9.17.2013

Linhagem de gonorreia seria ‘pior do que Aids’

EUA querem investir US$ 53 milhões no novo tipo da doença, que ainda não tem tratamento

Cepa foi detectada em mulher no Japão e, até agora, não teria saído daquele país

O Globo

Teste de camisinhas na Malásia: uso de preservativos é fundamental para evitar DSTs
Foto: Divulgação
Teste de camisinhas na Malásia: uso de preservativos é fundamental para evitar DSTs Divulgação
Uma linhagem de gonorreia resistente a antibióticos poderia ser “pior do que a Aids”, de acordo com médicos americanos.
A gonorreia HO41 foi detectada primeiramente em uma mulher japonesa dois anos atrás. Segundo William Smith, da Coalizão Nacional de Administração de Doenças Sexualmente Transmissíveis (NSCD, na sigla em inglês), dos EUA, o “potencial para um desastre é enorme”.
- É uma situação de emergência - alerta. - E, com o passar do tempo, torna-se mais perigosa.
O HO41 ainda não provocou mortes nem foi detectado fora do Japão, mas é necessário agir desde já, de acordo com Smith.
- Este é um ponto assustador. Conseguimos combater infecções, mas esta linhagem é muito complicada e não temos nada na medicina que lutaria contra isso agora.
A nova cepa de gonorreia resiste a drogas existentes e o NCSD solicitou ao governo americano um fundo de US$ 53 milhões para estudar esta linhagem.
Segundo a coalizão, este é um caso de “se” a doença chegará aos EUA, e não “quando”. Smith ressalta que, se nenhuma providência for tomada, os custos com o tratamento poderiam chegar a US$ 780 milhões.
- Pode ser algo muito pior do que a Aids a curto prazo, porque a bactéria é mais agressiva e afetaria mais pessoas rapidamente - destaca o pesquisador Alan Christianson. - Esta cepa de gonorreia poderia provocar choque séptico e a pessoa morreria em alguns dias.
A gonorreia pode causar doença inflamatória pélvica, gravidez ectópica e infertilidade. Ela é normalmente passada por relações sexuais sem o uso de preservativos mas, se identificada em estágio precoce, seu tratamento ocorre sem transtornos.

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