12.12.2014

Estudo mostra que cariocas fazem menos exercícios do que a média dos brasileiros

Para compensar, no consumo de álcool e cigarro, os moradores do estado estão um pouco melhores do que o restante do país

Helio Almeida
Rio - Ao contrário do que se pensava, os hábitos saudáveis não estão em alta no Rio. Pesquisa inédita do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base em 2013, revela que os cariocas têm alimentação pior e praticam menos exercícios físicos do que a média dos brasileiros. Para compensar, no consumo de álcool e cigarro, os moradores do estado estão um pouco melhores do que o restante do país.
O Rio de Janeiro é o estado da região Sudeste onde se praticam menos atividades físicas regularmente (20%), abaixo da média nacional (22,7%). São Paulo lidera na região, com 23,5% da população que disse fazer exercícios, seguido de Minas Gerais (22,8%), e do Espírito Santo (21,4%).
Ao ser analisada por gênero, a pesquisa mostra que homens do Rio se exercitam mais do que as mulheres. Enquanto eles são 26,6%, elas somam 15,9%. Com a comparação feita no Sudeste, os homens do Rio só perdem para os de São Paulo (28,2%) e as mulheres, quem diria, para todas da região.
Bruno e a mulher, Antônia, não dispensam um churrasquinho com cerveja, comprado em ambulantes
Foto:  André Mourão / Agência O Dia
No grupo dos sedentários, estão o motorista Bruno Godin, 36 anos, e a dona de casa Antônia Pereira, 43. “Não tenho tempo para fazer exercícios, porque na minha folga eu uso pra descansar”, explica Antônia. Já Bruno é mais direto. “Gosto de comer salgados. Quanto mais sujo mais gostoso”. Quando o assunto é alimentação, o Rio é o estado onde é mais comum trocar uma das refeições por sanduíches, salgados ou pizzas. Enquanto a média nacional é de 6,6%, no Rio são 11%, bem acima da média no Sudeste, que é de 8%.
Para compensar, 40,4% do estado consomem hortaliças, 3% mais que a média nacional. Porém, o Rio ainda perde para todos os estados do Sudeste. O que não acontece com o consumo de peixe, alimento consumido por 70% da população ao menos uma vez na semana.
Mas no Rio cerca de 12% das pessoas disseram exagerar no consumo de sal, assim como beber refrigerante. Cerca de 25,6% dos entrevistados afirmaram que ingerem a bebida regularmente, acima do verificado no país, que é de 23,4%. As mulheres evitam consumir refrigerante (25,2%), mas não é muito diferente dos homens (26%).
Foto:  Arte: O Dia
Conforme o levantamento do IBGE, a falta de hábitos alimentares saudáveis, combinados ao tabagismo e ao álcool, aumenta o risco de doenças crônicas como hipertensão, diabetes e problemas do coração. De acordo com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, a pesquisa vai ajudar a direcionar nossas ações.
“Temos que tratar todas essas questões como um problema de saúde pública”, disse o titular da pasta.
Homem bebe muito mais que mulher
No país, mais de 24% da população acima dos 18 anos de idade que consomem bebida alcoólica pelo menos uma vez por semana são homens – e esse consumo é quase o triplo entre do das mulheres.
O consumo da bebida por homens também disparou no Rio. Enquanto 14,1% das mulheres consomem bebidas alcoólicas, os homens chegam a 31,8%.

O consumo de álcool também é mais frequente entre pessoas com maior número de anos de estudo. Entre os entrevistados com Ensino Superior completo, aqueles que admitiram consumo da bebida semanalmente foram 30,5% do total com esse grau de escolaridade, acima da média nacional — enquanto que entre os sem instrução ou com Fundamental incompleto essa fatia era de 19%.
A pesquisa, que ouviu 63 mil pessoas em todo o país, também mostrou que o Rio está próximo da média nacional dos que fumam cigarro. Enquanto no Brasil 14,5% da população fuma, no Rio são 12,5%, número menor entre os estados do Sudeste.
O segundo maior caso de hipertensão
Com a qualidade de vida afetada pelos péssimos hábitos, é grande o número de doenças crônicas no país. Entre os maiores casos estão a hipertensão (21,4%), o diabetes (6,2%) e os problemas cardíacos (4,2%).
O Rio é o segundo estado com o maior número de casos de hipertensão (23,9%), atrás apena de Minas Gerais (24%), e na frente de São Paulo (23%) e Espírito Santo (20,6%).

A doença afeta mais as mulheres no estado fluminense. Enquanto 21% dos homens têm hipertensão, as mulheres somam 26%. Mesmo assim, muitos têm visão positiva sobre a própria saúde.No Rio, 70,9% da população considera a saúde boa ou muito boa, porém atrás de São Paulo (71,8%) e Minas Gerais (71,6%). Contudo, 70% dos entrevistados no Rio consideram que têm saúde boa ou muito boa. Mesmo assim, no Rio são 12,5% de pessoas que fumam, próximo da média nacional, que são 14,5%.

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