2.24.2015

Merck concede licença para medicamento pediátrico contra HIV

Acordo permite que o medicamento 

Raltegravir seja produzido e vendido 

barato para crianças com Aids em países pobres




Criança acompanha visita de times de saúde a uma pessoa com HIV em Choongo, no Zâmbia, nesta segunda-feira; missão de empoderamento monitora pacientes que usam antirretrovirais
Foto: Darrin Zammir Lupi / Reuters
Criança acompanha visita de times de saúde 
a uma pessoa com HIV em Choongo, no Zâmbia, 
nesta segunda-feira; missão de empoderamento 
monitora pacientes que usam antirretrovirais 
Darrin Zammir Lupi / Reuters

Trenton, EUA — O laboratório Merck concedeu 
uma licença que permite que um de seus 
medicamentos para HIV seja produzido e 
vendido barato para bebês e crianças de países 
pobres atingidos pelo vírus da Aids.
O acordo, anunciado nesta terça-feira, permite 
que qualquer marca (genérica ou não) fabrique
 versões baratas do remédio Raltegravir 
(Isentress é o nome do remédio da Merck)
 para vender em 92 países pobres e de renda
média, de acordo com o Pool de Patentes de
 Medicamentos (MPP, na sigla em inglês) 
— grupo apoiado pela ONU que trabalha tentando
 fazer com que laboratórios consigam disponibilizar
 medicamentos para HIV, ainda protegidos por patentes,
 a um preço bem mais baixo do cobrado na Europa e nos EUA.
Nos EUA o remédio da Merck é vendido a US$ 1,350
 por mês e, pelo acordo, custará entre 47% e 87% 
mais barato que isso. 
Agora, o MPP está começando a procurar, on-line, 
fabricantes capazes de produzir o remédio nos 
países pobres, onde a patente está ativa até 2022.
Cerca de 98% das crianças atingidas pelo HIV, 
segundo levantamento do MPP, vivem na Índia, 
África do Sul e outros países em desenvolvimento, 
tendo na maioria das vezes nascido com o vírus. 
Poucos medicamentos são aprovados para uso em 
crianças menores de 3 anos, mas o Raltegravir pode 
ser usado em crianças de até 4 anos.
— Sem a terapia antirretroviral, 50% das crianças 
com HIV/Aids morrem aos 2 anos, e 80%, aos 5 anos 
— disse em nota a coordenadora da política da Aids 
nos EUA, Deborah Birx.
Dois meses atrás, o MPP consegiu uma licença
 parecida com o laboratório AbbVie, permitindo 
o uso de versões baratas de Lopinavir e Ritonavir,
 drogas para HIV em crianças, comercializadas com 
o nome de Aluvia e Kaletra.


O Globo

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