3.22.2011

Leucemia: Maior controle na assistência


A partir da próxima semana os hospitais vão receber estoques periódicos do medicamento Glivec, indicado para o tratamento da doença (*nota)
Representantes de todos os estados das áreas de Alta Complexidade e de Assistência Farmacêutica participam nesta quarta-feira (23), pela manhã, em Brasília, de reunião para avançar no novo modelo de assistência aos pacientes com Leucemia Mielóide Crônica (LMC) pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Um dos planos é ampliar o controle sobre a oferta do medicamento Glivec pelos hospitais. Por meio de um canal direto com o Ministério da Saúde, os pacientes ou demais interessados poderão, por exemplo, relatar dificuldades no acesso ao produto.

A partir da próxima semana, os hospitais vão passar a receber estoques periódicos do medicamento Glivec, indicado para o tratamento de LMC. A compra deste medicamento pelo Ministério da Saúde consta da Portaria 90, publicada no Diário Oficial da União do último dia 16. A medida beneficiará diretamente 7,7 mil pessoas que atualmente fazem uso do Glivec no Brasil, ampliando e melhorando a assistência oncológica no SUS.

A portaria dá cumprimento ao acordo estabelecido ano passado entre o Ministério da Saúde e o Laboratório Novartis, que fabrica o Glivec. Um dos termos da medida foi a compra centralizada do medicamento pelo governo federal que, ao adquirir o Glivec em grande escala, obteve uma redução significativa no preço do medicamento (de mais de 50%) e, com isso, terá uma economia de aproximadamente R$ 400 milhões no decorrer do período do acordo (de 2010 a 2012).

Paralelamente a esse esforço, o Ministério da Saúde vem adotando a política de “comprar melhor” – como ocorreu em relação ao Glivec – para, a partir da economia obtida, atender a uma maior quantidade de pessoas e com a melhor assistência possível. A medida mostra que no caso do Glivec, ao negociar diretamente com o laboratório produtor, o Ministério da Saúde comprou melhor e vai ampliar o acesso, aprimorando a assistência aos pacientes que utilizam o medicamento, com o atendimento pela rede hospitalar oncológica.

No decorrer de 12 meses – a partir do próximo dia 1º -, a rede hospitalar contará com 9,3 milhões de comprimidos de Glivec nas dosagens de 100mg e 400mg. Este quantitativo é superior ao volume de 8,5 milhões de comprimidos do medicamento que, segundo os hospitais oncológicos habilitados ao SUS, foram administrados em 2010.

No segundo semestre do ano passado, o Ministério da Saúde liberou R$ 412,7 milhões para serem investidos na reestruturação da assistência oncológica no SUS, quando também foram incluídos nove novos procedimentos para o tratamento de diferentes cânceres – inclusive o tratamento com o medicamento Rituximabe. Este pacote de medidas também ampliou, em até 10 vezes, o valor pago a 66 procedimentos que já eram realizados no Sistema Único de Saúde
Portal Saúde
Nota
Glivec é indicado para o tratamento de: - pacientes adultos com leucemia mielóide crônica (LMC) recentemente diagnosticada, cromossomo Philadelphia positivo, bem como para o tratamento de pacientes com LMC cromossomo Philadelphia positivo em crise blástica, fase acelerada, ou fase crônica após falha ou intolerância à terapia com alfa-interferona, - pacientes adultos com leucemia linfoblástica aguda (LLA Ph+) recentemente diagnosticada, cromossomo Philadelphia positivo integrados com quimioterapia, - pacientes adultos com tumores estromais gastrintestinais (GIST), não-ressecáveis e, ou metastáticos. A eficácia de Glivec baseia-se nas taxas globais de resposta hematológica e citogenética e na sobrevida livre de progressão, em LMC, nas taxas de resposta hematológica e citogenética em LLA Ph+, bem como nas taxas de resposta objetiva em GIST (vide Farmacodinâmica). Exceto em leucemia mielóide crônica (LMC) em fase crônica, recém diagnosticada, não há estudos controlados que demonstrem aumento da sobrevida.

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