A
gente diz que ama, mas não é paciente, mas não perdoa. Diz que ama,
declama poemas, tira foto ao por do sol, mas não faz cafuné, não beija o
lóbulo da orelha, não descobre novos gostos no corpo alheio.
Falamos
sobre o amor, mas só se tiver alguém vendo, só se tiver como
compartilhar sentimento, só se for pra falar que a gente tá bem... Ou só
se for pra culpar o modo de amar de quem está do outro lado.
A gente
diz que ama, mas tem medo do amor do outro, mas vive inseguro, vive como
gandula recolhendo o amor que é atirado aos cantos. Falamos sobre o
amor, mas não nos colocamos no lugar do outro.
Projetamos idealizações e
criamos expectativas exageradas. A gente diz que ama, mas não encara a
fila do banco junto. A gente diz que ama, mas acha que amor é só físico.
Diz que ama, mas não doa físico, alma, prazer e cosquinha.
Diz que ama,
mas não fala baixinho no pé do ouvido uma frase simples como ‘bom dia'.
Diz que ama, mas acha que amor é tudo igual, acha que todo mundo é
sempre igual.
Diz que ama, mas acha que amor é como nos livros. Diz que
ama, mas quer amar como nos filmes. Diz que ama, mas não tem vontade de
dormir de conchinha.
O amor não é só o detalhe e nem somente o todo. O
amor é o espaço entre o aprendizado e o ensinamento, entre o bom dia e o
boa noite, entre o boa noite e o bom dia, entre dizer que ama e amar de
verdade. A gente diz que ama, mas não conhece o amor. Conhece?
por Larissa Alves
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