9.17.2013

bactérias super-resistentes

Novo método para combater bactérias super-resistentes

  • Micro-organismos são um desafio da medicina, pois adquiriram resistência aos antibióticos hoje disponíveis


Representação de bactérias
Foto: Science Photo Library

Representação de bactérias Science Photo Library
SAN DIEGO - Um novo método pode ajudar no combate às bactérias super-resistentes, que hoje não respondem mais a antibióticos. Biólogos da Universidade da Califórnia, em San Diego, desenvolveram a técnica que foi publicada na edição online do “Proceedings of the National Academy of Sciences” (Pnas).
- Este método vai nos permitir identificar rapidamente as substâncias químicas que matam a bactéria, o que vai acelerar o desenvolvimento de novas drogas. Compreender como os antibióticos trabalham é a chave para entender como eles ganham resistência - afirmou Joseph Pogliano, professor de Biologia da Universidade da Califórnia, que coordenou o estudo.
O Centro de Prevenção e Controle de Doenças publicou em março um relatório mostrando que bactérias resistentes a antibióticos causaram infecções em quase 200 hospitais dos Estados Unidos. Na ocasião, quase metade dos pacientes morreu.
- Algumas bactérias desenvolveram resistência a todas as classes conhecidas de antibióticos, e quando estas bactérias causam infecções, elas são praticamente impossíveis de tratar. Existe uma necessidade urgente de novos antibióticos - acrescentou.
Ele explica que um dos principais problemas na identificação de novos antibióticos é a falta de compreensão de como as moléculas funcionam. A chave para essa nova abordagem, dizem os cientistas, foi a combinação de microscopia e técnicas quantitativas da biologia. Segundo o pesquisador, em questão de horas, é possível realizar o que seria uma autopsia das células bacterianas, identificando as moléculas que podem reagir com determinadas substâncias químicas.
- É fácil identificar as moléculas capazes de matar as bactérias - explicou Kit Pogliano, professora de Biologia e coautora do estudo. - A parte difícil é escolher as moléculas que são melhores para o desenvolvimento de drogas. Uma peça-chave para essa escolha é o conhecimento de como a droga funciona, mas esta informação é tradicionalmente difícil de obter, geralmente exigindo meses de trabalho intensivo. O nosso método fornece a informação em duas horas, permitindo uma priorização mais rápida de novas moléculas.
Em geral, são feitos vários ensaios bioquímicos para compreender como um antibiótico funciona. Neste caso, um único teste identifica o mecanismo provável de ação de um novo composto.
Pogliano lembra que a penicilina foi descoberta na década de 1920 e se disseminou nos anos 1940. Entretanto, as bactérias rapidamente adquiriram resistência à droga, então novas versões dela foram desenvolvidas. Desde então, uma corrida vem sendo travada para identificar novos antibióticos que fiquem um passo a frente do desenvolvimento de resistência. Em 2011, durante o surto de Klebsiella, as bactérias desenvolveram resistência até à colistina, um medicamento usado apenas em última instância devido a seus efeitos colaterais graves.

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