NOVO CÁLCULO PODE SUBSTITUIR IMC
Pesquisadores dizem que IAC é mais preciso na determinação do sobrepeso.
Cientistas estão questionando um dos padrões mais admirados pelos brasileiros: o bumbum avantajado. De acordo com uma matéria publicada na revista Época, pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, descobriram que as mulheres que têm quadris largos poderiam fazer parte do grupo daquelas pessoas que estão acima do peso.
Na verdade, o que a equipe do fisiologista Richard Bergman propõe é a substituição do IMC (Índice de Massa corpórea), que mede a obesidade com base no peso e na altura e vem sendo usado há quase 200 anos, pelo IAC (Índice de Adiposidade Corporal).
Este cálculo leva em consideração, além da altura de uma pessoa, a medida da circunferência de seu quadril para determinar quem está abaixo ou acima do peso. Os cientistas alegam que o cálculo do IMC não pode ser considerado preciso, já que ele não faz distinção entre o que é músculo e o que é gordura no corpo de alguém.
Em contrapartida, o novo índice parece mais preciso porque, ao usar a circunferência do quadril, leva em conta a propensão para acumular gordura. A localização da gordura é uma informação importante para prever o surgimento de doenças cardiovasculares. Algumas pessoas têm maior tendência para acumular gordura na barriga (o chamado corpo “maçã”). Outras, nos quadris (o chamado corpo “pera”).
Aprenda a calcular o IAC
IAC = circunferência do quadril - 18
altura x √altura
Resultado:
Homem
De 8 a 20 – adiposidade normal
De 21 a 25 – sobrepeso
Acima de 25 – obesidade
Mulher
De 21 a 32 – adiposidade normal
De 33 a 38 – sobrepeso
Acima de 38 – obesidade
O Índice de Massa Corporal (IMC), usado para medir o grau de magreza ou obesidade de uma pessoa, tem quase 200 anos de idade e defeitos.
Oito pesquisadores liderados por Richard Bergman, da Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles, criaram "Um Índice Melhor de Adiposidade do Corpo". Esse é o título do artigo científico em que descrevem o método, na revista médica "Obesity".
O novo método chama-se Índice de Adiposidade Corporal (IAC) e usa uma equação e apenas duas medidas -a circunferência do quadril e a altura da pessoa- para chegar à porcentagem de gordura no corpo.
O método tradicional de calcular é obtido ao se dividir o peso da pessoa em quilos pelo quadrado de sua altura em metros. [veja ilustração]
O velho índice foi criado em 1832 pelo matemático e astrônomo belga Lambert Adolphe Jacques Quetelet (1796-1874). O Índice de Quetelet foi rebatizado de IMC em 1972, e depois adotado pela Organização Mundial de Saúde como um método simples de medir a obesidade.
SÓ PARA MAIORES
O IMC é impreciso, pois não leva em conta o sexo ou a massa muscular (mulheres têm mais gordura; e músculos pesam mais que gordura). Também não é adequado para menores de 18 anos.
Saber a prevalência de obesidade em uma população é importante em termos de saúde pública. Trata-se de fator de risco para doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, hipertensão e câncer.
Por exemplo: estudo com 24.508 pessoas de 45 a 79 anos, no Reino Unido, revelou que 1.708 homens e 892 mulheres desenvolveram doença coronária cerca de nove anos depois.
Homens com as maiores cinturas em relação aos seus quadris tiveram 55% maior chance de desenvolver a doença; entre elas, o risco foi 91% maior.
Bergman e colegas testaram várias equações para checar qual corresponderia melhor à realidade. Eles tinham a porcentagem de gordura no corpo de duas populações estudadas antes, uma de 1.733 americanos descendentes de mexicanos, outra de 223 afro-americanos.
A gordura tinha sido medida por uma técnica de raio-X, a DXA (sigla em inglês para Absorciometria de Raios-x de Dupla Energia).
A fórmula conseguiu prever com precisão a gordura corporal nos casos acima de 20%; nos casos de gordura de 25% a 30%, a precisão foi total, erro de 0% na estimativa. Apenas nos casos de adiposidade abaixo de 10% a equação não foi tão precisa, indicando um erro de 17,4% a mais de gordura.
"O número de pessoas estudadas ainda é pequeno para generalizar para a população mundial", diz a brasileira Rosana Radominski, presidente da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica). "O percentual de gordura é muito relativo."
Entre o grupo de mexicanos-americanos, o porcentual de gordura medido pela técnica DXA variava de 8,7% a 61,2% da massa corporal. "Acima de 32% já há excesso, 60% vai ser sempre negativo", afirma Radominski.
Os extremos em saúde não costumam ser positivos. "Mas o porcentual pequeno de gordura em um atleta com massa muscular grande não é ruim", diz a médica; afinal, músculo pesa mais, e o atleta tem boa saúde geral.
Já em uma adolescente normal, esse mesmo porcentual de gordura pode significar que a garota está subnutrida e até incapaz de menstruar, com risco grave de desenvolver anorexia.
Os autores do estudo reconhecem que é preciso mais medidas e de diferentes populações para validar o novo índice.
