Pacificação pode chegar mais cedo ao Lins após confronto que vitimou subtenente na Covanca
Trezentos policiais ocuparam quatro
comunidades da região entre o Lins e Jacarepaguá por tempo
indeterminado. O subtenente Marco Antônio Gripp, 47 anos, usava a farda
preta havia 11 anos e era considerados um dos policiais mais capacitados
do Bope. O setor de Inteligência do Bope já vinha há algum tempo
monitorando a ação dos criminosos da região. Segundo os policiais, o
grupo era liderado por Claudino dos Santos Coelho, o Russão, morto
durante o confronto desta sexta.
Acusado de matar o jornalista Tim
Lopes, em 2002, ele fugiu do presídio Vicente Piragibe em fevereiro do
ano passado e se tornou o segundo na hierarquia do crime na Covanca,
além de homem de confiança de Luís Cláudio Machado, o Marreta, um dos
chefes do Comando Vermelho.
Para a polícia, Russão reuniu o bando — alguns
deles seriam ex-militares com conhecimentos de sobrevivência na selva — e
partiu para retomar a Covanca de facção rival. Montaram um acampamento
na mata do Maciço da Tijuca e era dali que a quadrilha saía para
promover assaltos nos bairros do Itanhangá, Méier e Tijuca.
Os criminosos ainda publicaram nas
redes sociais fotos do grupo armado em campo de futebol usado para
torturar desafetos. Nesta sexta, cães farejadores e helicópteros da PM
ajudaram a vasculhar a mata.
O subtenente Gripp foi baleado por
volta de 6h30, na virilha, e morreu no local. Outros dois policiais
feridos foram levados para o Hospital Salgado Filho, no Méier. Além de
Russão, outro bandido, não identificado, morreu. Cinco criminosos foram
presos e a polícia apreendeu armas, drogas e veículos.
Bom aluno e fã de motos
Considerado um dos mais capacitados policiais do Bope, o subtenente Gripp se formou em primeiro lugar na turma que deu origem ao Curso de Ações Táticas (CAT), a porta de entrada do Bope, em 1997. Antes, serviu na então Companhia de Cães e no batalhão de Friburgo, terra natal. Virou ‘caveira’ dos núcleos operacionais, mas entre uma missão e outra, fundou o Motoclube Ossos Secos, para reunir outros apaixonados por motos.
No Bope, passou pelas funções de
chefe de equipes, negociador de reféns e assessoria de comunicação do
batalhão, onde adquiriu experiência para lidar com moradores de
comunidades. Segundo colegas, levava tanto jeito para a mediação de
conflitos que passou a ser querido pelos moradores e até
garoto-propaganda das ações sociais do Bope. Gripp deixou cinco filhos. O
enterro será neste sábado em Friburgo.
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