Flávio Roberto de Souza, que julga duas ações contra o réu, afirma que decisão foi para "preservar o bem"
Rio - O juiz Flávio Roberto de Souza afirmou é "absolutamente normal" andar com o carro de Eike Batista, conduta na qual foi flagrado nesta terça-feira. O titular da 3ª Vara Criminal da Justiça Federal do Rio estava dirigindo o Porsche Cayenne do empresário, que é réu em duas ações que ele julga.
A afirmação foi dada em entrevista ao jornal Folha de São Paulo. Ele justificou a decisão dizendo que é para "preservar" o bem e diz que os advogados "preferem a fofoca". "É absolutamente normal, pois comuniquei em ofício ao Detran que o carro estava à disposição do juízo. Vários juízes fazem isso. Ficou guardado em local seguro, longe do risco de dano, na garagem do meu prédio, que tem câmeras. Não foi usado, apenas levado e trazido. Nada foi feito às escuras. Está documentado", disse.
Perguntado o porquê de não ter nomeado um depositário, ele afirmou que não havia ninguém de sua confiança e que a ideia "era deixar o carro menos exposto possível."
Quando questionado se vai dirigir novamente ou se já havia feito isso com outro réu, a resposta foi não. Mas deixou claro que, se quisesse, poderia conduzir novamente o Porsche Cayenne de Eike Batista. "Ele está à disposição da Justiça. Se quiser, posso."
A defesa de Eike Batista vai levar ao conhecimento da Procuradoria Geral da República, além do presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (Rio de Janeiro), a prática de improbidade administrativa do juiz federal Flávio Roberto de Souza.
Advogados de Eike, Ary Bergher e Sérgio Bermudes pretendem ainda processar o magistrado pelo crime de peculato, cuja pena é de dois a 12 anos. Bermudes já havia afirmado, ontem pela manhã, que também fará representação contra Souza no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão disciplinar da magistratura.
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