9.02.2014

Consumo de frutas reduz risco de doenças cardiovasculares em até 40%.



BARCELONA - Consumo diário de frutas reduz o risco de doenças cardiovasculares (DCV) em até 40%, de acordo com pesquisa apresentada no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, nesta segunda-feira, pela professora Du Huaidong, de Oxford, Reino Unido. Os resultados são fruto de um estudo que acompanhou por sete anos de cerca de 0,5 milhão de pessoas no Biobanco Kadoorie, na China, e apontou que quanto mais as pessoas comem fruta, mais o risco de DCV cai.
- DCV, incluindo doença isquêmica do coração (DIC) e acidente vascular cerebral (AVC), é a principal causa de morte no mundo. Melhorar a dieta e o estilo de vida é fundamental para reduzir o risco de DCV na população em geral, mas a grande maioria dessa evidência veio de países do oeste e quase nenhuma da China - disse Huaidong.
Ela acrescentou, ainda, que a China tem um padrão diferente de DCV, com AVC como a principal causa em comparação com os países ocidentais, onde o IDH é mais prevalente. De acordo com a profesora, estudos anteriores já tinham combinado acidente vascular cerebral isquêmico e hemorrágico provavelmente devido ao número limitado de casos de AVC em seus conjuntos de dados.
- Por sua diferente fisiologia e por diferentes fatores de risco, nós conduzimos o primeiro estudo de grande perspectiva sobre a associação da fruta com subtipos de AVC em adultos chineses tanto de área rural como da área urbana - afirmou.
O estudo incluiu 451.681 participantes sem história de doença cardiovascular e que não estivessem em tratamento anti-hipertensivo na linha de base a partir do Biobanco Kadoorie na China, realizado em 10 diferentes áreas da China, 5 rural e 5 urbana. O consumo habitual de frutas foi registrado no início do estudo de acordo com cinco categorias: nunca, mensal, 1-3 dias por semana, 4-6 dias por semana, diariamente.
Durante o acompanhamento no período de sete anos havia 19.300 casos de DIC e 19.689 AVC (14.688 isquêmicos e 3.562 hemorrágicos). Cerca de 18% dos participantes consumiam frutas diariamente e 6,3% nunca consumiram frutas. A quantidade média de frutas comidas pelos consumidores diários foi de 1,5 porções (em torno de 150g).
Os pesquisadores descobriram que, em comparação com pessoas que nunca comeram frutas, aqueles que comiam frutas diariamente cortam os riscos de DCV em 25-40% (cerca de 15% para as DIC, cerca de 25% para AVC isquêmico e 40% para os AVC hemorrágicos). Houve uma relação dose-resposta entre a frequência de consumo de frutas e do risco de doenças cardiovasculares.
- Nossos dados claramente mostram que comer frutas frescas pode reduzir o risco de doença cardiovascular, incluindo doença isquêmica do coração e acidente vascular cerebral (AVC particularmente hemorrágica). E não só isso, quanto mais frutas você come, mais seu risco de doença cardiovascular cai. Ele sugere que comer mais frutas é benéfico em comparação com menos ou nenhuma fruta - explicou a professora.
Os pesquisadores também descobriram que as pessoas que consumiam mais frutas muitas vezes tinham significativamente menor pressão arterial (PA). Comer diariamente frutas foi associado com 3,4/4,1 mmHg menor pressão arterial sistólica/diastólica em comparação com aqueles que nunca comeram frutas.
Em um estudo separado, os pesquisadores examinaram a associação entre o consumo de frutas com a mortalidade total e a mortalidade cardiovascular em mais de 61.000 pacientes do Biobanco Kadoorie na China que tinham doenças cardiovasculares ou hipertensão no início do estudo. Eles descobriram que, em comparação com aqueles que nunca comiam frutas, os consumidores diários de frutas reduziram o risco geral de morte em 32%. Eles também reduziram seus riscos de morrer por DIC em 27% e de acidente vascular cerebral em cerca de 40%.
- Os pacientes com doenças cardiovasculares e hipertensão também devem ser encorajados a consumir mais frutas frescas. Muitas populações ocidentais têm experimentado uma rápida diminuição na mortalidade por doenças cardiovasculares durante as últimas décadas, especialmente mortalidade por acidente vascular cerebral desde o início da década de 1950, por razões que ainda não estão totalmente explicadas” - contou professor Zhengming Chen, investigador principal do Biobanco Kadoorie na China. - A melhoria do acesso à fruta fresca pode ter contribuído de forma importante para esse declínio.



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