12.12.2011

Exame de sangue usa luz para detectar risco de novo infarto

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Um novo exame pode ajudar os médicos a avaliar o risco de um paciente sofrer um novo infarto.
Pessoas que já sofreram um evento cardiovascular ou têm um stent (tubinho de metal que abre artérias entupidas) implantado em suas coronárias precisam tomar remédios para evitar a formação de coágulos que podem bloquear os vasos do coração e causar um novo infarto.

Arte
Mas essas drogas, em geral aspirina e clopidogrel, podem não funcionar em até 30% das pessoas, por motivos como peso, idade, diabetes e fatores genéticos.
Os remédios trabalham para impedir a junção das plaquetas, células do sangue que formam os coágulos.
O novo exame analisa a passagem da luz pelas amostras de sangue para saber se as plaquetas estão agregadas ou não.
O sangue é colocado no aparelho e fica em pequenos compartimentos, onde a ação das plaquetas é estimulada. Se a passagem da luz for pequena, significa que as plaquetas estão soltas e o remédio está funcionando.
Se passar muita luz, significa que as plaquetas estão agregadas, e a drogas não estão agindo como o esperado.
RESULTADO RÁPIDO
Já existem testes que medem a agregação das plaquetas. A diferença do novo aparelho é o método e a rapidez, segundo Marco Aurelio Magalhães, coordenador da cardiologia invasiva do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
"Temos o resultado em até 150 segundos. Há métodos por laboratório que levam até 48 horas. Nesse meio tempo, o paciente pode ter um novo infarto antes que tenhamos a chance de trocar ou aumentar a dose dos remédios."
Magalhães, que está usando o teste há um ano, afirma que o aparelho pode ser usado logo após a cirurgia feita depois que a pessoa infarta. Em muitos casos, é implantado um stent, que pode causar coágulos.
"As pessoas acham que é a gordura entupindo a artéria a causa dos infartos. Mas é a coagulação causada quando uma placa de gordura se solta é que causa a obstrução", completa.
Os planos de saúde ainda não cobrem o teste, que custa R$ 300 para cada remédio avaliado separadamente. Se o paciente toma dois medicamentos, o custo é de R$ 600.
O exame pode ser feito uma só vez, logo após a pessoa infartar e começar a tomar as drogas contra coagulação.
Para o cardiologista Leopoldo Piegas, do HCor (Hospital do Coração), o exame é caro demais. Ele afirma que já existem outros novos métodos para medir a agregação das plaquetas, que fazem a análise usando a condutividade elétrica do sangue.
"O teste mostra só uma tendência. Às vezes ele identifica pacientes como tendo maior risco e eles não têm."
Magalhães, dos Oswaldo Cruz, afirma que a experiência com o aparelho vem sendo positiva. "Esperamos que o teste entre na prática clínica e passe a ser pago pelos convênios."
 DÉBORA MISMETTI
EDITORA-ASSISTENTE DE "SAÚDE-Folha

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