Genética
Pesquisa mostra que a adoção de uma dieta vegetariana acompanhada de exercícios físicos e meditação pode fazer com que o DNA no interior das células se recupere do desgaste acumulado ao longo do tempo
Os telômeros são estruturas que existem nas pontas dos
cromossomos e servem para impedir seu desgaste. Ao longo do tempo, no
entanto, eles vão diminuindo de tamanho, contribuindo para o
envelhecimento das células
(Thinkstock)
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Effect of comprehensive lifestyle changes on telomerase activity and telomere length in men with biopsy-proven low-risk prostate cancer: 5-year follow-up of a descriptive pilot study
Onde foi divulgada: periódico The Lancet Oncology
Quem fez: Dean Ornish, entre outros pesquisadores
Instituição: Universidade da Califórnia, EUA, entre outras
Dados de amostragem: 35 homens diagnosticados com câncer de próstata de baixo risco. Dez deles foram selecionados para passar por um tratamento que demandava mudanças completas em seu estilo de vida, como a adoção de uma dieta vegetariana, um regime de exercícios físicos e a prática de meditação. Os outros 25 não receberam esse tipo de instrução.
Resultado: Os pesquisadores analisaram os tamanhos dos telômeros no DNA dos indivíduos antes do tratamento e cinco anos após seu início. Nos indivíduos que mudaram de estilo de vida seu comprimento aumentou, em média, 10%. Já, entre aqueles que não passaram por nenhum tratamento, eles reduziram 3%
Os telômeros são estruturas de proteína localizados no final de cada
cromossomo. Eles fornecem uma proteção semelhante à presente nas pontas
dos cadarços. Eles costumam envolver as extremidades do DNA, ajudando a
mantê-lo estável e impedindo seu desgaste. No entanto, conforme as
células se dividem, os telômeros se tornam mais curtos e mais frágeis.
Assim, com o passar do tempo, eles se tornam menos capazes de proteger
os cromossomos e podem ser usados como uma espécie de indicador da idade
das células.Título original: Effect of comprehensive lifestyle changes on telomerase activity and telomere length in men with biopsy-proven low-risk prostate cancer: 5-year follow-up of a descriptive pilot study
Onde foi divulgada: periódico The Lancet Oncology
Quem fez: Dean Ornish, entre outros pesquisadores
Instituição: Universidade da Califórnia, EUA, entre outras
Dados de amostragem: 35 homens diagnosticados com câncer de próstata de baixo risco. Dez deles foram selecionados para passar por um tratamento que demandava mudanças completas em seu estilo de vida, como a adoção de uma dieta vegetariana, um regime de exercícios físicos e a prática de meditação. Os outros 25 não receberam esse tipo de instrução.
Resultado: Os pesquisadores analisaram os tamanhos dos telômeros no DNA dos indivíduos antes do tratamento e cinco anos após seu início. Nos indivíduos que mudaram de estilo de vida seu comprimento aumentou, em média, 10%. Já, entre aqueles que não passaram por nenhum tratamento, eles reduziram 3%
Os pesquisadores já sabem que comprimentos menores dos telômeros estão associados a um risco maior de morte prematura e doenças relacionadas com a idade, incluindo muitas formas de câncer — como o de mama, próstata, pulmão e colorretal —, doenças cardiovasculares, demência, AVC, osteoporose e diabetes.
Em seu estudo, os pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, analisaram se mudanças no estilo de vida poderiam ter influência direta no próprio tamanho dos telômeros e não só na saúde geral do corpo. Para isso, analisaram o DNA de um pequeno grupo de homens diagnosticados com câncer de próstata de baixo risco, e que não tinham sido submetidos a tratamentos convencionais como cirurgia ou radioterapia.
Dez desses homens foram selecionados para passar por um tratamento que incluía uma mudança completa em seu estilo de vida, incluindo a adoção de uma dieta vegetariana, um regime de exercícios físicos moderados, a prática de técnicas de gerenciamento de stress — como meditação e ioga — e uma maior proximidade com família e amigos. Outros 25 homens serviram como um grupo de controle, e não passaram por nenhum tipo de tratamento.
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(ThinkStock)
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TELÔMEROSSão as 'tampas' das extremidades do cromossomo, uma forma de proteção similar à presente nas pontas de um cadarço de tênis. Sempre que um cromossomo é replicado para a divisão celular, os telômeros encurtam. Esse encurtamento tem sido visto por diversos cientistas como um marcador biológico do envelhecimento, o relógio que marca a duração da vida de uma pessoa e sua condição de saúde.
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Segundo os resultados, maiores níveis de ansiedade e maior número eventos de fobia foram associados a telômeros de comprimento significativamente mais curto. “Muitas pessoas tentam entender de que maneira o stress pode acelerar o envelhecimento”, diz a coordenadora do estudo, Olivia Okereke. “Essa pesquisa é notável, pois estabelece uma conexão entre uma forma comum de stress psicológico, que é a ansiedade acompanhada de fobia, e um mecanismo plausível para envelhecimento prematuro. No entanto, precisamos de novos trabalhos para saber mesmo se é a ansiedade que provoca o encurtamento dos telômeros, ou se é o contrário”.
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