Governo pretende visitar 80 mil domicílios
12/08/2013
O governo lança, na manhã desta segunda-feira (12), a
Pesquisa Nacional de Saúde. De forma inédita, Ministério da Saúde e IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) pretendem medir a saúde dos
brasileiros colhendo exames de sangue e urina, para além da aplicação dos
tradicionais questionários.
A partir desta segunda, o governo pretende entrar em 80 mil
domicílios distribuídos em 1.600 cidades para reunir informações sobre hábitos
de alimentação, tabagismo, frequência de realização de exames e práticas de
atividades físicas.
Em um quarto dessa amostra, o governo quer realizar exames:
aferição da pressão; medição de peso, altura e circunferência abdominal; e
coleta de sangue e urina para a realização de exames, algo nunca feito no país
nessas proporções.
A coleta do material não é obrigatória e só será feita em
pessoas com 18 anos ou mais. O resultado dos exames será devolvido às pessoas
que participaram da pesquisa, como uma espécie de check-up.
Segundo Jarbas Barbosa, secretário de vigilância em saúde do
Ministério da Saúde, os exames servirão para dar maior precisão às estatísticas
sobre a prevalência da hipertensão, diabetes, colesterol e anemia falciforme
--hoje muito baseadas em informações prestadas pelos próprios brasileiros.
O governo também quer investigar o grau de consumo de sal no
país e testar a suscetibilidade para os quatro subtipos da dengue (como forma
de avaliar riscos de surtos em determinadas regiões e preparar o terreno para a
eventual chegada da vacina contra a doença).
O material será processado em um único local, como forma de
manter a padronização dos resultados. Essa parte ficará sob responsabilidade do
hospital Sírio Libanês.
As coletas devem ser feitas até o final do ano, e a análise
do material deve ser iniciada nos primeiros meses de 2014, segundo a Saúde.
A ideia é que o material colhido dos brasileiros fique
armazenado em um banco, disponível para comparações futuras e pesquisas de
universidades, que poderão comparar dados nacionalmente, regionalmente e
localmente e, ainda, fazer a diferenciação entre capital e interior do país.
Concluída a pesquisa, num segundo momento o ministério vai
avaliar se, eticamente, pode usar o sangue colhido para medir a prevalência do
vírus HIV na população. A pasta também estuda fazer essa aferição via outra
pesquisa (a PCAP), mais detalhada e voltada ao comportamento sexual dos
brasileiros.
Já a parte de questionários servirá para que o governo
complete uma década de questões sobre a saúde dos brasileiros; outras rodadas
foram feitas em 2003 e 2008.
Fonte: Uol
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