podem afetar
o organismo da criança, que ainda se encontra em crescimento. Não
obstante, qualquer médico pode receitar a uma criança um medicamento que
tenha sido aprovado pela FDS sem ter em conta as indicações dadas pelo
fabricante. Isso significa que o médico pode prescrever um medicamento
que ajude o seu paciente, mesmo que esse medicamento não se encontre
aprovado para o tratamento dessa doença mental específica ou para a
idade do paciente em questão.
É por esta razão que é importante
monitorizar os mais jovens quando eles se encontram sob este tipo de
medicação. Os pacientes mais novos podem reagir de forma diferente dos
adultos, bem como apresentar efeitos secundários diferentes. Além disso,
alguns medicamentos, incluindo os antidepressivos e medicamentos para o
TDAH, contêm avisos emitidos pela FDA sobre potenciais efeitos
secundários que podem ser perigosos entre os mais jovens. Ver as seções
sobre antidepressivos e medicamentos para o TDAH para mais informações
sobre estes avisos.
São necessários mais estudos que
esclareçam de que forma estes medicamentos afetam as crianças e os
adolescentes. O NIMH tem financiado alguns estudos sobre este tópico.
Por exemplo, o NIMH financiou um estudo sobre o tratamento do TDAH em
crianças com idade pré-escolar (Preschoolers with ADHD Treatment Study –
PATS), que envolveu 300 crianças em idade pré-escolar (3 a 5 anos de
idade) diagnosticadas com TDAH. O estudo concluiu que a administração de
doses baixas do estimulante metilfenidato é segura e eficaz nas
crianças em idade pré-escolar. No entanto, as crianças nesta faixa
etária são mais sensíveis aos efeitos secundários da medicação, que
incluem uma taxa de crescimento mais lenta. As crianças que tomam
metilfenidato devem ser monitorizadas de perto.
Devem ser considerados outros tipos de
tratamento para além da medicação no que concerne os indivíduos mais
jovens com transtornos mentais. A psicoterapia, a terapia familiar,
cursos educacionais e técnicas de gestão comportamental são tratamentos
que podem ajudar qualquer pessoa que tenha de lidar com este tipo de
transtorno.
Adultos mais velhos
As pessoas mais velhas têm normalmente
mais problemas de saúde do que os outros grupos etários, pelo que tendem
a tomar mais medicamentos do que as pessoas mais novas, incluindo
medicamentos de origem natural que são prescritos e vendidos sem
receita. É por essa razão que as pessoas mais velhas correm mais riscos
de experienciar interações negativas entre medicamentos, de esquecer
doses ou de exceder doses.
As pessoas mais velhas também tendem a
ser mais sensíveis aos medicamentos. Mesmo aqueles que podem ser
considerados saudáveis reagem aos medicamentos de forma diferente,
quando comparados com indivíduos mais novos, já que os seus organismos
processam esses medicamentos de forma mais lenta. Como tal, podem ser
necessárias doses mais baixas ou menos frequentes. Por vezes as pessoas
mais velhas e que se encontram sob medicação por transtornos mentais tem experiências de problemas de memória. Um adulto mais velho pode esquecer a
sua dose regular e tomar o medicamento em excesso, ou em menor
quantidade.
Um bom método para manter os
medicamentos sob controlo é utilizar uma caixa de comprimidos dividida
por dias da semana, que pode ser adquirida em qualquer farmácia. No
início de cada semana os pacientes ou os seus cuidadores preenchem a
caixa para que seja mais fácil lembrar que medicamentos devem ser
tomados. Muitas farmácias vendem caixas para comprimidos com seções
para medicamentos que têm de ser tomados mais do que uma vez por dia.
Mulheres grávidas ou em vias de engravidar
Os estudos sobre medicamentos
psiquiátricos em mulheres grávidas são muito limitados. Os riscos são
diferentes dependendo da medicação que está a ser tomada, e a fase da
gravidez em que é tomada. Alguns estudos já revelaram que os
antidepressivos, especialmente os ISRS, são seguros durante a gravidez. É
possível que daí resultem malformações ou outros problemas, mas estes
são muito raros.
No entanto, os medicamentos
antidepressivos podem ultrapassar barreira da placenta e chegar ao feto.
Alguns estudos sugerem que a utilização de ISRS durante a gravidez pode
provocar abortos ou malformações, mas outros estudos não corroboram
estes achados. Alguns estudos observaram ainda que os fetos expostos a
ISRS durante o terceiro trimestre podem nascer com sintomas de
abstinência, como problemas respiratórios, instabilidade,
irritabilidade, problemas de alimentação ou hipoglicémia (baixo açúcar
no sangue).
A maioria dos estudos concluiu que estes
sintomas nos bebês são normalmente suaves e de curta duração, e não
foram registrados óbitos. Por outro lado, as mulheres que interrompem a
medicação antidepressiva durante a gravidez podem entram novamente em
depressão e colocarem-se a elas mesmas e ao bebê em risco.
Em 2004, a FDA emitiu um aviso contra o
uso de determinados antidepressivos no final do terceiro trimestre. Os
avisos declaram que os médicos devem retirar gradualmente os
antidepressivos a estas mulheres durante o terceiro trimestre para que o
bebê não seja afetado. Após o parto a mulher deve consultar o médico
para decidir se deve retomar a dose completa durante o período em que se
encontra mais sujeita a desenvolver depressão pós-parto. Existem
medicamentos que não devem ser tomados durante a gravidez. As
benzodiazepinas podem provocar malformações ou outros problemas nos
bebês, especialmente se foram tomados durante o primeiro trimestre.
Sabe-se que os estabilizadores do humor provocam malformações. As
benzodiazepinas e o lítio provocam hipotonia muscular nos bebês, que
nascem sonolentos e flácidos, com dificuldades respiratórias e de
alimentação.
Alguns estudos sugerem que tomar
medicamentos antipsicóticos durante a gravidez pode levar a
malformações, especialmente se forem tomados durante o primeiro
trimestre. Mas os resultados variam grandemente e dependem do tipo de
antipsicótico. Um dos mais convencionais, o haloperidol, tem sido o mais
estudado e não foi ainda associado a malformações.
Depois do parto a mulher e os seus
médicos devem monitorizar a ocorrência da depressão pós-parto,
especialmente se a medicação foi interrompida durante a gravidez. Além
disso, as mulheres que optam por amamentar sob medicação psiquiátrica
devem saber que há sempre uma pequena quantidade que passa para o leite
materno. No entanto, a medicação pode ou não afetar o bebê. Isso
depende do medicamento em si e da altura em que é tomado. As mulheres
que se encontram sob medicação psiquiátrica devem discutir com os seus
médicos os potenciais riscos e benefícios envolvidos com os seus
médicos.
As decisões que envolvem medicamentos
devem ser tomadas de acordo com as necessidades e circunstâncias de cada
mulher. O medicamento deve ser selecionado com base em estudos
científicos e deve ser tomado na menor dose possível. As mulheres
grávidas devem ser monitorizadas de perto durante toda a gravidez e
depois do parto.
boaspraticasfarmaceuticas alerta: NÃO A AUTOMEDICAÇÃO
boaspraticasfarmaceuticas alerta: NÃO A AUTOMEDICAÇÃO
Nenhum comentário:
Postar um comentário