Um grupo de céticos participou, de uma "overdose homeopática" coletiva, com o objetivo de provar que a terapia não surte qualquer efeito. A iniciativa, contou com a adesão de 23 cidades espalhadas pelo mundo. No Brasil, a manifestação aconteceu em São Paulo, em Porto Alegre e em Natal.
O nome da campanha foi escolhido em homenagem ao número de Avogadro, uma constante científica que costuma ser citada para demonstrar que preparações homeopáticas podem não conter absolutamente qualquer resquício de ingrediente ativo. Por isso, os ativistas escolheram tomar a overdose às 10h23.
A primeira manifestação do gênero teve origem no Reino Unido, no ano passado, com a participação de cerca de 400 pessoas. O protesto foi organizado pelo grupo Sociedade Merseyside de Céticos (MSS, na sigla em inglês).
Este ano, o movimento acredita ter contado com mais de 1.000 ativistas em todo o mundo. O organizador do evento no Brasil, o analista de sistemas Kentaro Mori, de 29 anos, diz que antes de convidar outras pessoas para a campanha chegou a tomar uma overdose por conta própria, para ter certeza de que não haveria nenhum risco. Ele não quis contar qual a fórmula usada. "A posologia era de 2 cápsulas a cada 2 horas e eu tomei 60 de uma só vez", afirma. "Não senti absolutamente nada."
Críticas
Desde que começou a divulgar a iniciativa, Mori conta que já recebeu mensagens de diversos homeopatas. "Uma das críticas que mais ouvi foi de que o movimento seria financiado pela indústria farmacêutica, e eu posso garantir que não existe qualquer ligação", defende-se o organizador, que é autor do site www.ceticismoaberto.com.
Mori também já ouviu que remédio homeopático não causa efeitos colaterais, mesmo se ingerido em altas doses, por isso não faria sentido atribuir a eficácia da terapia dessa maneira. Mas ele esclarece que a overdose é apenas um ato simbólico. "Inúmeros estudos, como uma revisão publicada pelo periódico The Lancet em 2005, já comprovaram que a homeopatia não tem efeito superior ao placebo", argumenta.
O problema, na visão dos céticos, não é apenas os custos do sistema de saúde com uma terapia que não teria comprovação científica, mas os riscos de que doenças graves deixem de ser tratadas adequadamente devido à crença no poder das doses homeopáticas. Em 2009, a Organização Mundial de Saúde (OMS) endossou uma carta condenando a promoção da homeopatia para o tratamento de malária, tuberculose, Aids, influenza e diarreia infantil.
Outro lado
O presidente da Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB), Carlos Alberto Fiorot, reitera que os remédios homeopáticos são seguros por excelência, por isso de fato não haveria, mesmo, qualquer risco de um ativista ter sofrido reações indesejadas.
"Já a eficácia depende da sensibilidade de cada indivíduo à substância usada, o que é determinado pelo médico homeopata no momento do diagnóstico", explica. Ele ainda acrescenta que a continuidade do tratamento também é importante para haver resultado, o que vale para qualquer tipo de remédio. "Se o grupo passasse pelo crivo de um homeopata após o protesto, certamente seria possível observar efeitos em alguns ativistas", sugere.
A homeopatia é considerada especialidade médica no Brasil há 30 anos. "Mais importante do que estudos científicos feitos em laboratórios é o resultado clínico", completa o presidente da AMHB. Após o protesto, a associação divulgou uma nota oficial sobre o ato
Um abuso perigoso Em alguns países do mundo, os ativistas contra a Homeopatia se reuniram com a intenção de tentar convencer a sociedade de que ela (a Homeopatia) não funciona. Isto, através da ingestão de doses maciças de comprimidos. Assim, foi em Portugal, Brasil e outros países. Segundo consta, em 53 cidades de 25 países eventos deste tipo foram levados a cabo, um dos quais conforme informação da mídia, até mesmo uma criança*** ingeriu o que tais ativistas chamam de “overdose homeopática”.
A primeira manifestação do gênero teve origem no Reino Unido, no ano passado, com a participação de cerca de 400 pessoas. O protesto foi organizado pelo grupo Sociedade Merseyside de Céticos (MSS, na sigla em inglês).
Este ano, o movimento acredita ter contado com mais de 1.000 ativistas em todo o mundo. O organizador do evento no Brasil, o analista de sistemas Kentaro Mori, de 29 anos, diz que antes de convidar outras pessoas para a campanha chegou a tomar uma overdose por conta própria, para ter certeza de que não haveria nenhum risco. Ele não quis contar qual a fórmula usada. "A posologia era de 2 cápsulas a cada 2 horas e eu tomei 60 de uma só vez", afirma. "Não senti absolutamente nada."
Críticas
Desde que começou a divulgar a iniciativa, Mori conta que já recebeu mensagens de diversos homeopatas. "Uma das críticas que mais ouvi foi de que o movimento seria financiado pela indústria farmacêutica, e eu posso garantir que não existe qualquer ligação", defende-se o organizador, que é autor do site www.ceticismoaberto.com.
Mori também já ouviu que remédio homeopático não causa efeitos colaterais, mesmo se ingerido em altas doses, por isso não faria sentido atribuir a eficácia da terapia dessa maneira. Mas ele esclarece que a overdose é apenas um ato simbólico. "Inúmeros estudos, como uma revisão publicada pelo periódico The Lancet em 2005, já comprovaram que a homeopatia não tem efeito superior ao placebo", argumenta.
O problema, na visão dos céticos, não é apenas os custos do sistema de saúde com uma terapia que não teria comprovação científica, mas os riscos de que doenças graves deixem de ser tratadas adequadamente devido à crença no poder das doses homeopáticas. Em 2009, a Organização Mundial de Saúde (OMS) endossou uma carta condenando a promoção da homeopatia para o tratamento de malária, tuberculose, Aids, influenza e diarreia infantil.
Outro lado
O presidente da Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB), Carlos Alberto Fiorot, reitera que os remédios homeopáticos são seguros por excelência, por isso de fato não haveria, mesmo, qualquer risco de um ativista ter sofrido reações indesejadas.
"Já a eficácia depende da sensibilidade de cada indivíduo à substância usada, o que é determinado pelo médico homeopata no momento do diagnóstico", explica. Ele ainda acrescenta que a continuidade do tratamento também é importante para haver resultado, o que vale para qualquer tipo de remédio. "Se o grupo passasse pelo crivo de um homeopata após o protesto, certamente seria possível observar efeitos em alguns ativistas", sugere.
A homeopatia é considerada especialidade médica no Brasil há 30 anos. "Mais importante do que estudos científicos feitos em laboratórios é o resultado clínico", completa o presidente da AMHB. Após o protesto, a associação divulgou uma nota oficial sobre o ato
Um abuso perigoso Em alguns países do mundo, os ativistas contra a Homeopatia se reuniram com a intenção de tentar convencer a sociedade de que ela (a Homeopatia) não funciona. Isto, através da ingestão de doses maciças de comprimidos. Assim, foi em Portugal, Brasil e outros países. Segundo consta, em 53 cidades de 25 países eventos deste tipo foram levados a cabo, um dos quais conforme informação da mídia, até mesmo uma criança*** ingeriu o que tais ativistas chamam de “overdose homeopática”.
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