7.12.2011

Um dos principais fabricantes de antiretrovirais a empresa Gilead Science dividirá os direitos de propriedade intelectual de seis medicamentos,

LONDRES - A Gilead Sciences, uma das principais fabricantes de remédios contra o HIV, dividirá os direitos de propriedade intelectual de seis medicamentos, também usados contra hepatite, num pool de patentes elaborado para tornar os tratamentos mais acessíveis para os pacientes mais pobres. O grupo com sede na Califórnia é o primeiro a assinar o novo Pool de Patentes de Remédios, cujos idealizadores agora esperam pela adesão de outras companhias.
Ellen 't Hoen, diretora-executivo do pool, disse que estava negociando os termos para fechar negócio com a ViiV Healthcare, uma joint venture formada por GlaxoSmithKline e Pfizer, assim como com Bristol-Myers Squibb, Roche, Boehringer Ingelheim e Sequoia Pharmaceuticals:
- Não se trata de uma iniciativa isolada. Todo o campo está mudando. Outras seguirão.
Cerca de 33 milhões de pessoas no mundo têm o vírus HIV. A maioria vive na África e na Ásia, onde os remédios têm que ser muito baratos para facilitar a aquisição.
O Pool de Patentes de Remédios, lançado pela Unitaid e financiado por uma taxa cobrada na venda de passagens aéreas, tem como objetivo resolver este problema criando um sistema para os portadores das patentes liberarem tecnologia para produtores de genéricos mais baratos em troca de royalties modestos.
Com outras empresas aderindo à iniciativa, os os países pobres poderão poupar mais de US$ 1 bilhão por ano em custos de remédio. Mas é provável que o fluxo de receitas para a Gilead e outros detentores de patentes seja pequeno, já que os preços dos medicamentos genéricos na África podem ser equivalente a apenas 1% ou 2% dos cobrados em países de alta renda.
A decisão da Gilead e de outras companhias de colaborar com a Unitaid marca uma evolução no pensamento das grandes indústrias farmacêuticas. Dez anos atrás, diversas companhias processaram a África do Sul pela legislação aprovada pelo ex-presidente Nelson Mandela e que favoreceu genéricos.
O Globo

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