Pesquisadores criam versões da sobremesa que reduzem colesterol e até aliviam o efeito da quimioterapia
Rachel CostaREMÉDIO
Gruen, da Universidade de Missouri, nos EUA, lidera testes finais
com um produto para melhorar o funcionamento do sistema digestivo
Uma bola de sorvete por dia para diminuir o colesterol. Pode soar estranho, mas isso já é possível em Buenos Aires. Desenvolvido pelo Programa Argentino de Prevenção ao Infarto em parceria com a Universidad Nacional de La Plata, a sobremesa resulta de uma tendência observada em outros centros de pesquisa: acrescentar ingredientes ao sorvete para torná-lo capaz de interferir positivamente na saúde do consumidor. Na receita argentina, a adição de fitoesteróis e ácidos graxos combate o colesterol – que, estima-se, pode ser reduzido em até 20% com a ingestão diária de 120 gramas do produto.
Na Nova Zelândia, uma equipe da Universidade de Auckland realiza, em oito centros oncológicos do país, testes com o ReCharge, sorvete que promete reduzir os efeitos colaterais da quimioterapia, como anemia. Outros grupos testam formulações acrescentando probióticos (bactérias que ajudam o funcionamento do intestino) e fibras. É o caso de cientistas da Universidade de Missouri (EUA). O produto deve ficar pronto dentro de poucos meses.
A motivação para trabalhar com o sorvete deve-se ao fato de ele ser bastante consumido. “Mas temos de fazer com que os ingredientes que acrescentamos não afetem o sabor ou a textura”, disse à ISTOÉ Ingolf Gruen, da Universidade de Missouri. Para isso os cientistas têm à disposição alguns segredos. “Compostos como a inulina conferem a maciez e a textura proporcionadas pela gordura”, diz Adriano da Cruz, aluno da Universidade de São Paulo que estuda a adição dessas fibras ao sorvete.
Na Argentina, era preciso reduzir a gordura da receita original. “Um sorvete tem entre 8% e 12% de gordura. Na nossa formulação, reduzimos para 1,5%”, disse à ISTOÉ Luis Perego, diretor do Programa de Prevenção ao Infarto. Já na pesquisa de Gruen, o ingrediente foi mantido e o que se buscou foi adicionar substâncias à massa para torná-la mais saudável. No caso do sorvete neozelandês, nada de retirar gordura. O ingrediente é benquisto, pois ajuda os pacientes com câncer a manter o peso durante a quimioterapia
Nota: Se a moda pega vamos comprar remédio na sorveteria .(boaspraticasfarmaceuticas)
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