A evolução física, tão decantada pelos poetas como em Seu corpo , Garota de Ipanema e tantas outras canções , acontece em mentes inexperientes , vaidosas, que pensam poder apalpar as nuvens . A evolução mental que descreve o viver e suas demandas , ensinando aos jovens o bom existir, reside em um corpo castigado pelas mudanças que proporcionaram a evolução dos saberes . Não existe mente sem corpo , nem corpo sem mente . O semblante se mostra como o espelho das interiorizações do ser .
As mudanças de nosso corpo procedem graças à evolução de nossos genes que, habitando os nossos cromossomos, transferem às novas gerações o aprendido hoje , que facilitará a continuidade da evolução da ciência . São as mudanças de comportamento que fazem surgir as trocas ou alternâncias intrínsecas do ser . Essas trocas ou alterações tornam novas as características da prole .
O adaptar-se a mudanças requer maturidade . A maturidade vem de exaustivas experiências vividas. E é a maturação do vivido e aprendido que nos faz descobrir os encantos do ocaso . Mas a luta será grande até lá . Assim , não é uma benção envelhecer, mas sim uma meta saber envelhecer . Dessa forma, armazenar todas as vivências para a velhice futura que, se não acontecer, nada foi perdido, constitui-se como uma boa diretriz para viver . A benção é o próprio nascer . É a força maior da manutenção da espécie que evolui.
Finalmente entregamos os pontos para o evento natural . Tudo na natureza , e porque não no universo , é dinâmico . Nada para, nada volta , sempre evolui para o novo , e esse novo assusta como todo desconhecido . Ninguém ama a decadência . Devemos nos preparar com uma vida saudável para despertar com uma velhice de qualidade . Por mais simples que seja sua vida, ela será sempre somente sua e daqueles que opinaram por lhe querer bem .
Por Wilson Barreto
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