“Hoje estou revistando o local da
minha tortura – em pau de arara – de forma mais demorada, longa, com
peritos analisando. Cumpri uma missão histórica para o país”. A
declaração é do ex-preso político Álvaro Caldas, membro da Comissão
Estadual da Verdade do Rio (CEV-Rio) que junto a ex-presos políticos e
representantes da Comissão Nacional da Verdade (CNV) esteve nas
dependências do atual 1º Batalhão da Polícia do Exército, no bairro da
Tijuca – o antigo DOI-CODI-Rio, maior centro de tortura no período
militar, na capital fluminense.
Caldas lembrou dos testemunhos e dos documentos que comprovam a morte, naquele mesmo local, do deputado Rubens Paiva e do desaparecido político jornalista Mário Alves, fundador do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR). A visita de Caldas, de ex-presos políticos, da CNV e dos peritos aconteceu nesta 3ªfeira (ontem). Eles foram atrás de detalhes sobre as violações de direitos humanos, torturas e demais crimes ali cometidos que farão parte do relatório final da Comissão, com entrega programada até 16 de dezembro.
Além de Caldas, a CNV ouviu militantes que haviam sido presos no DOI-CODI-Rio entre 1969 e 1975, como o advogado Francisco Celso Calmon (preso em 1969), Paulo César Ribeiro (preso em 1970), Gildásio Cosenza (preso em 1975), Ana Bursztyn Miranda (presa em 1970), Vera Vital Brasil (presa em 1969) e Newton Leão Duarte (preso em 69 e em 73).
Segundo a CNV, o DOI-CODI-Rio é considerado o principal centro de tortura da ditadura militar na capital fluminense. Cerca de 48 pessoas foram mortas no local – 33 continuam desaparecidas até hoje. A CNV aponta que muitos devem ter sido levados para outros centros de tortura, como a Casa da Morte, em Petrópolis.
Nosso objetivo é apurar os fatos
“Nosso objetivo é apurar os fatos. A visita de hoje, com a presença das vítimas indicando com clareza os locais (da violação de direitos humanos) nos permitirá ter um croqui de como era a distribuição desse espaço”, afirmou Pedro Dallari, presidente da CNV. A militante Ana Miranda, que acompanhou a visita, reconheceu a área, mas contou que o local “está bem modificado, têm construções novas”.
E complementou: “alguns locais nós reconhecemos bem, como a sala roxa, os locais da geladeira (onde a temperatura variava ao extremo), o outro onde colocaram jacaré no meu corpo nu, o do fuzilamento simulado e a enfermaria, onde atendia o médico Amílcar Lobo para nos liberar de volta para a tortura”.
Segundo Dallari, com dados que provam o desvio de finalidade desses espaços – o uso das instalações militares para a tortura – as Forças Armadas poderão abrir processos administrativos para cassar a aposentadoria dos envolvidos nos crimes contra os direitos humanos. “As instalações militares não foram criadas para isso (tortura)”, enfatizou Dallari.
Após visitar o local, representantes da CNV e da CEV-Rio e os ex-presos políticos seguiram para o Hospital Central do Exército (HCE), também para uma visita de reconhecimento. Ali morreu sob tortura o militante Raul Amaro Nin Ferreira. Infelizmente, como as instalações internas do hospital foram modificadas e modernizadas, eles não puderam reconhecer os locais de tortura.
Caldas lembrou dos testemunhos e dos documentos que comprovam a morte, naquele mesmo local, do deputado Rubens Paiva e do desaparecido político jornalista Mário Alves, fundador do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR). A visita de Caldas, de ex-presos políticos, da CNV e dos peritos aconteceu nesta 3ªfeira (ontem). Eles foram atrás de detalhes sobre as violações de direitos humanos, torturas e demais crimes ali cometidos que farão parte do relatório final da Comissão, com entrega programada até 16 de dezembro.
Além de Caldas, a CNV ouviu militantes que haviam sido presos no DOI-CODI-Rio entre 1969 e 1975, como o advogado Francisco Celso Calmon (preso em 1969), Paulo César Ribeiro (preso em 1970), Gildásio Cosenza (preso em 1975), Ana Bursztyn Miranda (presa em 1970), Vera Vital Brasil (presa em 1969) e Newton Leão Duarte (preso em 69 e em 73).
Segundo a CNV, o DOI-CODI-Rio é considerado o principal centro de tortura da ditadura militar na capital fluminense. Cerca de 48 pessoas foram mortas no local – 33 continuam desaparecidas até hoje. A CNV aponta que muitos devem ter sido levados para outros centros de tortura, como a Casa da Morte, em Petrópolis.
Nosso objetivo é apurar os fatos
“Nosso objetivo é apurar os fatos. A visita de hoje, com a presença das vítimas indicando com clareza os locais (da violação de direitos humanos) nos permitirá ter um croqui de como era a distribuição desse espaço”, afirmou Pedro Dallari, presidente da CNV. A militante Ana Miranda, que acompanhou a visita, reconheceu a área, mas contou que o local “está bem modificado, têm construções novas”.
E complementou: “alguns locais nós reconhecemos bem, como a sala roxa, os locais da geladeira (onde a temperatura variava ao extremo), o outro onde colocaram jacaré no meu corpo nu, o do fuzilamento simulado e a enfermaria, onde atendia o médico Amílcar Lobo para nos liberar de volta para a tortura”.
Segundo Dallari, com dados que provam o desvio de finalidade desses espaços – o uso das instalações militares para a tortura – as Forças Armadas poderão abrir processos administrativos para cassar a aposentadoria dos envolvidos nos crimes contra os direitos humanos. “As instalações militares não foram criadas para isso (tortura)”, enfatizou Dallari.
Após visitar o local, representantes da CNV e da CEV-Rio e os ex-presos políticos seguiram para o Hospital Central do Exército (HCE), também para uma visita de reconhecimento. Ali morreu sob tortura o militante Raul Amaro Nin Ferreira. Infelizmente, como as instalações internas do hospital foram modificadas e modernizadas, eles não puderam reconhecer os locais de tortura.
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