De costa à costa, comunidades estão se revoltando contra o abuso policial e se unificando em torno das questões raciais que precisam entrar em debate.
Jon Queally, Common Dreams
Em cidades e comunidade ao redor
dos Estados Unidos, na noite de quinta-feira, pessoas saíram às ruas em
protestos solidários por causa de uma decisão do tribunal de não
indiciar os policiais envolvidos na morte por enforcamento de Eric
Garner na cidade de Nova Iorque, e pela questão da discriminação racial e
brutalidade policial que vieram à tona nos últimos meses.
Seguindo
a noite anterior de protestos espontâneos em algumas cidades, um grande
número de protestos organizados e comícios aconteceram na cidade de
Nova Iorque, Washington D.C., Atlanta, Boston, Chicago, Los Angeles, São
Francisco, Detroit, Pittsburgh, Minneapolis, Buffalo e dezenas de
outras grandes cidades. Demonstrações similares aconteceram em cidades
médias e comunidades menores.
Em
Manhattan, contingentes enormes de manifestantes vagaram pelas ruas,
clamando e carregando placas. Como o The New York Times reporta:
Diversos
grupos vagaram por Manhattan. Causaram o fechamento de vias na Ponte do
Brooklyn, Na rodovia West Side e nos túneis Lincoln e Holland. Os
manifestantes também se direcionaram ao terminal de balsa de Staten
Island. Dezenas de manifestantes foram presos, mas os oficiais não
forneceram maiores detalhes.
300
pessoas que caminhavam no norte de Broadway em direção à Times Square
se deitaram na Rua 34 por 11 minutos de silêncio fazendo referência ao
número de vezes que Garner foi ouvido no vídeo de sua morte dizendo que
não conseguia respirar. Os manifestantes então foram ao norte da 7a
Avenida, onde ocorreu um conflito com os policiais que estavam
bloqueando a interseção da Rua 42.
De acordo com o The Guardian:
Em
Nova Iorque o maior grupo, entre 1,500 e 2,000, foi bem mais organizado
que a noite anterior. Na quarta-feira os manifestantes pareciam apenas
vagar pelas ruas, se separando e travando o tráfico em diversas rodovias
e pontes importantes.
Em
contraste, na noite de quinta-feira uma coalizão de grupos liderou os
protestos. A polícia já havia fechado lado do Brooklyn na ponte quando
os manifestantes passaram e só tentaram romper a barreira policial uma
vez.
Os
protestos nas outras cidades provaram, como a Associated Press relatou
em sua cobertura, que a decisão do caso Garner convergiu com outros
casos de brutalidade policial e conduziu para o inicio de debate
nacional sobre raças e injustiça institucional, questões que os críticos
dizem ter sido muito ignoradas mesmo com seus o impactos históricos. AP
relata:
Mesmo
antes da decisão do caso Eric Garner ter saído, tensões racias estavam
em alta por causa da decisão do tribunal semana passada de não indiciar o
oficial branco na morte do menino negro de 18 anos Michael Brown em
Ferguson, Missouri.
Outros casos foram adicionados à mistura na quinta:
-
Na pequena cidade de Eutawville em South Carolina um ex chefe de
policia branco foi acusado de assassinato na morte de homem negro em
2011. O advogado de Richard Combs acusou os promotores de tirarem
vantagem da revolta nacional para que a policia possa obter o
indiciamento mais de 3 anos depois da morte.
-
Em Cleveland, o departamento de justiça dos EUA e a cidade chegaram a
um acordo de investigar o departamento de policia depois que
investigações federais descobriram que oficiais usavam força excessiva,
causando desconfiança profunda, especialmente entre os negros.
Semana
passada, os manifestantes tomaram as ruas de Cleveland depois de o
policial branco atirar e matar um menino negro de 12 anos que carregava
uma arma de brinquedo.
Tradução de Isabela Palhares
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