Quem sofre com a hipertensão além de se preocupar com o desenvolvimento de doenças do coração, devem ficar em alerta com relação a outra doença grave: o câncer. Saiba mais!
“Esse é o maior estudo já realizado para investigar a associação entre as duas condições e é de grande importância para a comunidade médico-científica já que, atualmente, a hipertensão é uma questão de saúde pública”, explica o diretor do Cetus-hospital dia de Betim (MG), o oncologista Dr. Charles Pádua.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) existem cerca de 600 milhões de hipertensos no mundo. Somente no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensos (SBH), a doença atinge, em média, 25% da população adulta, chegando a mais de 50% na terceira idade e a 5% dos 70 milhões de crianças e adolescentes.
A pesquisa liderada pelo Dra. Mieke Van Hemelrijck foi realizada em 289.454 homens e 288.345 mulheres e mostrou um risco de 10 a 20% maior de desenvolver câncer em homens, e um risco maior de morrer da doença em homens e mulheres. Pádua explica que os pesquisadores analisaram dados sobre a pressão arterial e a incidência de câncer e a morte em um estudo prospectivo que inclui sete grupos de participantes na Noruega, Áustria e Suécia.
Os resultados foram divididos em cinco grupos e as pessoas com menor pressão média foram incluídas no primeiro grupo e aquelas com maior pressão no último grupo. Em 12 anos de observações e respostas, excluindo o primeiro ano, 22.184 homens e 14.744 mulheres foram diagnosticados com câncer e 8.724 homens e 4.525 mulheres morreram da doença. Isso quer dizer, que o risco geral de desenvolver qualquer tipo de câncer aumentou 29% entre os homens do quinto grupo e os do primeiro grupo.
A pesquisa também descobriu que com o aumento da pressão arterial, cresceu o risco em homens de cânceres de boca, pulmão, colo-retal, bexiga, rim, melanoma e câncer de pele. Mas, já nas mulheres, o aumento da pressão arterial não foi estatisticamente significativa e associada ao risco geral de desenvolver qualquer tipo de câncer, mas foi associado com um risco maior de cânceres de fígado, pâncreas, colo, endométrio e melanoma.
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