4.10.2014

Dependência Emocional

AMOR OU DEPENDÊNCIA EMOCIONAL?

Muitas vezes as pessoas justificam a entrega total ao outro dizendo: “olha como eu amo essa pessoa!!!” e não percebem o quanto as suas fragilidades estão embutidas neste pensamento…

A pessoa anula-se de tal forma que perde sua identidade e exige do outro este empenho na mesma proporção. Quando não recebe esse retorno afetivo revoltam-se pela falta de gratidão e reconhecimento, chegando ao ponto de sentir uma raiva incontrolável sobre os outros e sobre si próprios porque fica com o sentimento: “Eu dei tudo de mim e não percebi mudanças”.

A pessoa estrutura a sua vida em torno da vida do “outro” de tal forma que é difícil para ela imaginar sua própria existência sozinha. O dependente emocional demonstra uma forma de dependência em relação às pessoas semelhante à dependência de drogas ou álcool, sexo ou compulsão alimentar e necessita de tratamento, pois pode destruir a própria vida.

São pessoas que apresentam baixa-autoestima, se auto-depreciam frequentemente e magoam-se facilmente com as opiniões alheias, além disso, apresentam dificuldade em expressar seus sentimentos por medo de sentirem-se vulneráveis.

Quando o relacionamento amoroso do dependente emocional chega ao fim, este tem a tendência em procurar outra pessoa problemática para dar início a um novo ciclo. O problema é que muitos adultos não amadurecem e permanecem como crianças por toda a vida num relacionamento amoroso. O ser humano se torna maduro no momento em que ama e não somente necessita do outro. Abastece sua relação de trocas e não só recebe… 

Uma flor que nasce no meio de uma grande floresta, exala seu perfume, demonstra sua beleza e leveza independente da admiração dos outros. Assim é o verdadeiro amor!

O dependente emocional demonstra uma dependência afetiva em relação a uma outra pessoa. Ele necessita da aprovação, aceitação e reconhecimento do outro para lidar com as situações da vida, pois não acredita no seu próprio valor, no seu poder de tomar decisões, fazer escolhas e até mesmo na sua capacidade de conquistar alguém e, muitas vezes aceita relações destrutivas como um prêmio de recompensa.

É uma pessoa submissa e insegura, pois sua percepção de si mesma é muito frágil. Sente-se incapaz de agir adequadamente sem o auxílio de outras pessoas e por isso recorre frequentemente aos outros para ser orientada, ajudada e direcionada, sendo que tudo isto surge da necessidade de satisfazer suas necessidades internas e não pelo desejo de estar na companhia da outra pessoa.

Uma pessoa dependente emocionalmente demonstra em suas ações e sentimentos uma fragilidade e carência que pode afetar negativamente seus relacionamentos, seja nas relações amorosas, como entre amigos, colegas de trabalho, pais e filhos, entre outras

O fato que torna mais grave essa situação é que o dependente emocional, muitas vezes, aceita qualquer tipo de relação por medo de perder a outra pessoa. Com o medo de ser abandonada, muitas vezes tolera abusos sexuais, verbais, físicos, entre outros.

A maneira como as crianças são criadas na infância são fundamentais para o desenvolvimento de adultos seguros, confiantes e independentes emocionalmente, portanto, a forma como somos educados e preparados por nossos pais, professores, avós e parentes mais íntimos possuem um papel prioritário em nossas vidas.
Os adultos dependentes emocionalmente geralmente foram crianças que não se sentiram amadas, queridas e importantes, desta forma, sentem a necessidade quase que vital de dependerem do amor de outra pessoa, já que não viveram isso em sua fase mais tenra.
Existem pais que culpam, desprezam, humilham e que não respeitam os sentimentos de seus filhos. As crianças que são tratadas assim sentem que não são dignas de serem queridas, amadas e passam a omitir seus sentimentos porque não sentem estes como sendo importantes.
O fato não é que os pais não amem seus filhos, mas muitas vezes com a intenção de acertar, supervalorizam o que seus filhos fazem de errado (apontando frequentemente uma falha) e desprezam totalmente as vitórias e as conquistas dele.
Outros tipos de pais protegem demasiadamente seus fillhos. É bastante comum que muitos pais protejam seu filho em excesso, satisfazendo todas as suas necessidades, como uma forma de compensar sua ausência frequente no papel de pai. Outros protegem demais por medo de “perder” o filho e ficarem sozinhos, desta forma, induzem os filhos a acreditarem que só debaixo de suas asas estarão seguros.
Os pais tornam-se permissivos em excesso, pagando todas as contas do filho, cedem coisas materiais sem limites e não incentivam os filhos a trabalhem fora para ganhar seu próprio sustento, ou seja, propiciam ao filho um mundo de fantasias que na realidade não existe.
Os filhos que não precisam fazer muito esforço para conquistar as coisas por si próprio, apresentarão dificuldades a ser mais independentes no futuro quando forem adultos , já que os pais supriram todas as suas necessidades.
Os pais precisam estimular seus filhos a adquirir autonomia e auto-confiança. Demonstrando amor e confiança nas ações de nossos filhos, desenvolvemos adultos com uma boa auto-estima, seguros de si e pouco dependentes da aprovação dos outros.
Tanto a falta de demonstração de amor e carinho como a superproteção exagerada podem desenvolver adultos dependentes. A criança que não sente que é amada, pode se tornar insegura em relação ao amor dos outros, pois cresce com a crença que não será amada nas relações futuras no decorrer de sua vida.
A criança precisa se sentir valorizada e amada para acreditar em si própria e na sua capacidade de se nutrir principalmente emocionalmente. Assim, se tornam pessoas completas e não pessoas que ficam à espera dos outros para se completar. Essas pessoas acreditam que são incapazes sozinhos (porque em algum momento alguém o fez acreditar que era incapaz). Por outro lado, não devemos superproteger nossos filhos para que ele possa aprender a caminhar com suas próprias pernas adquirindo segurança.
Necessitamos de uma forma de proteção mesmo depois de nos tornarmos adultos. Esta proteção significa um apoio emocional, mas muitas pessoas “dependem “ deste apoio como algo ou alguém que poderá salvá-lo de situações extremas e impedir suas frustrações. Essa é a dependência doente que faz com que muitas pessoas se mantenham em relações destrutivas e de muito sofrimento.
Neste processo fortaleceremos a sua auto-estima, tornando-o mais seguro e dependente de si próprio. Quando as pessoas começam a gostar de si mesmas, aprendem a cuidar de suas próprias feridas. Quando nos amamos, procuramos pessoas que nos valorizem e nos respeitem pelo que somos.
Este ciclo de dependência pode ser interrompido e desfeito quando a pessoa dependente, compreende que a solução do seu problema mora dentro de si próprio, pois precisa tomar responsabilidade por si, tomar conta da sua vida e assim ficar disponível para poder verdadeiramente amar.
A dependência emocional pode influenciar negativamente, cegar e impedir seu crescimento. Aprove-se mais, ame-se muito mais e dependa especialmente de você!
Era do Milagre

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