7.15.2013

Nota vermelha para conservação das escolas do Rio


Cada vez mais unidades estão em situação precária, diz TCM


Christina Nascimento
Rio - Relatório do Tribunal de Contas do Município (TCM-RJ) revelou que aumentou no ano passado, em relação a 2011, o número de escolas do Rio em condições ruins e diminuiu o das que estão em situação boa. A rede tem 1.074 unidades. Para a análise, foram feitas visitas em 195. O resultado indica que 25,64% foram consideradas precárias e 14,35% razoáveis com risco. A prefeitura diz que já solucionou 75% dos 1.363 problemas apontados no documento, e que o restante está em fase de solução.



Na escola Zélia Braune, no bairro Jardim América, na Zona Norte, muros estão em péssimas condições
Foto:  Estefan Radovicz / Agência O Dia


Em relação a 2011, houve um acréscimo de 5,64% no número de unidades consideradas precárias e uma queda de 8,91% de unidades consideradas boas. Outros 43,07% dos colégios foram qualificados como razoáveis e apenas 15,89% estão em condições boas. Em 20,51% não há sequer equipamentos de incêndio. Torneiras e vasos quebrados, lâmpadas queimadas, infiltrações, fiação exposta e reboco que ameaça cair são retratos de como algumas escolas foram encontradas pela equipe de técnicos do TCM.
“Várias unidades visitadas apresentavam sérios problemas em seus quadros de energia, necessitando, urgentemente, de revisão em toda a parte elétrica”, diz um trecho do relatório. Na lista das precárias estão, por exemplo, as escolas Brant Horta (Penha Circular), República Argentina (Vila Isabel), João Kopke (Piedade), Herbert Moses (Jardim América), Rosa da Fonseca (Vila Militar), Venezuela (Campo Grande) e Visconde de Porto Seguro (Sulacap).
RISCO DE ATROPELAMENTO
Para a dona de casa Neuza Marina da Silva, 43 anos, que tem duas filhas, de 5 e 10 anos, no colégio municipal República do Líbano (Vigário Geral), a falta de estrutura não é novidade. “Tem telha quebrada, o banheiro das crianças está ruim, o portão para a entrada dos alunos não funciona. Eles entram junto com os carros. Qualquer dia, uma criança pode ser atropelada”, afirma.

Quadras de esportes em mau estado
Apesar de a maioria das escolas visitadas ter quadra esportiva, 37,2% estavam em condições precárias para uso. Os números têm aumentado a cada ano. Em 2008 eram 11,3%; em 2009, 19,3%; em 2010, 22,5%; e, no ano passado, 28,3%. Na inspeção deste ano, também foi constatado que 7,6% apresentavam risco, além da precariedade.

O relatório aponta a falta de um trabalho constante de conservação. Um dos trechos diz: “A falta de manutenção das quadras faz com que aquelas que hoje apresentam boas condições de uso em poucos anos tornem-se precárias e até impraticáveis”. Em 2012, as quadras consideradas boas para a prática esportiva foram 36%. E as razoáveis, 16,5%.




Em Vigário Geral, pichações e portão quebrado
Foto:  Estefan Radovicz / Agência O Dia


Construção e reformas
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação informou que atua em sintonia com o TCM para intervir em eventuais problemas de estrutura nas unidades. A secretaria diz ainda que, para cumprir a meta de colocar 35% dos alunos em turno único até 2016, com sete ou oito horas de aula, a prefeitura vai investir R$ 1,5 bilhão na construção, reforma e ampliação de unidades.

A previsão para 2015-2016 é de 99 novas escolas e de 80 em obras. Desde 2009, foram construídos 108 Espaços de Desenvolvimento Infantil e 13 escolas, reformadas 22 unidades e reconstruídas 17.


 

Um comentário:

Antonio Celso da Costa Brandão disse...

Nota boaspraticasfarmaceuticas: Acredito que relatório do TCM esteja certo (porque as nossas escolas não tem conservação), mas sempre devemos ter uma certa precaução tanto ao TCM quanto ao TCE que são orgãos aparelhados politicamente, onde os seus membros foram indicados por politicos que aprovam ou desaprovam, de acordo com seus pares que os indicaram ao cargo as vezes vitalicio.