- Ações da Petrobras fizeram Bolsa subir mais de 3% pela manhã, mas perderam força
- Na Europa, Bolsas fecharam sem direção única após PIB mais fraco do Japão
João Sorima Neto
SÃO PAULO - As ações da Petrobras que fizeram o Ibovespa, índice de
referência da Bolsa de Valores brasileira, bater os 51 mil pontos nesta
segunda, também foram responsáveis pela perda de força do índice na
segunda metade do pregão. O Ibovespa terminou a sessão com alta de 0,85%
mantendo-se acima dos 50 mil pontos. O índice encerrou aos 50.299 e
novamente o volume negociado foi expressivo: R$ 8,6 bilhões. O índice
não ultrapassava os 50 mil pontos desde junho passado. Encerrou em alta
pelo quarto dia consecutivo, com os investidores ainda repercutindo
notícias positivas da economia chinesa, que têm impacto sobre as ações
da Vale e de siderúrgicas.
No mercado de câmbio, o dólar comercial apresentou volatilidade frente ao real, mas acabou fechando em alta. A moeda americana terminou negociada a R$ 2,284 na compra e R$ 2,286 na venda. Na máxima do dia, a divisa foi negociada a R$ 2,290 enquanto na mínima atingiu R$ 2,265. Nesta segunda, não houve intervenção do Banco Central para segurar a alta da moeda.
- Os investidores mantiveram o otimismo verificado na semana passada. Números mais positivos da economia chinesa melhoraram o humor do mercado e beneficiam empresas como a Vale. Hoje a Bolsa de Xangai subiu mais de 2% com perspectivas melhores para China. Com isso, o Ibovespa mantEVE a trajetória de alta, beneficiada também por um fluxo maior de recursos de estrangeiros no pregão, refletido no volume negociado - diz Luis Gustavo Pereira, estrategista da Futura Corretora.
Dados da BM&FBovespa mostram que os estrangeiros inverteram a posição em relação ao índice Ibovespa futuro. Eles zeraram a posição vendida (que aposta na queda do índice) e estão comprados (apostando na alta do Ibovespa). Também o saldo de investimento estrangeiro na BM&FBovespa ficou positivo em R$ 146,8 milhões até o dia 8 de agosto. No ano, até julho, o saldo de investimento estrangeiro está positivo em R$ 4,28 bilhões, após ter fechado 2012 positivo em R$ 3,30 bilhões.
As ações PN da Petrobras abriram o dia em alta e chegaram a subir 3,4% atingindo o patamar de R$ 17,66, com os investidores repercutindo o resultado da empresa. O Ibovespa chegou aos 51 mil pontos. As ações ON da empresa subiram mais de 4% na primeira metade do pregão, após o anúncio de que a empresa vai pagar dividendos adicionais de R$ 600 milhões para portadores desses papéis. Mas a euforia com a Petrobras foi encerrada durante a tarde.
Após uma entrevista da diretora da empresa, cresceram as preocupações dos analistas com a produtividade da Petrobras, além do endividamento da companhia. Se não houver outro reajuste de combustíveis este ano, a empresa terá que aumentar seu endividamento para cumprir o plano de investimentos, disse o diretor Financeiro da Petrobras, Almir Barbassa. A manobra fiscal utilizada no balanço do segundo trimestre para minimizar os efeitos da alta do dólar também acabou pesando no humor do mercado e os papéis passaram a se desvalorizar. A nova estratégia contábil tirou cerca de R$ 8 bilhões em perdas financeiras do balanço.
- Ao manipular a contabilidade para reduzir os impactos do câmbio e anunciar pagamento de dividendos, a empresa acabou trazendo preocupação ao mercado. É uma contabilidade complicada. E o endividamento da empresa é outro foco de precopação - avalia Ivan Kraiser, diretor de renda variável da Legan Asset.
Na sexta-feira, a Petrobras divulgou seu balanço referente ao segundo trimestre. O lucro líquido ficou acima do esperado pelo mercado: R$ 6,2 bilhões frente aos R$ 5 bilhões estimados. Com isso, a Petrobras reverteu o prejuízo líquido apurado no mesmo período do ano passado.
Para analistas do banco BTG Pactual, o lucro e o Ebitda (lucro antes de pagamentos de juro, amortizações, impostos) da Petrobras entre abril e junho de 2013 surpreenderam positivamente. A redução de custos também foi destaque. Mas, entre os pontos negativos, o banco também apontou o aumento do endividamento.
