Pacientes que consumiam maior quantidade de sal tiveram mais surtos da doença do que aqueles que ingeriam menores quantidades
Esclerose múltipla desencadeia sintomas sensitivos, motores e psicológicos
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Sodium intake is associated with increased disease activity in multiple sclerosis
Onde foi divulgada: Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry
Quem fez: Mauricio Farez, Marcela Fiol, María Gaitán, Francisco Quintana e Jorge Correale
Instituição: Instituto de Pesquisas Neurológicas Raúl Carrea, na Argentina, e Faculdade de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos
Resultado: Pacientes de esclerose múltipla que ingerem 2 gramas de sal ou mais por dia podem sofrer mais surtos da doença e ver a esclerose progredir de forma mais acentuada do que os que consomem sal em menores quantidades
A esclerose múltipla é uma doença autoimune, de causa desconhecida e
incurável. Ela danifica ou destrói a mielina, uma substância que envolve
e protege as fibras nervosas do cérebro, da medula espinal e do nervo
óptico. Essas lesões desencadeiam sintomas sensitivos, motores e
psicológicos.Título original: Sodium intake is associated with increased disease activity in multiple sclerosis
Onde foi divulgada: Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry
Quem fez: Mauricio Farez, Marcela Fiol, María Gaitán, Francisco Quintana e Jorge Correale
Instituição: Instituto de Pesquisas Neurológicas Raúl Carrea, na Argentina, e Faculdade de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos
Resultado: Pacientes de esclerose múltipla que ingerem 2 gramas de sal ou mais por dia podem sofrer mais surtos da doença e ver a esclerose progredir de forma mais acentuada do que os que consomem sal em menores quantidades
Pesquisas anteriores apontaram que o sal pode alterar a resposta autoimune, mas não concluíram se seu consumo afeta o desenvolvimento da esclerose múltipla. No presente estudo, os pesquisadores analisaram amostras de sangue e de urina de 70 pessoas com esclerose múltipla.
Em três ocasiões ao longo de nove meses, os autores mediram os níveis de sal, creatinina e vitamina D dos pacientes. A saúde neurológica dos participantes foi monitorada ao longo de dois anos. Para comparação, o teor de sal na urina também foi mensurado em um segundo grupo com 52 pessoas também com a doença.
Leia também:
Estudo desenvolve medicamento mais prático e seguro contra esclerose múltipla
Esclerose múltipla pode ser detectada antes dos primeiros sintomas, diz estudo
Nos dois grupos, o consumo médio de sódio foi de 4 gramas por dia, mas variou de menos de 2 gramas (baixo), 2 a 4,8 gramas (médio) e acima de 4,8 gramas (alto).
Conclusão — Depois de excluir fatores como tabagismo, idade, gênero, tempo de diagnóstico da doença, peso, tratamento e taxa de vitamina D nos pacientes, os pesquisadores observaram uma relação entre consumo de sal e piora nos sintomas da esclerose múltipla. As pessoas com consumo moderado a alto tinham três surtos a mais do que aquelas com consumo baixo.
Ao comparar a evolução da doença por meio de exames de imagem, os pesquisadores constataram novamente a relação entre o sal e as lesões. Os participantes que consumiam maior quantidade tinham quase 3,5 vezes mais probabilidade de apresentar sinais de progressão da enfermidade. Resultados semelhantes foram obtidos no grupo de comparação.
"Como esse é um estudo de observação, não podemos tirar conclusões definitivas de causa e efeito. Os altos níveis de sal na urina podem ser consequência da maior atividade da doença, não o contrário", dizem os autores. "Mais estudos são necessários para confirmar se o baixo consumo de sal pode reduzir os sintomas da esclerose múltipla e sua progressão."
Os campeões de sódio no Brasil
1 de 8
Nenhum comentário:
Postar um comentário