3.24.2011

Dor

E você percebe o quanto é pequeno diante de tudo. O quanto o seu corpo é frágil e como ele pode reagir de maneira dolorosa. Quantos pensamentos bobos passam pela sua cabeça, enquanto a febre altamente perigosa delira seus pensamentos. E mesmo no calor sufocante do dia, a única coisa que você quer é evitar os arrepios que tomam o seu corpo por inteiro. Então você pega a coberta mais quente que possui e esconde-se dentro dela, encolhe-se o máximo que pode, até o calor do seu corpo deixá-lo mais quente ainda. Às vezes isso sufoca, mas é melhor que os inúmeros arrepios que se seguem repetidamente.
Tentar dormir apenas para não sentir a dor, não se consegue sonhar com nada. A agonia é tanta que mesmo com os olhos fechados, pode-se ouvir as lentas horas passar.
Os dias passam e você espera que o seu corpo melhore e reaja a cada medicação tomada. Mas, parece ser em vão. Antes podia-se dormir para esquecer a dor, agora a dor não deixa você dormir. Ela é aguda, ela tira o ar e por incrível que pareça ela só aparece porque você respira. Como não encher os pulmões de ar, se isso é extremamente preciso. É difícil dividir-se entre respirar e agüentar a dor.
Forças? Talvez, as últimas que restam estejam esgotando-se junto com o bom humor e a vontade de melhorar. As olheiras estão profundas, a cabeça está desacorçoada, completamente vaga. Até pensar dói. Impossível virar-se, impossível deitar-se sem que a dor seja insuportável. Você se senta o mais rápido possível e a sua coluna lateja como nunca. Madrugadas inteiras em claro, por não poder deitar, por escorar na parede e não conseguir fechar os olhos. Pois, as pontadas já apontam como flechas querendo sair do corpo.
Andar com o corpo torto, para que tudo isso seja mais “suportável”. E contar os dias para que passe logo, para que acabe logo. Para poder abrir os braços, respirar fundo, dormir um sono leve e sem dor, esticar o corpo sem parecer que sua coluna vai saltar para fora em um só descuido.
O cansaço está nítido, a dor estampada a todo momento também.
Espirros? Nem pensar. A dor é tanta que desmaiaria no mesmo instante.
Tossir? Só se for pra escorrer algumas lágrimas dos olhos pingando de sono. Nem pesadelos doeriam tanto assim.
Espero que a melhora venha com a mesma rapidez que a dor invade meu corpo, pois já não aguento ficar com essa dor latejando descontrolada a toda hora. Machuquei a musculatura inteira do lado direito das minhas costas. E a dor no braço que é bem mais forte que a das costas, apareceu de repente. Não sei explicar. E não fiz nada para que ficasse tão machucada assim. Mas estou fazendo de tudo para amenizar essa dor que me tira o ar, e me deixa apenas com as noites longas e sem sonhos.

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