Cientistas israelenses desenvolvem maconha medicinal sem 'barato'
Pesquisadores conseguiram neutralizar a substância THC.
Planta foi desenvolvida pela Universidade Hebraica de Jerusalém.
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Cientistas da Universidade Hebraica de Jerusalém desenvolveram um tipo
de maconha medicinal, neutralizando a substância THC, que gera os
efeitos cognitivos e psicológicos conhecidos como 'barato'.
Maconha foi desenvolvida por cientistas da Universidade Hebraica de Jerusalém. (Foto: Z. Klein)
De acordo com a professora Ruth Gallily, especialista em imunologia da
Universidade Hebraica de Jerusalém, a segunda substância mais importante
da cannabis - o canabidiol (CBD) - tem propriedades 'altamente
benéficas e significativas' para doentes que sofrem de diabetes, artrite
reumatóide e doença de Crohn.
Gallily, que estuda os efeitos medicinais da cannabis há 15 anos, disse
à BBC Brasil que o CBD que se encontra na planta 'não gera qualquer
fenômeno psicológico ou psiquiátrico e reprime reações inflamatórias,
sendo muito útil para o tratamento de doenças autoimunes'.
'Obtivemos resultados fantásticos nas experiências que fizemos in vitro
e com ratos, no laboratório da Universidade Hebraica', afirmou a
cientista, que é professora da Faculdade de Medicina.
Plantação de maconha da empresa Tikkun Olam. (Foto: Z. Klein)
De acordo com ela, após o tratamento com o CBD, o índice de mortalidade
em consequência de diabetes nos animais foi reduzido em 60%, tanto em
casos de diabetes tipo 1 como tipo 2.
'Para pacientes idosos que sofrem de artrite reumatoide, o uso da
cannabis pode ter efeitos maravilhosos e melhorar muito a qualidade de
vida', disse Gallily.
'Constatamos em nossas experiências que o CBD leva à diminuição
significativa e muito rápida do inchaço em consequência da artrite.'
A pesquisadora afirma que remédios à base de CBD seriam muito mais
baratos que os medicamentos convencionais no tratamento dessas doenças.
A empresa Tikkun Olam obteve a licença do Ministério da Saúde
israelense para desenvolver a maconha medicinal e cultiva diversas
variedades da planta em estufas na Galileia, no norte de Israel.
Pacientes
De acordo com Zachi Klein, diretor de pesquisa da Tikkun Olam, mais de
8.000 doentes em Israel já são tratados com cannabis, a qual recebem com
receitas médicas autorizadas pelo Ministério da Saúde.
De acordo com Klein, a empresa pretende desenvolver um tipo de maconha
com proporções diferentes de THC e canabidiol, para poder ajudar a
diversos tipos de pacientes.
'Há pacientes para os quais o THC é muito benéfico, pois ajuda a melhorar o estado de espírito e abrir o apetite', afirmou.
Ele diz ainda que, em casos de doentes de câncer, a cannabis em seu
estado natural, com o THC, pode melhorar a qualidade de vida, já que a
substância provoca a fome conhecida como 'larica', incentivando os
pacientes a se alimentarem.
O psiquiatra Yehuda Baruch acredita que 'o CBD tem significados
medicinais fortes que devem ser examinados'. Baruch, que é o responsável
pela utilização da maconha medicinal no Ministério da Saúde, disse à
BBC Brasil que 'sem o THC, a cannabis será bem menos atraente para os
traficantes de drogas'.
O psiquiatra afirmou que nos próximos meses o Ministério da Saúde dará
inicio a um estudo sobre os efeitos do THC e do CBD em pacientes que
sofrem dores crônicas.
O experimento será feito com 50 pacientes, que serão divididos em dois
grupos. Um grupo receberá cannabis com alto nível de THC e baixo nível
de CBD e o segundo receberá mais canabidiol do que THC.
Depois de um mês os grupos serão trocados e, durante a experiência, os
pacientes preencherão questionários avaliando as alterações na
intensidade da dor.
Nota boaspraticasfarmaceuticas: Sem t.h.c (poder alucinógico) da maconha os praticantes poderiam fumar a vontade e até
vender para quem quizesse, que não seria crime. Bem que esta experiência poderia ser realizada com a folha de coca. (Ganharia o premio nobel).
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