Um dos manifestantes afirma que até armas de choque foram usadas
Rio - Policiais militares invadiram na noite
deste sábado a Câmara de Vereadores e retiraram à força os 200
professores em greve que desde quinta-feira ocupavam a Casa. Um docente
afirma que a PM usou até arma de choque para esvaziar o plenário. Do
lado de fora, bombas de gás e spray de pimenta foram jogados contra
grupo de manifestantes que tentaram impedir a ação. Ruas foram
interditadas.
Marta Moraes, coordenadora do Sepe, afirmou que a categoria vai processar o estado. “Não há liminar pra realizar essa desocupação. Não é uma decisão da Justiça. É uma ordem autoritária. Não vamos aceitar que a ditadura seja reinstalada. Vamos mostrar isso para os nossos alunos”, reclamou.
Câmara enviou ofício à PM para que fosse feita reintegração de posse.
A Polícia Militar arrombou uma porta lateral da Câmara Municipal do Rio de Janeiro
na noite deste sábado (28) para retirar os professores que ocupavam o
local desde quinta-feira (26). Os professores disseram que foram
retirados à força e, de acordo com o sindicato da categoria, cerca de 20
pessoas teriam ficado feridas. A 5ª DP (Mem de Sá) confirmou a detenção
de três manifestantes, que foram liberados ainda na madrugada.
Professores contaram à GloboNews que os policiais agiram com violência e que muitos foram empurrados, o que resultou em ferimentos nas pernas e braços.
Desta vez, os policiais não usaram balas de borracha no confonto, mas levaram um galão que expelia uma grande quantidade de gás de pimenta, segundo a GloboNews.
Cerca de 20 professores foram ao Hospital Municipal Souza Aguiar para serem atendidas. Segundo Rosilene Almeida da Silva, do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), houve excesso de truculência. Por volta das 2h, a Guarda Municipal tentou retirar as barracas de manifestantes que estavam acampados próximo à Câmara, mas recuaram, disse Rosilene.
O G1 tentou falar com a Polícia Militar para confirmar as informações, mas não conseguiu contato. Em nota, a assessoria de imprensa da PM disse que cumpriu o mandato de reintegração de posse. "O comando da PM tentou durante todo o período de ocupação uma forma de entendimento, mas não houve acordo, a PM cumpriu a determinação da Justiça."
Os policiais chegaram por volta das 21h à Câmara Municipal. A PM foi enviada depois de a casa enviar um ofício à corporação pedindo ajuda para que fosse feita a reintegração de posse. A rua teve de ser bloqueada.
“Tentamos fazer com que os manifestantes, na época, entendessem que o Legislativo não pode parar de funcionar. Hoje, não se trata de ocupação pacífica e é clara a intenção de impedir o funcionamento da casa. A Justiça já havia expedido mandato de reintegração de posse duas vezes, nos casos das ocupações da casa ocorridos anteriormente. Desta forma, a Câmara não necessita recorrer novamente à Justiça, pois possui auto-executoriedade e poder de polícia para assegurar, como determina a Constituição Federal, seu livre funcionamento”, informou, em nota, a Câmara Municipal.
Greve desde 8 de agosto
Os professores da rede municipal entraram em greve no dia 8 de agosto e, após assembleia realizada na sexta-feira (27), na Cinelândia, ao lado da Câmara Municipal, decidiram pela manutenção da paralisação e pela continuidade da ocupação do plenário.
"Entramos em greve no dia 8 de agosto por uma educação pública de
qualidade. Temos uma pauta enorme que o governo nem sequer discutiu. A
proposta enviada à Câmara prejudica a carreira de todos os profissionais
da educação", afirmou Susana Gutierrez, coordenadora regional do
sindicato. Professores da rede pública de educação votaram por
unanimidade pela manutenção da greve.
"Queremos a retirada desse projeto de plano de cargo do prefeito. Ele formulou a proposta de forma individual, não houve a discussão com o sindicato, apesar de ele ter se comprometido a fazer esse debate com a direção do sindicato antes de encaminhar para a Câmara. De posse desse conteúdo, verificamos que esse plano não aponta para uma valorização da categoria", afirmou a coordenadora do sindicato Ivanete Conceição.
“Chegaram batendo, nos arrastaram
para fora, senhoras foram esmagadas. Vi muitos colegas caídos, atingidos
por armas de choque. Se a PM disser que reagimos, é mentira”, acusou o
professor de Matemática Edson de Oliveira.
Cerca de 120 homens do 5º BPM e do
Choque chegaram à Cinelândia por volta das 21h, atendendo a ofício da
Casa pedindo ajuda para esvaziar o prédio. Um negociador tentou
convencer os profissionais a sair pacificamente, mas os docentes,
alegando que a PM não tinha um mandado de reintegração, resistiram.
