5.28.2012

Gilmar Cachoeiras Dantas Mendes

ATESTADO DE IDIOTA

Laerte Braga
A revista VEJA e o grupo GLOBO (jornal, revista, rádio e tevê) imaginam que os brasileiros sejam todos idiotas e engolirão sem questionar as declarações de Gilmar Mendes afirmando que Lula pediu que o julgamento do mensalão fosse adiado em troca de não envolver Gilmar com a construtora Delta e os negócios de Carlos Cachoeira.
É simples entender isso. Basta voltar um pouco no passado, quando William Bonner, apresentador do JORNAL NACIONAL, rotulou o telespectador daquela revista televisiva de “Homer Simpson”. Alusão a um personagem de uma série da tevê americana apresentado como idiota, mais precisamente como ingênuo.
Gilmar é useiro e vezeiro nesse tipo de expediente. Fez o mesmo quando concedeu dois habeas corpus a Daniel Dantas e se valeu de VEJA para tentar desmoralizar o delegado Protógenes Queiroz. O personagem escolhido para coadjuvar foi Demóstenes Torres e agora envolve outra figura complicada, Nélson Jobim, em sua história, em sua mentira.
Jobim já desmentiu, lógico, é esperto para cair nessa, ou se deixar envolver por um bandido sem qualquer escrúpulo, que virou ministro do Supremo Tribunal Federal para garantir a impunidade de FHC e seus parceiros. Como ele Jobim que foi para o STF e se declarou, em sua posse, “líder do governo” naquela Corte. Começou ali a desmoralização da Casa.
É um erro imaginar que Lula – sem análise de mérito de seu governo, mas de sua capacidade como político – fosse agir dessa forma, ou se dirigir a uma figura repulsiva como Gilmar Dantas para pedir alguma coisa, qualquer coisa que fosse, ou seja. Mas é crível imaginar que a visita a Jobim foi marcada com antecedência e aí deu a cara a tapas, não é possível que não saiba quem é Jobim.
VEJA e os veículos GLOBO apostaram no fato, a revista ao inventá-los e os parceiros a replicá-lo insistentemente, naquela convicção que basta noticiar que a dúvida fica lançada e alguém, certamente, vai dar crédito.
Tal e qual a história da apresentadora Xuxa com os “abusos sexuais”. Foram muitos, não sabe quem abusou e ao perceber a reação negativa junto à opinião pública, a repercussão nas redes sociais, não quis mais tocar no assunto.
O que está em jogo é grande demais para que bandidos deixem barato.
O esquema Cachoeira é apenas uma ponta de um iceberg que mais que políticos corruptos envolve empresas corruptoras e um mundo institucional falido. É evidente, políticos corruptos são substituíveis por outros, empresas, bancos, latifundiários não. São sempre os mesmos e seus herdeiros desde tempo imemoriais.
O modelo político e econômico arrombado pela porta da frente e a dos fundos. Não interessa  aos três maiores partidos políticos brasileiros que os fatos sejam apurados na sua totalidade, nem PT, nem PSDB e nem PMDB, pois cria uma realidade impensável para esse clube de amigos e inimigos cordiais.
Bronco, acostumado a se cercar de capangas, de pistoleiros, principalmente em sua cidade Diamantino, Gilmar Dantas, entendeu de dar um empurrão no esquema, criar um fato político que se sobreponha a toda e qualquer contestação a esse esquema, gerando até uma frase interessante do ministro Marco Aurélio Melo – “estamos vivendo num mundo esquisito”.
O que fazem é passar atestado de idiota para o leitor, o ouvinte, o  telespectador, no jornalismo de esgoto que é a rotina dessa gente.
Há uma charge perfeita que define o tipo de mídia que temos, a de mercado. O cidadão diz a Carlos Cachoeira que é sempre bom comprar uma revista numa banca, Cachoeira responde que sim e fala que compra no banco.
Compra VEJA, paga VEJA para mentir. A diferença entre VEJA e o grupo GLOBO é que os Marinhos pensam que têm sangue azul. É tão vermelho quanto qualquer outro e pior, as mãos estão sujas da participação na ditadura militar na omissão da tortura, dos assassinatos, de toda a sorte de barbáries cometidas àquela época.
O grupo na dimensão que tem hoje é produto da ditadura e dos interesses de bancos, empresas e latifúndio.
VEJA é rastaqüera, só isso.
Há um trem aí, no entanto, complicado. É perfeitamente possível que Nélson Jobim, intimamente ligado a FHC e publicamente eleitor de José Serra – atolado em negociatas com a Delta e suas ramificações – tenha armado toda essa farsa em conluio com Gilmar Mendes. Por que não?
Aí Lula foi ingênuo. Com esses caras – Gilmar e Jobim – só se conversa com pelo menos dez testemunhas idôneas e em local público.
De maneira diferente, dentro do escritório de Jobim é oferecer a cabeça à forca.
No duro mesmo Lula caiu numa armadilha. Conseqüência até dessa sabedoria política, a arte da sobrevivência, esse jogo de alianças com bandidos. Escorregou na sabedoria popular, esperto come esperto.
Muita coincidência Lula visitar Jobim e Gilmar Dantas estar lá.
Nessa arte de golpes de gabinete e jogadas como essa, nessa Lula não tem sido sábio, pelo contrário. Volta e meia se encrenca. Mas é óbvio que o ex-presidente jamais tocaria no assunto mensalão com alguém como Gilmar Mendes. Por mais amigo – azar dele – que seja do ex-ministro chefe do Gabinete Civil José Dirceu.
Lula tem o instinto da sobrevivência, falhou dessa vez, mas tem. Se viu presa de duas raposas e enrolado na mentira de VEJA e GLOBO.
O fato principal hoje é o esquema de Carlos Cachoeira, menos pelo banqueiro e mais pelo que ele arrasta consigo. A hipótese que a CPMI possa trabalhar sério é impensável para o governo, a oposição e os que corrompem.
Estão envolvidos governadores, José Serra, empreiteiros, banqueiros e mídia de mercado, VEJA então de forma escancarada. Obras do PAC, todo o esquema do clube de amigos e inimigos cordiais.
São funcionários dos corruptores deputados e senadores, a maioria, dos principais partidos com assento no Congresso Nacional. O que o brasileiro vai assistir é jogo de cena. Cada um jogando pedra no outro e todos permanecendo impunes, corruptos e corruptores.
Já imaginaram nas obras de Belo Monte, onde há trabalho escravo e Belo Monte em si é um absurdo, envolver os grupos envolvidos na construção? Ou as casas do programa Minha Casa Minha Vida que o próprio Lula quando presidente questionou a qualidade? São só dois exemplos.
Atrás de Cachoeira estão Norberto Odebrecht, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez, OAS e todas as grandes construtoras do País. Banco, inclusive o BNDES. As revelações que empresários brasileiros participaram do golpe contra Salvador Allende mostram o caráter dessa gente. São amorais.
Para esquentar mais o assunto está o Código Florestal, Dilma vetou, mas não mudou nada, apenas retardou um processo que vai depender de muita luta para evitar que o Brasil se torne um enclave do agronegócio, do latifúndio.
Em jogo também a Comissão da Verdade e as apurações sobre tortura, assassinatos à época da ditadura militar, Operação Condor e outras barbaridades mais.
Nelson Jobim e Gilmar Dantas passaram atestado de idiota para Lula e VEJA e GLOBO passam atestado de idiota para os brasileiros. Só isso, nada mais.
O  que Lula fez foi dar munição para os bandidos.  
É o que pensam. que somos idiotas.

