Menstruar ou não menstruar? Eis a questão qe não sai da cabeça de muitas mulheres. As dúvidas são muitas. Para esclarecer sobre este assunto, a ginecologista Melissa Abelha responde a cinco perguntas. Saiba mais!
1- Afinal, a mulher pode ficar sem menstruar?
Hoje em dia, existem no mercado vários métodos contraceptivos que levam a tal benefício. Estes medicamentos são indicados no tratamento de algumas patologias, como sangramento uterino disfuncional, no caso de cólicas menstruais mais intensas e endometriose. Mas, o que está em questão é a amenorréia (ausência de menstruação) como decisão da mulher atual, que trabalha, estuda, toma conta de casa e que tem a menstruação como um incômodo mensal. Nesse caso, ela pode, sim, optar pelo uso do contraceptivo contínuo.
2 - Isso influencia em uma futura gravidez?
Depende da escolha do método para parar de menstruar. Alguns anticoncepcionais de depósito, como determinada injeção usada trimestralmente para entrar em amenorreia, causa uma irregularidade hormonal que pode levar de seis meses a um ano para voltar à normalidade.
Se a paciente tiver optado por fazer outro tratamento para parar de menstruar, como a ablação endometrial - um tipo de cirurgia minimamente invasiva que cauteriza o tecido uterino responsável pela menstruação - dificilmente irá conseguir engravidar novamente. Porém, se estivermos falando do uso contínuo de um anticoncepcional oral ou do dispositivo intrauterino que leva à amenorréia, assim que for suspenso o uso, o organismo retorna à sua função ovulatória fisiológica, não afetando o futuro reprodutivo da mulher.
3 - Quais as consequências para o dia a dia da mulher? E em longo prazo?
Ficar sem menstruar traz uma liberdade muito maior para o dia a dia da mulher, assim como se programar para determinada viagem, ou mesmo a lua de mel, sem correr o risco de estar sangrando em um momento indesejado. Em longo prazo, não há diferença entre as consequências do uso de um contraceptivo com intervalo para menstruar ou não.
4 - A mulher pode optar por qualquer tipo de anticoncepcional ou um é mais indicado do que o outro para uso contínuo?
Toda medicação deve ser individualizada. Apesar dos anticoncepcionais serem vendidos sem receita médica, isso não faz dele um tratamento diferente dos demais. Há hormônios que melhoram a pele, que têm maior ou menor alteração da libido, os que deveriam ser utilizados preferencialmente por mulheres que já tiveram filhos, outros especiais para mulheres de determinadas idades ou acometidas por algumas patologias como, por exemplo, enxaqueca.
5 - Para alguns especialistas, o excesso de hormônio pode acarretar diversos problemas à saúde, até mesmo, a evolução de um câncer. Esta informação é verdadeira?
Se estivermos falando de contraceptivos hormonais que levam à ausência da menstruação a resposta é que não há diferença entre os de uso contínuo ou sequenciais.
Existe um tipo de hormônio que, se usado continuamente até depois dos 35 anos, pode estar relacionado com a osteoporose da terceira idade. Quanto ao câncer - aqui não estamos discutindo terapia hormonal após a menopausa - há alguns estudos que tentam provar que há uma maior probabilidade de infecção por HPV - o vírus causador do câncer de colo do útero - em pacientes usuárias de contracepção hormonal e, consequentemente, o que estaria aumentando a chance de um câncer de colo futuro. Mas, outros estudos mostram determinada proteção contra o câncer de ovário por usuárias de contraceptivos hormonais.
Há ainda as pacientes que têm determinada disfunção hormonal que, apesar de não usarem nenhuma medicação para tal fim, ficam longos períodos sem menstruar. Nesse caso, essas mulheres têm uma maior chance de desenvolverem câncer de endométrio e ficam protegidas quando usam os anticoncepcionais, sendo eles cíclicos ou contínuos. Porque o problema não é ficar sem menstruar quando se está usando um determinado hormônio para esse fim e, sim, as pacientes que menstruam apenas ocasionalmente ou irregularmente e que não se importam com isso, deixando de pesquisar as causas e tratá-las sem saber das possíveis consequências.