Às 22h30, policiais arrombaram a entrada do
Palácio pela Rua Evaristo da Veiga, e 40 homens entraram. Um
manifestante atirou um sinalizador, o que gerou tumulto. Bombas de gás e
cabeças de negro foram detonadas.Marta Moraes, coordenadora do Sepe, afirmou que a categoria vai processar o estado. “Não há liminar pra realizar essa desocupação. Não é uma decisão da Justiça. É uma ordem autoritária. Não vamos aceitar que a ditadura seja reinstalada. Vamos mostrar isso para os nossos alunos”, reclamou.
PM arromba porta da Câmara do Rio para retirar manifestantes
Câmara enviou ofício à PM para que fosse feita reintegração de posse.
Três foram detidos, segundo a polícia; sindicato diz que há 5 feridos.
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Professores contaram à GloboNews que os policiais agiram com violência e que muitos foram empurrados, o que resultou em ferimentos nas pernas e braços.
Desta vez, os policiais não usaram balas de borracha no confonto, mas levaram um galão que expelia uma grande quantidade de gás de pimenta, segundo a GloboNews.
Cerca de 20 professores foram ao Hospital Municipal Souza Aguiar para serem atendidas. Segundo Rosilene Almeida da Silva, do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), houve excesso de truculência. Por volta das 2h, a Guarda Municipal tentou retirar as barracas de manifestantes que estavam acampados próximo à Câmara, mas recuaram, disse Rosilene.
O G1 tentou falar com a Polícia Militar para confirmar as informações, mas não conseguiu contato. Em nota, a assessoria de imprensa da PM disse que cumpriu o mandato de reintegração de posse. "O comando da PM tentou durante todo o período de ocupação uma forma de entendimento, mas não houve acordo, a PM cumpriu a determinação da Justiça."
Houve confronto entre policiais e manifestantes na ação de desocupação
da Câmara do Rio (Foto: Paulo Araújo/Agência O Dia/Estadão Conteúdo)
DesocupaçãoOs policiais chegaram por volta das 21h à Câmara Municipal. A PM foi enviada depois de a casa enviar um ofício à corporação pedindo ajuda para que fosse feita a reintegração de posse. A rua teve de ser bloqueada.
saiba mais
Segundo nota da Câmara enviada na tarde de sábado, durante as quatro
vezes em que o local foi invadido, a postura tomada pela casa foi a de
buscar um diálogo democrático.- Polícia pede que professores deixem Câmara do Rio, que segue ocupada
- Câmara suspende sessão que votaria plano de carreira de professores
- Um dia após ser detido, Batman volta às ruas para apoiar professores no RJ
- Prefeito do Rio assina emendas ao plano de carreira de professores
- Professores pedem suspensão de votação do plano de carreira no Rio
“Tentamos fazer com que os manifestantes, na época, entendessem que o Legislativo não pode parar de funcionar. Hoje, não se trata de ocupação pacífica e é clara a intenção de impedir o funcionamento da casa. A Justiça já havia expedido mandato de reintegração de posse duas vezes, nos casos das ocupações da casa ocorridos anteriormente. Desta forma, a Câmara não necessita recorrer novamente à Justiça, pois possui auto-executoriedade e poder de polícia para assegurar, como determina a Constituição Federal, seu livre funcionamento”, informou, em nota, a Câmara Municipal.
Professores da rede pública de educação votaram
por unanimidade pela manutenção da greve
(Foto: Janaína Carvalho/G1)
Em outro trecho da nota, a Câmara disse que enviou o ofício ao
comandante-geral da Polícia Militar para a "desocupação do Palácio Pedro
Ernesto por aqueles que utilizam a força para impor sua vontade, em
detrimento dos princípios democráticos". "Tais atitudes constituem
verdadeiro atentado ao estado democrático de direito, odioso
comportamento que a democracia se envergonha de oferecer e que não honra
a conduta dos representantes do Magistério, sempre respeitado pela
sociedade."por unanimidade pela manutenção da greve
(Foto: Janaína Carvalho/G1)
Greve desde 8 de agosto
Os professores da rede municipal entraram em greve no dia 8 de agosto e, após assembleia realizada na sexta-feira (27), na Cinelândia, ao lado da Câmara Municipal, decidiram pela manutenção da paralisação e pela continuidade da ocupação do plenário.
"Queremos a retirada desse projeto de plano de cargo do prefeito. Ele formulou a proposta de forma individual, não houve a discussão com o sindicato, apesar de ele ter se comprometido a fazer esse debate com a direção do sindicato antes de encaminhar para a Câmara. De posse desse conteúdo, verificamos que esse plano não aponta para uma valorização da categoria", afirmou a coordenadora do sindicato Ivanete Conceição.
Policiais foram chamados para fazer reintegração de posse (Foto: Leandro Eiró/Agência O Dia/Estadão Conteúdo)
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