Gilmar Dantas Cachoeira Mendes tem que ser chamado às falas

O Supremo precisa chamar Gilmar às falas
Luis Nassif

As seguintes suspeitas rondam o Ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), especialmente após sua última parceria com a revista Veja. E não tem como seus pares ignorarem:
  • Há indícios de alguma forma de envolvimento com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira e Demóstenes Torres. Há suspeitas de uma viagem paga a Berlim e voos fretados no Brasil. Seja o que for, se os fatos existiram ou não, se imprudência, desvio ético ou corrupção, a corte precisa apurar. Não pode ignorar suspeitas graves. Há a necessidade premente de se saber a extensão de suas ligações com Demóstenes, Cachoeira e Veja.
  • Há pelo menos um ato da maior gravidade, que necessita ser esclarecido: a contratação do principal operador de Cachoeira – o araponga Jairo -, para trabalhar na segurança do STF. Há indícios de jogadas combinadas entre Veja, Cachoeira e Gilmar. Foi a matéria “A República do Grampo”, mais os factoides sobre o grampo no Supremo que provavelmente forneceram o álibi para que Gilmar contratasse Jairo. A República do Grampo era controlada por Carlinhos Cachoeira e, graças a Gilmar, o Supremo pode ter ficado à mercê da organização criminosa. O episódio da falsa escuta no Supremo envolveu a instituição em uma armação que até hoje não foi esclarecida.
  • Há indícios veementes de que o encontro com Lula foi solicitado pelo próprio Gilmar. E desconfiança que se destinava a obter o apoio de Lula contras as investigações da CPMI de Cachoeira. Qual a moeda de troca?
  • A matéria da dupla Veja-Gilmar manipula declarações de vários ministros da corte, tendo como endosso Gilmar Mendes.
Gilmar precisa ser chamado a se explicar. O Supremo não pode ficar inerte ante o risco de um mega-escândalo que poderá afetar sua imagem. E robustecer teorias conspiratórias – como a de que vários ministros estariam reféns de Gilmar.


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