Entre as demais blue chips do Ibovespa, Vale PNA subiu 1,19% a R$ 31,27, ainda refletindo os números da economia chinesa. Segundo reportagem do jornal South China Morning Post, de Hong Kong, o governo chinês está "discretamente oferecendo estímulos financeiros" às principais cidades e províncias do país para apoiar as economias locais. Além disso, o relatório mensal de empréstimos da China mostrou que os bancos concederam US$ 114 bilhões em novos empréstimos em julho, superando a previsão do mercado.
Na Ásia, a Bolsa de Xangai subiu 2,4% e fechou no maior patamar desde 19 de junho, mesmo com informação de crescimento mais fraco do que o esperado da economia japonesa.
O economista da Órama Investimentos, Álvaro Bandeira, avalia que "a bateria de dados anunciados pela China trouxe a sensação de que a desaceleração econômica por lá é suave e já há sinais de que o crescimento pode voltar a acelerar um pouco".
Já os papéis da OGX Petróleo se valorizaram 8,47% a R$ 0,65, a segunda maior alta do Ibovespa. A petroleira OGX informou nesta segunda que recebeu a licença ambiental do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis)para produzir petróleo nos blocos BM-C-39 e BM-C-40, que contêm os campos de Tubarão Martelo e Rêmora, na Bacia de Campos. Tubarão Martelo foi uma das áreas negociadas pela OGX com a petrolífera Petronas, da Malásia, em maio, envolvendo a venda de 40% de dois blocos por US$ 850 milhões.
Os papéis ON da LLX Logística têm ganho de 7,84% a R$ 1,10, a terceira maior alta do pregão. A sinalização de que as empresas Vale, Gerdau, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e Usiminas estão formando um consórcio com o objetivo de comprar o Porto do Açu, ativo da LLX, empresa de logística do grupo EBX, do empresário Eike Batista, impulsiona as ações. As informações foram publicadas na coluna de Ancelmo Gois, do GLOBO. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Itaú Unibanco e Bradesco acompanham as negociações.
Os papéis PN do Itaú tiveram alta de 2,68% a R$ 30,20 e Bradesco PN se valorizaram 1,58% a R$ 28,80.
A maior alta do Ibovespa foi apresentada pelos papéis ON da construtora PDG Realty, com alta de 8,89% a R$ 1,96, enquanto a maior queda foi observada nas ações ON da V-Agro, com perda de 4,44% a R$ 3,44.
Para o estrategista da Icap Brasil, Gabriel Gersztein, o patamar de 50 mil pontos atingido pelo Ibovespa é seu valor justo. O estrategista não vê elementos, no curto prazo, que possam fazer o índice subir muito além desse nível. Gersztein vê um bom cenário para ações de empresas exportadoras, beneficiadas pela valorização do dólar e recuperação da economia global.
Juros futuros fecham em alta
As taxas futuras de juros fecharam a sessão em alta, seguindo a alta do dólar frente ao real. O papel com vencimento em janeiro de 2014 teve taxa de 8,90% frente aos 8,86% de sexta. O contrato com vencimento em janeiro de 2015 tinha taxa de 9,72% frente aos 9,60% de sexta-feira. E o contrato para janeiro de 2017 teve taxa de 10,95% ante 10,82%.
Boletim Focus prevê dólar a R$ 2,28 este ano
Os analistas elevaram a estimativa para o dólar, segundo o Boletim Focus, do Banco Central, divulgado nesta segunda. A previsão para a divisa subiu de R$ 2,25 para 2,28. Para 2014, a previsão é de um dólar a R$ 2,30.
Operadores de câmbio detectaram uma mudança na postura do Banco Central em relação ao dólar na semana passada, depois que a divisa atingiu a maior cotação dos últimos quatro anos, na quarta-feira passada, quando fechou a R$ 2,314. O BC voltou a fazer intervenções no câmbio, na quinta e sexta-feira passadas, mas quando o dólar já se desvalorizava frente ao real, seguindo movimento da divisa no exterior. Com isso, conseguiu derrubar a cotação. Em dois dias, o dólar comercial se desvalorizou quase 1,8%. Em leilões anteriores, as atuações do BC eram feitas quando a moeda americana estava em alta.
- Ao entrar no mercado com o dólar já em desvalorização frente ao real, o BC tirou a divisa da casa dos R$ 2,30 e trouxe para um patamar mais confortável. A percepção de que o BC voltará a atuar a qualquer momento, mantém a moeda na casa dos R$ 2,27 - diz o operador de uma corretora de câmbio.
Na Europa e EUA Bolsas estão sem direção única
Na Europa, as principais Bolsas encerraram sem sentido único, refletindo o PIB mais fraco do Japão. O país cresceu 0,6% no segundo trimestre ante o trimestre anterior e 2,6% em base anualizada.. Enquanto o índice Dax, da Bolsa de Frankfurt, teve alta de 0,25%; o índice Cac, do pregão de Paris, se desvalorizou 0,12% e o FTSE, da Bolsa de Londres, perdeu 0,14%.