Pesquisadores dizem que IAC é mais preciso na determinação do sobrepeso.
Cientistas estão questionando um dos padrões mais admirados pelos brasileiros: o bumbum avantajado. De acordo com uma matéria publicada na revista Época, pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, descobriram que as mulheres que têm quadris largos poderiam fazer parte do grupo daquelas pessoas que estão acima do peso.
Na verdade, o que a equipe do fisiologista Richard Bergman propõe é a substituição do IMC (Índice de Massa corpórea), que mede a obesidade com base no peso e na altura e vem sendo usado há quase 200 anos, pelo IAC (Índice de Adiposidade Corporal).
Este cálculo leva em consideração, além da altura de uma pessoa, a medida da circunferência de seu quadril para determinar quem está abaixo ou acima do peso. Os cientistas alegam que o cálculo do IMC não pode ser considerado preciso, já que ele não faz distinção entre o que é músculo e o que é gordura no corpo de alguém.
Em contrapartida, o novo índice parece mais preciso porque, ao usar a circunferência do quadril, leva em conta a propensão para acumular gordura. A localização da gordura é uma informação importante para prever o surgimento de doenças cardiovasculares. Algumas pessoas têm maior tendência para acumular gordura na barriga (o chamado corpo “maçã”). Outras, nos quadris (o chamado corpo “pera”).
Aprenda a calcular o IAC
IAC = circunferência do quadril - 18
altura x √altura
Resultado:
Homem
De 8 a 20 – adiposidade normal
De 21 a 25 – sobrepeso
Acima de 25 – obesidade
Mulher
De 21 a 32 – adiposidade normal
De 33 a 38 – sobrepeso
Acima de 38 – obesidade
O Índice de Massa Corporal (IMC), usado para medir o grau de magreza ou obesidade de uma pessoa, tem quase 200 anos de idade e defeitos.
Oito pesquisadores liderados por Richard Bergman, da Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles, criaram "Um Índice Melhor de Adiposidade do Corpo". Esse é o título do artigo científico em que descrevem o método, na revista médica "Obesity".
O novo método chama-se Índice de Adiposidade Corporal (IAC) e usa uma equação e apenas duas medidas -a circunferência do quadril e a altura da pessoa- para chegar à porcentagem de gordura no corpo.
O método tradicional de calcular é obtido ao se dividir o peso da pessoa em quilos pelo quadrado de sua altura em metros. [veja ilustração]
O velho índice foi criado em 1832 pelo matemático e astrônomo belga Lambert Adolphe Jacques Quetelet (1796-1874). O Índice de Quetelet foi rebatizado de IMC em 1972, e depois adotado pela Organização Mundial de Saúde como um método simples de medir a obesidade.
SÓ PARA MAIORES
O IMC é impreciso, pois não leva em conta o sexo ou a massa muscular (mulheres têm mais gordura; e músculos pesam mais que gordura). Também não é adequado para menores de 18 anos.
Saber a prevalência de obesidade em uma população é importante em termos de saúde pública. Trata-se de fator de risco para doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, hipertensão e câncer.
Por exemplo: estudo com 24.508 pessoas de 45 a 79 anos, no Reino Unido, revelou que 1.708 homens e 892 mulheres desenvolveram doença coronária cerca de nove anos depois.
Homens com as maiores cinturas em relação aos seus quadris tiveram 55% maior chance de desenvolver a doença; entre elas, o risco foi 91% maior.
Bergman e colegas testaram várias equações para checar qual corresponderia melhor à realidade. Eles tinham a porcentagem de gordura no corpo de duas populações estudadas antes, uma de 1.733 americanos descendentes de mexicanos, outra de 223 afro-americanos.
A gordura tinha sido medida por uma técnica de raio-X, a DXA (sigla em inglês para Absorciometria de Raios-x de Dupla Energia).
A fórmula conseguiu prever com precisão a gordura corporal nos casos acima de 20%; nos casos de gordura de 25% a 30%, a precisão foi total, erro de 0% na estimativa. Apenas nos casos de adiposidade abaixo de 10% a equação não foi tão precisa, indicando um erro de 17,4% a mais de gordura.
"O número de pessoas estudadas ainda é pequeno para generalizar para a população mundial", diz a brasileira Rosana Radominski, presidente da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica). "O percentual de gordura é muito relativo."
Entre o grupo de mexicanos-americanos, o porcentual de gordura medido pela técnica DXA variava de 8,7% a 61,2% da massa corporal. "Acima de 32% já há excesso, 60% vai ser sempre negativo", afirma Radominski.
Os extremos em saúde não costumam ser positivos. "Mas o porcentual pequeno de gordura em um atleta com massa muscular grande não é ruim", diz a médica; afinal, músculo pesa mais, e o atleta tem boa saúde geral.
Já em uma adolescente normal, esse mesmo porcentual de gordura pode significar que a garota está subnutrida e até incapaz de menstruar, com risco grave de desenvolver anorexia.
Os autores do estudo reconhecem que é preciso mais medidas e de diferentes populações para validar o novo índice.
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