Pesquisa mostrou que uso frequente de medicamentos como a aspirina pode diminuir em até 15% as chances de um dos tipos da doença
Aspirina e outros medicamentos da classe dos
anti-inflamatórios não esteroides podem proteger contra alguns tipos de
câncer de pele
(Thinkstock)
Um novo estudo feito no Hospital Universitário de Aarhus, na Dinamarca,
sugere que fazer uso de aspirina e outros analgésicos pode proteger
contra alguns tipos de câncer de pele. Segundo a pesquisa, uma pessoa
que toma frequentemente algum anti-inflamatório não esteroides ao longo
de sete anos chega a ter um risco 15% menor de desenvolver a doença. O
trabalho foi publicado nesta segunda-feira no site do periódico Cancer, uma publicação da Sociedade Americana de Câncer.Opinião do especialista
Veridiana Pires de Camargo
Oncologista clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) e do Hospital Sírio-Libanês. É especialista em melanoma e sarcoma
Oncologista clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) e do Hospital Sírio-Libanês. É especialista em melanoma e sarcoma
"Associar analgésicos a um menor risco de câncer de pele é, definitivamente, algo novo e ainda inicial, embora o efeito protetor desse tipo de medicamento já tenha sido atribuído a outros tipos de câncer, especialmente ao de intestino.
Como o câncer está relacionado a muitos quandros de inflamação, esses resultados podem se mostrar verdadeiros, já que drogas como a aspirina funcionam como anti-inflamatórios muito potentes.
Como os três tipos de cânceres estudados apresentam mecanismos diferentes, a droga pode agir de maneiras diversas em cada tipo da doença, o que explica as diferenças da redução de risco demonstrada pelas substâncias.
É preciso que mais estudos sejam feitos, comparando pacientes com câncer de pele que fazem uso de analgésicos a pacientes que nunca tomam esses medicamento".
Os resultados indicaram que as pessoas que seguiram ao menos duas prescrições de uso de algum desses medicamentos ao longo de sete anos ou mais tiveram 15% menos chances de desenvolverem carcinoma de células escamosas e 13% menos riscos de terem melanoma maligno em comparação com aquelas que seguiram menos do que duas prescrições. De maneira geral, no entanto, as drogas não protegeram os indivíduos contra o carcinoma basocelular. A diminuição de risco para esse tipo da doença foi de 15% a 21% apenas quando o paciente tomou a droga em grandes quantidades e durante muito tempo, e mesmo assim só ocorreu em relação a tumores em partes do corpo que não costumam ficar expostas ao sol.
Segundo os autores do estudo, pesquisas anteriores já haviam sugerido que essa classe de medicamentos pode diminuir o risco de uma pessoa desenvolver alguns tipos de câncer, mas essa é a primeira a olhar para o câncer de pele. “Esperamos que o efeito protetor dos anti-inflamatórios não esteroides em relação ao câncer demonstrado por nós inspire novos estudos em relação à doença de pele. Nossos resultados também devem contribuir com as discussões sobre benefícios e malefícios do uso dessas drogas”, afirma Sirgún Johannesdottir, que coordenou o trabalho.
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