CÓLICA MENSTRUAL: O PROBLEMA PODE SER MAIOR DO QUE APARENTA
Só quem é mulher para entender como é desconfortável passar um dia inteiro com cólica. Mas, esse problema pode esconder alguns disturbios muito mais graves e sérios. Confira esta matéria!
Mas, você sabia que por trás de uma simples cólica menstrual pode existir uma doença mais grave? É o caso da endometriose. De acordo com o Dr. Eduardo Schor, ginecologista e coordenador do Ambulatório de Endometriose e Dor Pélvica da UNIFESP, os profissionais não dão a devida importância às cólicas progressivas das mulheres, levando, geralmente, ao diagnóstico tardio da endometriose, um problema que afeta de 10% a 15% das brasileiras.
"Alguns trabalhos mostram que os primeiros sintomas ocorrem entre os 16 e 20 anos de idade, mas o diagnóstico somente é fechado oito ou dez anos depois. Nesses casos, apenas 40% delas obtêm sucesso com o tratamento clínico, além de dificultar uma gravidez natural ou, até mesmo, levar a infertilidade. Os outros 60% acabam necessitando de cirurgia que, geralmente, são mutiladoras e a mulher pode perder ovários, parte do intestino ou trompas", alerta o especialista.
A endometriose é uma doença caracterizada pela presença do endométrio - tecido que reveste o interior do útero - fora da cavidade uterina. Esse tecido pode se alojar em outras partes do útero ou em outros órgãos da pelve como trompas, ovários, intestinos, bexiga.
O Médico explica que, quando a doença é diagnosticada precocemente, em cerca de 90% dos casos é possível tratar clinicamente, suspendendo a menstruação com o uso contínuo de pílulas anticoncepcionais, dispositivos intra-uterinos (DIU) com hormônios ou injeções. "Na fase inicial, uma gravidez também pode funcionar como tratamento, mas como as mulheres estão engravidando cada vez mais tarde por conta do seu papel no mercado de trabalho, a incidência e a agressividade da doença só vem aumentando. Por isso a endometriose é chamada de Doença da Mulher Moderna", diz ele.
Além das dores que, em alguns casos podem até provocar alterações posturais, a qualidade de vida e a satisfação sexual são muito prejudicadas. Uma pesquisa feita com 200 mulheres com e sem endometriose, aponta que 16% das que sofrem de endometriose classificam sua qualidade de vida como ruim ou muito ruim contra nenhum apontamento entre as mulheres sem a doença. Atingir um orgasmo também parece uma tarefa impossível para 24% delas, contra apenas 6% entre as mulheres sadias.
Por isso, se você sofre todos os meses com fortes dores, nada de se automedicar. O melhor que você tem a fazer é procurar o seu médico e fazer os exames para ver se sofre ou não de endometriose. Nada de deixar a sua saúde e a sua vida sexual prejudicadas!
MENINAS QUE MENSTRUAM CEDO PODEM DESENVOLVER DEPRESSÃO
Mudanças hormonais podem ser as grandes responsáveis pelo problema.
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O resultado é fruto de uma análise que contou com a participação de 2.184 garotas. Elas foram divididas em idades, as de 10 anos e meio, 13 e 14. Percebeu-se que, em média, as participantes começaram a menstruar aos 12 anos e meio. As meninas que tiveram a primeira menstruação com 11 anos e meio mostraram os maiores níveis de sintomas da depressão entre os 13 e 14 anos. Já as que menstruaram com 13 anos ou mais ficaram com os menores índices.
De acordo com a cientista Carol Joinson, as jovens que amadurecem mais cedo podem se sentir isoladas e mal preparadas para as mudanças hormonais. Porém, é possível ainda que as meninas que menstruam depois dos 12 possam sofrer níveis similares de incômodos psicológicos na fase adulta.
Na opinião da psicóloga Denise Marcon, as mudanças corporais repentinas mexem diretamente com o lado emocional destas meninas: “Podemos observar que as adolescentes estão cada vez mais precoces. Desta forma, as mudanças corporais se tornam mais rápidas e o desenvolvimento psíquico e emocional acaba por não acompanhar essas mudanças, o que pode resultar em conflitos internos e até mesmo estados depressivos”.
