O Dia Mundial do Rim (10/3) foi criado há 11 anos pela Sociedade Internacional de Nefrologia. O órgão controla a pressão arterial, e é vital. Caso pare de funcionar a pessoa morre, se não fizer diálise. A instituição da data teve como objetivo chamar a atenção para o número crescente de pacientes com doenças renais crônicas que necessitam de tratamento por diálise, ou de transplante renal.
No Brasil, estima-se que quase um milhão de pessoas sofram de doença renal crônica, sendo que 70% delas não sabem disso. Atualmente, existe cerca de 100 mil pacientes em diálise no país. A maior parte desse tratamento (90%) é paga pelo SUS. Os números impressionam, visto que a cada ano estima-se que cerca de 390 novos pacientes - para cada um milhão de habitantes - necessitem de diálise.
A doença renal crônica é assintomática. As pessoas só percebem o problema quando tem pedra no rim, ou se arde na hora de urinar ou, ainda, quando o órgão está inchado. Na verdade, a pressão alta e o diabetes vão lesando o rim lentamente e são, portanto, as principais causas da doença renal crônica.
O problema atinge, principalmente, a população economicamente ativa, o que afeta totalmente seu ritmo de vida. Em 2009, o percentual de pacientes em diálise com idade maior ou igual a 60 anos foi de, aproximadamente, 40%. Outra situação grave, muito observada nas clínicas de diálise, é a quantidade de exames em não conformidade com índices recomendados. Um exemplo é a porcentagem de pacientes com anemia usarem Eritropoietina, 43% apresentam a taxa de hemoglobina abaixo do índice recomendado.
O Brasil não tem um sistema que forneça dados sobre a situação dos pacientes antes de iniciarem a diálise. Ainda não temos uma política eficiente voltada para a prevenção da doença renal. O problema ainda está na Atenção Básica. A maioria dos pacientes renais, quando descobrem que estão com a doença, já iniciam a hemodiálise. É uma doença silenciosa, cujos sintomas só aparecem quando aproximadamente 60% das funções renais estão comprometidas.
O fato é que o modelo de atenção deveria estar voltado para a Atenção Básica, mas não é isso que ocorre. O custo da hemodiálise é muito alto. Hoje, o Governo gasta R$144,17 por sessão, sendo que cada paciente deve fazer 3 sessões por semana, com duração de 4 a 6 horas cada uma. Isso gerou um gasto, em 2009, de R$1,7 bilhão para o SUS, condição essa que poderia ser modificada se o Governo investisse mais em programas para a prevenção da doença. Como de costume, o tratamento é muito mais caro do que campanhas de prevenção.
"Muitas vezes, a progressão da doença é silenciosa, isto é, sem grandes sintomas, o que leva o doente a recorrer ao médico tardiamente, já sem possibilidade de recuperação", na fase mais avançada da evolução da doença "surge o esgotamento total das funções renais, que terão de passar a ser substituídas pela diálise ou por um transplante".
É por isso, que "todos os anos surgem mais de dois mil novos casos de doentes em falência renal e a necessitar de diálise, ou, nos casos em que isso é possível, de serem transplantados".
Existem inúmeras doenças dos rins, algumas específicas destes órgãos e outras que aparecem no encadeamento de diversas doenças, como a diabetes ou a hipertensão.
"A principal consequência das doenças dos rins é, evidentemente, a insuficiência renal, situação extremamente grave, porque provoca uma deficiente depuração do sangue e a retenção no organismo de resíduos tóxicos, cuja acumulação pode provocar graves problemas no metabolismo".
As pessoas com doença renal crónica apresentam um risco bastante elevado de desenvolverem doenças cardíacas ou de virem a sofrer enfarte. Existem ainda os casos em que é um processo inflamatório que origina uma insuficiência renal apenas por um curto período de tempo.
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