Nos EUA, os índices continuaram devolvendo um pouco dos ganhos da semana passada. O índice S&P 500 teve queda de 0,12%; o Dow Jones se desvalorizou 0,04% e o Nasdaq ganhou 0,27%.
No mercado de câmbio, o dólar comercial apresentou volatilidade frente ao real, mas acabou fechando em alta. A moeda americana terminou negociada a R$ 2,284 na compra e R$ 2,286 na venda. Na máxima do dia, a divisa foi negociada a R$ 2,290 enquanto na mínima atingiu R$ 2,265. Nesta segunda, não houve intervenção do Banco Central para segurar a alta da moeda.
- Os investidores mantiveram o otimismo verificado na semana passada. Números mais positivos da economia chinesa melhoraram o humor do mercado e beneficiam empresas como a Vale. Hoje a Bolsa de Xangai subiu mais de 2% com perspectivas melhores para China. Com isso, o Ibovespa mantEVE a trajetória de alta, beneficiada também por um fluxo maior de recursos de estrangeiros no pregão, refletido no volume negociado - diz Luis Gustavo Pereira, estrategista da Futura Corretora.
Dados da BM&FBovespa mostram que os estrangeiros inverteram a posição em relação ao índice Ibovespa futuro. Eles zeraram a posição vendida (que aposta na queda do índice) e estão comprados (apostando na alta do Ibovespa). Também o saldo de investimento estrangeiro na BM&FBovespa ficou positivo em R$ 146,8 milhões até o dia 8 de agosto. No ano, até julho, o saldo de investimento estrangeiro está positivo em R$ 4,28 bilhões, após ter fechado 2012 positivo em R$ 3,30 bilhões.
As ações PN da Petrobras abriram o dia em alta e chegaram a subir 3,4% atingindo o patamar de R$ 17,66, com os investidores repercutindo o resultado da empresa. O Ibovespa chegou aos 51 mil pontos. As ações ON da empresa subiram mais de 4% na primeira metade do pregão, após o anúncio de que a empresa vai pagar dividendos adicionais de R$ 600 milhões para portadores desses papéis. Mas a euforia com a Petrobras foi encerrada durante a tarde.
Após uma entrevista da diretora da empresa, cresceram as preocupações dos analistas com a produtividade da Petrobras, além do endividamento da companhia. Se não houver outro reajuste de combustíveis este ano, a empresa terá que aumentar seu endividamento para cumprir o plano de investimentos, disse o diretor Financeiro da Petrobras, Almir Barbassa. A manobra fiscal utilizada no balanço do segundo trimestre para minimizar os efeitos da alta do dólar também acabou pesando no humor do mercado e os papéis passaram a se desvalorizar. A nova estratégia contábil tirou cerca de R$ 8 bilhões em perdas financeiras do balanço.
- Ao manipular a contabilidade para reduzir os impactos do câmbio e anunciar pagamento de dividendos, a empresa acabou trazendo preocupação ao mercado. É uma contabilidade complicada. E o endividamento da empresa é outro foco de precopação - avalia Ivan Kraiser, diretor de renda variável da Legan Asset.
Na sexta-feira, a Petrobras divulgou seu balanço referente ao segundo trimestre. O lucro líquido ficou acima do esperado pelo mercado: R$ 6,2 bilhões frente aos R$ 5 bilhões estimados. Com isso, a Petrobras reverteu o prejuízo líquido apurado no mesmo período do ano passado.
Para analistas do banco BTG Pactual, o lucro e o Ebitda (lucro antes de pagamentos de juro, amortizações, impostos) da Petrobras entre abril e junho de 2013 surpreenderam positivamente. A redução de custos também foi destaque. Mas, entre os pontos negativos, o banco também apontou o aumento do endividamento.
Entre as demais blue chips do Ibovespa, Vale PNA subiu 1,19% a R$ 31,27, ainda refletindo os números da economia chinesa. Segundo reportagem do jornal South China Morning Post, de Hong Kong, o governo chinês está "discretamente oferecendo estímulos financeiros" às principais cidades e províncias do país para apoiar as economias locais. Além disso, o relatório mensal de empréstimos da China mostrou que os bancos concederam US$ 114 bilhões em novos empréstimos em julho, superando a previsão do mercado.
Na Ásia, a Bolsa de Xangai subiu 2,4% e fechou no maior patamar desde 19 de junho, mesmo com informação de crescimento mais fraco do que o esperado da economia japonesa.