TPM: SINTOMAS, PREVENÇÃO E TRATAMENTOS
Saiba tudo sobre este terror da vida das mulheres!
“Pesquisas indicam que existe uma íntima relação entre os hormônios sexuais femininos, as endorfinas (substâncias naturais ligadas à sensação de prazer) e os neurotransmissores, como a serotonina, que explicam os sintomas e sua severidade em, aproximadamente, 8% das mulheres”, esclarece a ginecologista Rosa Maria Neme (CRM SP-87844), doutora em Medicina na área de Ginecologia pela Universidade de São Paulo e Diretora do Centro de Endometriose São Paulo.
Contudo, para quem sofre de cólica no período menstrual a especialista dá um alerta: “Este sintoma pode estar relacionado a outros problemas, como endometriose, por exemplo, mas não representa uma alteração típica acionada pela TPM”.
Conheça melhor a TPM
Sintomas
Os sintomas comportamentais e físicos da TPM variam de pessoa para pessoa. Os mais comuns são a irritabilidade, alteração de humor, depressão, ansiedade, dores nas mamas, aumento do apetite (principalmente relacionado ao consumo de doces), dores de cabeça e inchaço no corpo. Outras mudanças, tais como: distúrbios do sono, cansaço, dificuldade de concentração, dores musculares e ganho de peso podem estar presentes.
“O impulso de ingerir doces nesta fase está ligado a uma alteração dos neurotransmissores cerebrais, principalmente a serotonina, que gera uma alteração no centro de controle do apetite”, esclarece Dra. Rosa, destacando que, em casos mais severos, o critério que irá determinar a gravidade é a quantidade de sintomas e o quanto isto afeta a vida rotineira da mulher.
Prevenção
Como evitar ou diminuir as mudanças bruscas no humor e no organismo feminino? Para controlar a TPM, o ideal é manter uma vida equilibrada e realizar exercícios físicos aeróbicos regulares. “Sabe-se que a prática dos exercícios, além de aliviar o estresse, mantém os níveis hormonais mais estáveis e, dessa forma, evitam as alterações bruscas de humor”, explica.
Outro ponto que deve ser considerado importante é a alimentação. Sintomas da TPM que ocorrem cerca de 10 dias antes da menstruação, podem ser causados por baixas de cálcio e vitamina B6 no organismo. Assim, alimentos ricos em cálcio, como leite, iogurte, queijo, sorvete (em versões desnatadas e menos gordurosas). Peixes, salmão, vegetais verdes também são importantes.
Outros alimentos como banana, batata, lentilha, carnes, grãos integrais, vegetais verdes, abacaxi, manga e milho são ótimas fontes de vitamina B6. Alimentos ricos em fibras, como as frutas, legumes e verduras em geral, podem também auxilia r na diminuição dos níveis de estrógeno nesta fase do ciclo menstrual, melhorando os sintomas da TPM.
“Alimentos com efeito diurético, ricos em ácidos graxos essenciais, encontrados no óleo de prímula e o ginko biloba, chá verde, frutas com efeito diurético como melancia, melão e alcachofra podem auxiliar a combater o inchaço nesta fase. Estimulantes, como o chá preto, café e chocolate devem ser evitados neste período”, recomenda Dra. Rosa.
Tratamento
Atualmente, a utilização de métodos hormonais que bloqueiam a menstruação, como o Sistema intra-uterino medicado com progesterona e o uso de novas pílulas contraceptivas de última geração que apresentam o hormônio progesterona com efeito diurético, têm sido consideradas as novas armas no combate ao problema.
“Tratamentos com vitaminas, fitoterápicos, e até medicações mais potentes, como antidepressivos, também fazem parte das indicações médicas. Isto dependerá da gravidade dos sintomas. A psicoterapia também pode ajudar bastante, deste que seja prescrita pelo médico. Atualmente, um novo contraceptivo que apresenta estrogênio natural (valerato de estradiol) ao invés do sintético (etinil estradiol) também pode ser uma arma importante no combate a TPM”.
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