9.02.2014

Programa de Marina 'reduz a pó' política industrial, diz Dilma

Presidente criticou propostas apresentadas pela candidata do PSB.
Presidenciável petista cumpriu agenda eleitoral ao lado de Lula em SP.

Tatiana Santiago Do G1 SP
A presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula durante atividade de campanha em São Bernardo (Foto: Vanessa Carvalho/Brazil Photo/Estadão Contéudo)) 
A presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula durante atividade de campanha em São Bernardo (Foto: Vanessa Carvalho/Brazil Photo/Estadão Contéudo))
Em visita ao município de São Bernardo do Campo (SP) – berço político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva –, a candidata do PT à reeleição, Dilma Rousseff, criticou nesta terça-feira (2) o programa de governo da ex-senadora Marina Silva (veja os principais pontos). Dizendo-se "preocupada" com o programa, a presidente da República afirmou que o conjunto de propostas divulgadas na semana passada pela candidata do PSB "reduz a pó" a política industrial brasileira.
 
"Eu fiquei muito preocupada com o programa da candidata Marina [Silva]. Ela reduz a pó a política industrial. Tira o poder dos bancos públicos de participar do financiamento da indústria e da agricultura", destacou a petista em entrevista coletiva no portão da sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo.
Dilma não detalhou quais pontos do programa de Marina ela considera que possam causar prejuízos ao setor industrial. Ela, no entanto, disse que as propostas tiram o "poder" dos bancos públicos de participarem do financiamento da indústria e da agricultura. "Queria falar isso porque fico muito preocupada quando querem acabar com o papel do BNDES", enfatizou.
Em meio à entrevista, a presidente ressaltou que, na visão dela, o papel do banco nacional de desenvolvimento econômico é conceder financiamento com prazos longos e juros baixos a setores específicos da economia que tenham potencial de gerar empregos. "Nós temos uma meta: gerar emprego. Gerou emprego para nós, é fundamental para o país", observou a petista antes de se reunir com um grupo de sindicalistas.
Nesta terça, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, também desferiu críticas ao programa de governo de Marina. Segundo ele, as propostas do PSB contêm elementos que podem reduzir a atividade econômica. "Um choque [aumento forte] do [superávit] primário pode ser temerário e paralisar a atividade econômica", advertiu o titular da Fazenda.
Homofobia
Um dia após defender a criminalização da homofobia no Brasil, Dilma Rousseff voltou a comentar o assunto nesta terça-feira. Durante conversa com jornalistas em São Bernardo, a petista disse que ser favorável a uma legislação que criminalize a homofobia não está relacionado com "crença religiosa" ou preferência partidária.

"[Uma lei contra a homofobia] é uma questão que não está relacionada à crença religiosa ou opção partidária. É uma questão que eu acredito que seja do Estado brasileiro. Não é uma questão de governo só", disse a presidente, ressaltando ainda que não há como construir uma democracia sem respeitar direitos humanos e civis.
Mesmo afirmando que o governo dela é contra a homofobia, a presidenciável petista ponderou que todo o processo de elaboração de uma lei que torne o preconceito contra homossexuais crime deve ser discutido intensamente pela sociedade..
"Achamos que qualquer forma de violência discriminatória contra as pessoas leva nosso país a uma situação que é contra os seus próprios princípios. Porque o Brasil é uma sociedade tolerante. [...] Ser contra a homofobia é questão de civilidade. Nós sempre fomos a favor da criminalização da violência [contra os homossexuais]", destacou a presidente.
Agenda com Lula
Após conceder a entrevista coletiva e se reunir com integrantes do Sindicato dos Metalúrgicos, Dilma subiu na caçamba de uma caminhonete ao lado de Lula, seu padrinho político, e saiu em carreata pelas ruas da área central de São Bernardo do Campo. Ao longo do percurso, a presidente da República, que é torcedora do Internacional, chegou a colocar um boné do Corinthians, time do coração de Lula. Ele também colocou um boné com o insigna corinthiana.

O veículo que conduzia Dilma e Lula levou cerca de uma hora e meia para chegar até a Igreja Matriz da cidade da região metropolitana de São Paulo. No trajeto, a candidata do PT desceu da caminhonete duas vezes para conversar com comerciantes e empregados de estabelecimentos comerciais. Em frente à igreja, centenas de militantes petistas aguardavam a presidenciável e ex-presidente.

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