Um tucano bom de bico
Quem é e como agia o engenheiro Paulo Vieira de Souza, acusado por líderes do PSDB de ter arrecadado dinheiro de empresários em nome do partido e não entregá-lo para o caixa da campanha
Sérgio Pardellas e Claudio Dantas SequeiraPOSIÇÃO ESTRATÉGICA
Paulo Vieira de Souza na obra do Rodoanel, que custou R$ 5 bilhões
Nas últimas semanas, o engenheiro Paulo
Vieira de Souza tem sido a principal dor de cabeça da cúpula tucana.
Segundo oito dos principais líderes e parlamentares do PSDB ouvidos por
ISTOÉ, Souza, também conhecido como Paulo Preto ou Negão, teria
arrecadado pelo menos R$ 4 milhões para as campanhas eleitorais de 2010,
mas os recursos não chegaram ao caixa do comitê do presidenciável José
Serra. Como se trata de dinheiro sem origem declarada, o partido não tem
sequer como mover um processo judicial. “Ele arrecadou por conta
própria, sem autorização do partido. Não autorizamos ninguém a receber
dinheiro de caixa 2. As únicas pessoas autorizadas a atuar em nome do
partido na arrecadação são o José Gregori e o Sérgio Freitas”, afirma o
ex-ministro Eduardo Jorge, vice-presidente nacional do PSDB. “Não
podemos calcular exatamente quanto o Paulo Preto conseguiu arrecadar.
Sabemos que foi no mínimo R$ 4 milhões, obtidos principalmente com
grandes empreiteiras, e que esse dinheiro está fazendo falta nas
campanhas regionais”, confirma um ex-secretário do governo paulista que
ocupa lugar estratégico na campanha de José Serra à Presidência.
Segundo dois dirigentes do primeiro escalão
do partido, o engenheiro arrecadou “antes e depois de definidos os
candidatos tucanos às sucessões nacional e estadual”. Os R$ 4 milhões
seriam referentes apenas ao valor arrecadado antes do lançamento oficial
das candidaturas, o que impede que a dinheirama seja declarada, tanto
pelo partido como pelos doadores. “Essa arrecadação foi puramente
pessoal. Mas só faz isso quem tem poder de interferir em alguma coisa.
Poder, infelizmente, ele tinha. Às vezes, os governantes delegam poder
para as pessoas erradas”, afirmou à ISTOÉ Evandro Losacco, membro da
Executiva do PSDB e tesoureiro-adjunto do partido, na quarta-feira 11.
O suposto desvio de recursos que o
engenheiro teria promovido nos cofres da campanha tucana foi descoberto
na segunda-feira 2. Os responsáveis pelo comitê financeiro da campanha
de Serra à Presidência reuniram-se em São Paulo a fim de fechar a
primeira parcial de arrecadação, que seria declarada no dia seguinte à
Justiça Eleitoral. Levaram um susto quando notaram que a planilha de
doações informava um montante muito aquém das expectativas do PSDB e do
esforço empenhado pelos tucanos junto aos doadores: apenas R$ 3,6
milhões, o equivalente a um terço do montante arrecadado pela candidata
do PT, Dilma Rousseff. Ciosos de seu bom trânsito com o empresariado,
expoentes do PSDB não imaginavam ter recolhido tão pouco. Sinal de
alerta aceso, deflagrou-se, então, um processo de consulta informal às
empresas que já haviam se comprometido a contribuir. O trabalho de
checagem contou com a participação do tesoureiro José Gregori e até do
candidato José Serra e logo veio a conclusão: Paulo Preto teria coletado
mais de R$ 4 milhões, mas nenhum centavo foi destinado aos cofres do
partido, oficialmente ou não. Iniciava ali o enredo de uma história
nebulosa com potencial para atingir o seio do PSDB às vésperas das
eleições presidenciais. “Além de representar uma quantia maior do que a
arrecadada oficialmente até agora, o desfalque poderá atrapalhar ainda
mais o fluxo de caixa da campanha”, explica um tucano de alta plumagem,
que já disputou quatro eleições pelo partido. Segundo ele, muitas vezes
as grandes empreiteiras não têm como negar contribuições financeiras,
mas, nesse caso, ganharam um forte argumento: basta dizer que já
contribuíram através do engenheiro, ainda que não o tenham feito.
