São Paulo - Para um medicamento chegar às prateleiras das farmácias aqui no Brasil, ele passa por uma bateria de testes por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa.
Cada país tem uma instituição semelhante. Nos Estados Unidos, a aprovação de novas drogas fica por conta da FDA (Food and Drug Administration).
Para que um medicamento
possa ser vendido, as farmacêuticas entram com processos independentes
em cada país, gerando por vezes avaliações diferentes. Um medicamento
proibido lá fora pode ser aprovado aqui, e vice-versa.
O problema é que isso gera temores nos pacientes. A Anvisa reconhece
que podem haver situações controversas, mas defende que a fiscalização
ocorre de maneira eficaz no Brasil.
Em casos de alertas no exterior (mortes ligadas a um medicamento ou
proibição dele em outros países), por exemplo, a agência pode retomar as
análises e fazer novos testes.
todos os medicamentos têm contra-indicações e reações adversas, e o papel dos técnicos (médicos - farmacêuticos) e da agência é verificar a relação entre os benefícios e malefícios das drogas.
O que é bom lá fora, muitas vezes não é bom aqui no Brasil e vice-versa
Pílulas Diane 35
País em que foi proibido: França
O caso mais recente de medicamento proibido no exterior, mas ainda à venda
no Brasil. Na França, o medicamento, que tinha seu uso liberado para
tratamento dermatológico, mas era largamente usado como pílula
anticoncepcional, foi proibido após mortes ligadas ao seu consumo.
No Brasil, a proibição francesa gerou um alerta nas autoridades da
Anvisa, e a pílula (que aqui também é indicada para acne, mas comumente
usada como anticoncepcional) passou a ser monitorada, mas
permanece disponível.
Sibutramina
País em que foi proibido: União Europeia, Estados Unidos, Austrália, Uruguai, Paraguai, entre outros
A sibutramina é
indicada para pessoas obesas e pode ajudar a perder até 2kg em um mês.
Há uma condição, porém: o paciente não pode sofrer de problemas
cardíacos. Isso porque estudos mostram que o uso da substância aumenta
os riscos de doenças cardiovasculares e alterações no sistema nervoso
central.
Por conta desses riscos, a sibutramina já foi proibida na União Europeia e Estados Unidos,
entre outros países. No Brasil, ela pode ser comprada com receita
médica e assinatura de um termo de responsabilidade. Por aqui, a Anvisa proibiu o medicamento e recebe forte pressão de associações médicas e indústria farmacêutica.
Dipirona
País em que foi proibido: Estados Unidos, Suécia entre outros
Já tomou Neosaldina ou Novalgina? Dois dos principais remédios para dor de cabeça e gripe são proibidos nos Estados Unidos porque contêm uma substância chamada dipirona sódica. Por lá, só é possível comprar medicamentos como Tylenol, que usam paracetamol como ingrediente ativo.
Para a FDA (Food and Drug Administration), a dipirona causa choques
anafiláticos com mais frequência que seu concorrente. O caso é polêmico,
já que a dipirona foi criada na Alemanha (onde a venda é permitida) e o
paracetamol é mais utilizado por empresas americanas.
Avastin
País em que foi proibido: Estados Unidos
O Avastin é um medicamento que reduz o crescimento de novos vasos
sanguíneos. Ele é comumente usado como uma droga para tratar diferentes
tipos de câncer.
Nos Estados Unidos,
a substância deixou de ser usada para o tratamento de câncer de mama,
permanecendo aprovada para outros tumores, como colorretal. Segundo as
autoridades americanas, não havia evidência de que o Avastin aumentasse
ou melhorasse a qualidade de vida das pacientes. Por outro lado, os
efeitos como pressão alta e hemorragias ainda eram comuns nas pacientes.
No Brasil e em diversos outros países, a droga permanece indicada para o tratamento de câncer de mama.
Hormônio do crescimento
País em que foi proibido: Estados Unidos, França, Alemanha entre outros
Esse caso é um pouco mais específico. O hormônio é usado para tratar
crianças com deficiência no crescimento (alguns adultos também podem se
beneficiar do tratamento). Por aqui, ele é usado em sua forma natural ou
sintetizada, mas em países como Estados Unidos a
versão natural é proibida por manter os possíveis danos colaterais (o
hormônio pode prejudicar o sistema nervoso) sem necessariamente trazer
os benefícios, já que ele pode não ser eficaz se houver algum problema
na sua extração.
Fonte: Exame
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