A sugestão de que homens gays usem
medicamentos antirretrovirais como forma de prevenir a infecção pelo
HIV, divulgada semana passada pela Organização Mundial de Saúde (OMS),
mobilizou médicos e ativistas em torno do tema. A eficácia do uso
preventivo dos remédios — que, segundo pesquisas, pode reduzir em até
92% o risco de infecção — é enfatizada por especialistas que aplaudiram a
recomendação, publicada em um momento em que as taxas de infecção pelo
vírus da Aids entre gays estão atingindo altos níveis em todo o mundo.
A proposta é aprovada também por
organizações civis. Alguns militantes defendem, no entanto, que o uso
preventivo dos remédios deva ser voltado para gays em situação de maior
vulnerabilidade, como profissionais do sexo e jovens, por exemplo. A
viabilidade de colocar a proposta em prática também é motivo de
discussão, mas o Ministério da Saúde informou que vai avaliar a ideia.
“Pela primeira vez, a OMS recomenda
fortemente que os homens que fazem sexo com homens considerem tomar
medicamentos antirretrovirais como um método adicional de prevenir a
infecção pelo HIV, juntamente com o uso de preservativos”, informa a
nota. O comunicado inclui os gays em uma lista de grupos-chave a quem
não estão sendo oferecidos serviços adequados, o que muitas vezes é
relacionado à criminalização e ao estigma que essas pessoas sofrem. A
organização elenca ainda transsexuais, prisioneiros, pessoas que usam
drogas injetáveis e profissionais do sexo entre os que estão em alto
risco. Juntos, eles correspondem a cerca de metade de todas as novas
infecções pelo HIV no mundo.
Gottfried Hirnschall, chefe do
departamento de HIV da OMS, afirmou que as taxas de infecção entre
homossexuais estão aumentando novamente após 33 anos do pico da
epidemia. Haveria uma diminuição do medo da infecção entre os jovens,
devido ao acesso a medicamentos que permitem que pacientes vítimas da
Aids vivam com a doença, diminuindo a prevenção. Atualmente, jovens
homossexuais homens possuem 19 vezes mais chances de infecção que a
população em geral.
O infectologista Alexandre Barbosa, da
Faculdade de Medicina da Unesp-Botucatu elogia a sugestão da
organização: “Esse é um passo fundamental. A profilaxia pré-exposição já
se mostrou extremamente eficaz e evita em mais de 90% o risco de
infecção, quando o paciente toma o remédio todos os dias”, afirma. “A
OMS está adotando o que os Centros de Controle e Prevenção de Doenças
dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) já recomendam desde 2011”.
O médico diz que, apesar de existirem
grupos de maior risco entre os homossexuais, a abrangência da proposta
da OMS deve ter levado em conta o fato de que a prática de sexo anal,
comum entre gays, aumenta as chances de transmissão do vírus.
Para o médico e professor da UFRJ
Amilcar Tanuri, a proposta da Organização Mundial de Saúde “faz
sentido", já que há grupos em que a incidência de HIV é maior que na
população em geral. No entanto, ele chama atenção para o fato de que o
uso preventivo dos antirretrovirais pode ter efeitos contrários aos
desejados, caso seja feito de forma irresponsável: “O problema maior é
que, se os indivíduos em tratamento preventivo não tomarem a medicação
regularmente, podem se infectar e selecionar vírus resistentes à
medicação em uso e transmitir esse vírus para seus parceiros. Por isso,
temos que ter um controle sobre os indivíduos em uso preventivo destas
medicações”.
Os médicos afirmam que apesar de os
antirretrovirais para uso preventivo terem efeitos colaterais — como
problemas renais e ósseos — a incidência deles em pacientes é
baixíssima. O volume de medicamentos usados é menor do que os
recomendados na terapia regular, para soropositivos.
‘Os custos vão limitar isso’, diz ONG.
Já o diretor presidente da Associação
Brasileira Interdisciplinar de Aids (ABIA), Richard Parker, vê a
sugestão da OMS com cautela. “É importante ampliar todas as tecnologias e
técnicas de prevenção existentes, o tratamento com antirretrovirais
deve fazer parte do leque de opções para pessoas que têm práticas de
risco, mas é óbvio que os custos vão limitar o uso disso em todo o
mundo, não só no Brasil”.
Para ele, é “exageradamente otimista”
crer que o uso de antirretrovirais ganhará protagonismo na prevenção da
epidemia de HIV: “Em muitas partes do mundo, nem as pessoas já
infectadas têm acesso aos medicamentos. Ou seja, não é necessariamente
uma tecnologia que poderá ser usada amplamente como resposta à epidemia.
A camisinha continuará a ter um papel central nisso. Porém, para
pessoas que não estão usando preservativo regularmente, o remédio pode
ser muito importante”.
Militantes gays dizem apoiar o uso dos
remédios na prevenção, mas fazem ressalvas em relação à recomendação
para todos os homens que fazem sexo com homens. Beto de Jesus,
secretário para América Latina e Caribe da Associação Internacional de
Gays e Lésbicas (Ilga, na sigla em inglês), defende que a sugestão seja
precedida por um exame caso a caso: “Esse tipo de recomendação não é
para todo os homossexuais. Acho que deveria ser direcionada para pessoas
que não conseguem ter adesão ao preservativo e pessoas que são mais
vulneráveis, como profissionais do sexo e usuários de droga injetáveis”.
Já Carlos Magno Silva Fonseca,
presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais,
Travestis e Transexuais (ABGLT ) afirma que é preciso assumir que “há um
problema nessa população (homossexual)”. “Quando se falava em grupo de
risco, lutamos para não ter haver um estigma sobre essa população, mas
temos maturidade para entender que a Aids não está resolvida na nossa
comunidade”, pondera. “A infecção está aumentando nessa galera de 15 a
25 anos”.
A nota da OMS esclarece que o uso de
antirretrovirais seria uma complementação à prevenção. Segundo a
organização, isso diminuiria a incidência do HIV entre homens entre 20% a
25% e evitaria um crescimento da Aids na próxima década.
A inclusão da profilaxia pré-exposição
no Sistema Único de Saúde está sendo avaliada pelo Ministério da Saúde
por meio de duas pesquisas de campo. A previsão é que os primeiros
resultados sobre a viabilidade da oferta da terapia na rede pública
sejam apresentados em 2015.
Um comentário:
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