AMOR OU DEPENDÊNCIA EMOCIONAL?
Muitas vezes as pessoas justificam a
entrega total ao outro dizendo: “olha como eu amo essa pessoa!!!” e não
percebem o quanto as suas fragilidades estão embutidas neste pensamento…
A pessoa anula-se de tal forma que perde
sua identidade e exige do outro este empenho na mesma proporção. Quando
não recebe esse retorno afetivo revoltam-se pela falta de gratidão e
reconhecimento, chegando ao ponto de sentir uma raiva incontrolável
sobre os outros e sobre si próprios porque fica com o sentimento: “Eu
dei tudo de mim e não percebi mudanças”.
A pessoa estrutura a sua vida em torno
da vida do “outro” de tal forma que é difícil para ela imaginar sua
própria existência sozinha. O dependente emocional demonstra uma forma
de dependência em relação às pessoas semelhante à dependência de drogas
ou álcool, sexo ou compulsão alimentar e necessita de tratamento, pois
pode destruir a própria vida.
São pessoas que apresentam
baixa-autoestima, se auto-depreciam frequentemente e magoam-se
facilmente com as opiniões alheias, além disso, apresentam dificuldade
em expressar seus sentimentos por medo de sentirem-se vulneráveis.
Quando o relacionamento amoroso do
dependente emocional chega ao fim, este tem a tendência em procurar
outra pessoa problemática para dar início a um novo ciclo. O problema é
que muitos adultos não amadurecem e permanecem como crianças por toda a
vida num relacionamento amoroso. O ser humano se torna maduro no momento
em que ama e não somente necessita do outro. Abastece sua relação de
trocas e não só recebe…
Uma flor que nasce no meio de uma
grande floresta, exala seu perfume, demonstra sua beleza e leveza
independente da admiração dos outros. Assim é o verdadeiro amor!
O dependente emocional demonstra uma
dependência afetiva em relação a uma outra pessoa. Ele necessita da
aprovação, aceitação e reconhecimento do outro para lidar com as
situações da vida, pois não acredita no seu próprio valor, no seu poder
de tomar decisões, fazer escolhas e até mesmo na sua capacidade de
conquistar alguém e, muitas vezes aceita relações destrutivas como um
prêmio de recompensa.
É uma pessoa submissa e insegura, pois sua percepção de si mesma é muito
frágil. Sente-se incapaz de agir adequadamente sem o auxílio de outras
pessoas e por isso recorre frequentemente aos outros para ser orientada,
ajudada e direcionada, sendo que tudo isto surge da necessidade de
satisfazer suas necessidades internas e não pelo desejo de estar na
companhia da outra pessoa.
Uma pessoa dependente emocionalmente
demonstra em suas ações e sentimentos uma fragilidade e carência que
pode afetar negativamente seus relacionamentos, seja nas relações
amorosas, como entre amigos, colegas de trabalho, pais e filhos, entre
outras
O fato que torna mais grave essa
situação é que o dependente emocional, muitas vezes, aceita qualquer
tipo de relação por medo de perder a outra pessoa. Com o medo de ser
abandonada, muitas vezes tolera abusos sexuais, verbais, físicos, entre
outros.
A maneira como as crianças são criadas na infância são fundamentais para
o desenvolvimento de adultos seguros, confiantes e independentes
emocionalmente, portanto, a forma como somos educados e preparados por
nossos pais, professores, avós e parentes mais íntimos possuem um papel
prioritário em nossas vidas.
Os adultos dependentes emocionalmente geralmente foram crianças que não
se sentiram amadas, queridas e importantes, desta forma, sentem a
necessidade quase que vital de dependerem do amor de outra pessoa, já
que não viveram isso em sua fase mais tenra.
Existem pais que culpam, desprezam, humilham e que não respeitam os
sentimentos de seus filhos. As crianças que são tratadas assim sentem
que não são dignas de serem queridas, amadas e passam a omitir seus
sentimentos porque não sentem estes como sendo importantes.
O fato não é que os pais não amem seus filhos, mas muitas vezes com a
intenção de acertar, supervalorizam o que seus filhos fazem de errado
(apontando frequentemente uma falha) e desprezam totalmente as vitórias e
as conquistas dele.
Outros tipos de pais protegem demasiadamente seus fillhos. É bastante
comum que muitos pais protejam seu filho em excesso, satisfazendo todas
as suas necessidades, como uma forma de compensar sua ausência frequente
no papel de pai. Outros protegem demais por medo de “perder” o filho e
ficarem sozinhos, desta forma, induzem os filhos a acreditarem que só
debaixo de suas asas estarão seguros.
Os pais tornam-se permissivos em excesso, pagando todas as contas do
filho, cedem coisas materiais sem limites e não incentivam os filhos a
trabalhem fora para ganhar seu próprio sustento, ou seja, propiciam ao
filho um mundo de fantasias que na realidade não existe.
Os filhos que não precisam fazer muito esforço para conquistar as coisas
por si próprio, apresentarão dificuldades a ser mais independentes no
futuro quando forem adultos , já que os pais supriram todas as suas
necessidades.
Os pais precisam estimular seus filhos a adquirir autonomia e
auto-confiança. Demonstrando amor e confiança nas ações de nossos
filhos, desenvolvemos adultos com uma boa auto-estima, seguros de si e
pouco dependentes da aprovação dos outros.
Tanto a falta de demonstração de amor e carinho como a superproteção
exagerada podem desenvolver adultos dependentes. A criança que não sente
que é amada, pode se tornar insegura em relação ao amor dos outros,
pois cresce com a crença que não será amada nas relações futuras no
decorrer de sua vida.
A criança precisa se sentir valorizada e amada para acreditar em si
própria e na sua capacidade de se nutrir principalmente emocionalmente.
Assim, se tornam pessoas completas e não pessoas que ficam à espera dos
outros para se completar. Essas pessoas acreditam que são incapazes
sozinhos (porque em algum momento alguém o fez acreditar que era
incapaz). Por outro lado, não devemos superproteger nossos filhos para
que ele possa aprender a caminhar com suas próprias pernas adquirindo
segurança.
Necessitamos de uma forma de proteção mesmo depois de nos tornarmos
adultos. Esta proteção significa um apoio emocional, mas muitas pessoas
“dependem “ deste apoio como algo ou alguém que poderá salvá-lo de
situações extremas e impedir suas frustrações. Essa é a dependência
doente que faz com que muitas pessoas se mantenham em relações
destrutivas e de muito sofrimento.
Neste processo fortaleceremos a sua auto-estima, tornando-o mais seguro e
dependente de si próprio. Quando as pessoas começam a gostar de si
mesmas, aprendem a cuidar de suas próprias feridas. Quando nos amamos,
procuramos pessoas que nos valorizem e nos respeitem pelo que somos.
Este ciclo de dependência pode ser interrompido e desfeito quando a
pessoa dependente, compreende que a solução do seu problema mora dentro
de si próprio, pois precisa tomar responsabilidade por si, tomar conta
da sua vida e assim ficar disponível para poder verdadeiramente amar.
A dependência emocional pode influenciar negativamente, cegar e impedir
seu crescimento. Aprove-se mais, ame-se muito mais e dependa
especialmente de você!
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