As famílias do assentamento Sepé Tiarajú, em Viamão (RS), recepcionaram
mais de 280 médicos cubanos do programa Mais Médicos, do governo
federal, que irão trabalhar nos municípios do Rio Grande do Sul.
O ato de acolhida aconteceu no Centro de Formação Sepé Tiarajú, na
última sexta-feira (4), seguido de churrasco e atividade cultural.
Estiveram presentes representantes de organizações e movimentos sociais
do estado.
Segundo o representante da Via Campesina e dirigente do Movimento dos
Pequenos Agricultores (MPA), Romário Rossetto, a vinda dos médicos
estrangeiros contribui para melhoria nas condições de vida do povo
brasileiro.
“A vinda dos médicos, principalmente cubanos, é de fundamental
importância não só para as periferias das grandes cidades, mas para as
famílias camponesas, que vivem no interior do nosso país”, afirma
Rossetto.
Os movimentos da Via Campesina Brasil apoiam a iniciativa do programa e
consideram um instrumento importante para a construção de outra
concepção de saúde, com enfoque na saúde preventiva e da família, em
contraposição a saúde curativa e mercadológica.
Apesar dos avanços econômicos do Brasil, nos últimos anos, a grande
maioria da população ainda carece de atendimento de qualidade à saúde,
em especial na área da saúde preventiva. Pois, no sistema de saúde
brasileiro vigora a concepção mercadológica, dominada pela indústria de
remédios.
Mortalidade Infantil
A representante dos médicos cubanos, Midiela Veiga, agradeceu a acolhida
e afirmou que o compromisso do grupo é trabalhar até 2016, transformar o
programa de Mortalidade Infantil nos moldes do programa cubano.
Para Midiela, o idioma nunca foi uma barreira para os médicos cubanos
que participam de missões internacionais. “Vamos atender toda a
população, independente de idioma ou cor”, garante.
O representante da Associação Cultural José Marti do Rio Grande do Sul,
Ricardo Haesbaert, também ressaltou a importância da vinda dos médicos
cubanos para o Brasil e a solidariedade de Cuba com os povos do mundo.
“Conforme José Marti, ajudar não é apenas uma obrigação, mas faz parte
da nossa felicidade. É o que estão fazendo, buscando garantir o acesso à
saúde que deveria ser um direito universal. A população tem a
possibilidade de ser protagonista junto aos profissionais de saúde”,
afirma.
Programa
Esse grupo de médicos cubanos faz parte do quarto ciclo do Programa Mais Médicos. No Rio Grande do Sul serão atendidos vários municípios e algumas áreas rurais, inclusive alguns municípios com base organizada dos movimentos sociais da Via Campesina.
Esse grupo de médicos cubanos faz parte do quarto ciclo do Programa Mais Médicos. No Rio Grande do Sul serão atendidos vários municípios e algumas áreas rurais, inclusive alguns municípios com base organizada dos movimentos sociais da Via Campesina.
Para o Diretor Adjunto do Departamento de Ações e Saúde da Secretaria
Estadual de Saúde do estado, Ricardo Charão, o sistema de saúde de Cuba é
referência em saúde preventiva.
Segundo Charão, a vinda dos médicos estrangeiros é fundamental para a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Não queremos apenas mais profissionais médicos, queremos outro modelo
de atenção à saúde, mais atenção básica para garantir acesso universal a
saúde, respeitando as diferenças”, explica Charão.
Criado em 1988, com o objetivo de garantir o direito ao atendimento
público de saúde à população brasileira, o SUS enfrenta várias
dificuldades, dentre elas a oposição das corporações químicas
interessadas na manutenção das desigualdades sociais, comercialização de
remédios e mercado da saúde.
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