O economista da Órama Investimentos, Álvaro Bandeira, avalia que "a bateria de dados anunciados pela China trouxe a sensação de que a desaceleração econômica por lá é suave e já há sinais de que o crescimento pode voltar a acelerar um pouco".
Já os papéis da OGX Petróleo se valorizaram 8,47% a R$ 0,65, a segunda maior alta do Ibovespa. A petroleira OGX informou nesta segunda que recebeu a licença ambiental do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis)para produzir petróleo nos blocos BM-C-39 e BM-C-40, que contêm os campos de Tubarão Martelo e Rêmora, na Bacia de Campos. Tubarão Martelo foi uma das áreas negociadas pela OGX com a petrolífera Petronas, da Malásia, em maio, envolvendo a venda de 40% de dois blocos por US$ 850 milhões.
Os papéis ON da LLX Logística têm ganho de 7,84% a R$ 1,10, a terceira maior alta do pregão. A sinalização de que as empresas Vale, Gerdau, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e Usiminas estão formando um consórcio com o objetivo de comprar o Porto do Açu, ativo da LLX, empresa de logística do grupo EBX, do empresário Eike Batista, impulsiona as ações. As informações foram publicadas na coluna de Ancelmo Gois, do GLOBO. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Itaú Unibanco e Bradesco acompanham as negociações.
Os papéis PN do Itaú tiveram alta de 2,68% a R$ 30,20 e Bradesco PN se valorizaram 1,58% a R$ 28,80.
A maior alta do Ibovespa foi apresentada pelos papéis ON da construtora PDG Realty, com alta de 8,89% a R$ 1,96, enquanto a maior queda foi observada nas ações ON da V-Agro, com perda de 4,44% a R$ 3,44.
Para o estrategista da Icap Brasil, Gabriel Gersztein, o patamar de 50 mil pontos atingido pelo Ibovespa é seu valor justo. O estrategista não vê elementos, no curto prazo, que possam fazer o índice subir muito além desse nível. Gersztein vê um bom cenário para ações de empresas exportadoras, beneficiadas pela valorização do dólar e recuperação da economia global.
Juros futuros fecham em alta
As taxas futuras de juros fecharam a sessão em alta, seguindo a alta do dólar frente ao real. O papel com vencimento em janeiro de 2014 teve taxa de 8,90% frente aos 8,86% de sexta. O contrato com vencimento em janeiro de 2015 tinha taxa de 9,72% frente aos 9,60% de sexta-feira. E o contrato para janeiro de 2017 teve taxa de 10,95% ante 10,82%.
Boletim Focus prevê dólar a R$ 2,28 este ano
Os analistas elevaram a estimativa para o dólar, segundo o Boletim Focus, do Banco Central, divulgado nesta segunda. A previsão para a divisa subiu de R$ 2,25 para 2,28. Para 2014, a previsão é de um dólar a R$ 2,30.
Operadores de câmbio detectaram uma mudança na postura do Banco Central em relação ao dólar na semana passada, depois que a divisa atingiu a maior cotação dos últimos quatro anos, na quarta-feira passada, quando fechou a R$ 2,314. O BC voltou a fazer intervenções no câmbio, na quinta e sexta-feira passadas, mas quando o dólar já se desvalorizava frente ao real, seguindo movimento da divisa no exterior. Com isso, conseguiu derrubar a cotação. Em dois dias, o dólar comercial se desvalorizou quase 1,8%. Em leilões anteriores, as atuações do BC eram feitas quando a moeda americana estava em alta.
- Ao entrar no mercado com o dólar já em desvalorização frente ao real, o BC tirou a divisa da casa dos R$ 2,30 e trouxe para um patamar mais confortável. A percepção de que o BC voltará a atuar a qualquer momento, mantém a moeda na casa dos R$ 2,27 - diz o operador de uma corretora de câmbio.
Na Europa e EUA Bolsas estão sem direção única
Na Europa, as principais Bolsas encerraram sem sentido único, refletindo o PIB mais fraco do Japão. O país cresceu 0,6% no segundo trimestre ante o trimestre anterior e 2,6% em base anualizada.. Enquanto o índice Dax, da Bolsa de Frankfurt, teve alta de 0,25%; o índice Cac, do pregão de Paris, se desvalorizou 0,12% e o FTSE, da Bolsa de Londres, perdeu 0,14%.
Nos EUA, os índices continuaram devolvendo um pouco dos ganhos da semana passada. O índice S&P 500 teve queda de 0,12%; o Dow Jones se desvalorizou 0,04% e o Nasdaq ganhou 0,27%.
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