Até abril, Paulo Preto ocupou posição
estratégica na administração tucana do Estado de São Paulo. Ele atuou
como diretor de engenharia da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A),
estatal paulista responsável por algumas das principais obras viárias do
País, entre elas o Rodoanel, empreendimento de mais de R$ 5 bilhões, e a
ampliação da marginal Tietê, orçada em R$ 1,5 bilhão – ambas
verdadeiros cartões-postais das campanhas do partido. No caso do
Rodoanel, segundo um dirigente do PSDB de São Paulo, cabia a Paulo Preto
fazer o pagamento às empreiteiras, bem como coordenar as medições das
obras, o que, por força de contrato, determina quanto a ser pago às
construtoras e quando. No Diretório Estadual do partido, nove entre dez
tucanos apontam a construção do eixo sul do Rodoanel como a principal
fonte de receita de Paulo Preto. Outro político ligado ao Diretório
Nacional do PSDB explica que a função do engenheiro na Dersa aproximou
Paulo Preto de empreiteiras como Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, OAS,
Mendes Júnior, Carioca e Engevix.
ELO POLÍTICO
Aloysio Nunes Ferreira é amigo de Paulo há mais de 20 anos e seu contato com o PSDB
Losacco, um dos coordenadores das campanhas
de Serra e de Geraldo Alckmin em 2006, afirma que o elo principal de
Paulo Preto com o PSDB é Aloysio Nunes Ferreira, ex-secretário da Casa
Civil de Serra e atual candidato do partido ao Senado por São Paulo. O
próprio engenheiro confirma uma amizade de mais de 20 anos com Aloysio
(leia entrevista abaixo). De acordo com um importante quadro do PSDB
paulista, desde 2008 Paulo Preto estava “passando o chapéu” visando ao
financiamento da pré-candidatura de Aloysio ao governo do Estado. “Não
fizemos nenhuma doação irregular, mas o engenheiro Paulo foi apresentado
como o ‘interlocutor’ do Aloysio junto aos empresários”, disse à ISTOÉ o
diretor de uma das empreiteiras responsáveis por obras de remoção de
terras no eixo sul do Rodoanel. Geraldo Alckmin acabou se impondo e
obtendo a legenda para disputar o governo estadual, mas até a convenção
do partido, em junho, a candidatura de Aloysio era considerada uma forte
alternativa tucana, pois contava com o apoio do então governador José
Serra e da maioria dos secretários. O engenheiro, segundo um membro da
Executiva Nacional do partido, agia às claras junto a empresários e a
prefeitos do interior de São Paulo. Falastrão, contava vantagens aos
companheiros e nos corredores do Palácio dos Bandeirantes. Prometia
mundos e fundos num futuro governo Aloysio. E quando Aloysio deixou a
Casa Civil de Serra, muitos passaram a torcer por sua exoneração, o que
aconteceu sob a batuta do governador Alberto Goldman.
CÚPULA TUCANA
Baixa arrecadação despertou suspeita de desvio de dinheiro na campanha
Losacco, que foi secretário-geral do PSDB
paulista até 2007, afirma que desde 2008 alertava a cúpula do partido
sobre os movimentos de Paulo Vieira na Dersa. “Esse tipo de pessoa
existe na administração pública. Tem a facilidade de achacar e não tem o
menor controle. Todo mundo já sabia há muito tempo disso”, conta o
dirigente tucano. Diante desses alarmes, a cúpula do partido chegou a
cogitar a saída dele da estatal rodoviária há mais de um ano. Mas
recuou. “O motivo (do recuo) eu não sei. Deve ter um motivo. Mas no
governo às vezes você não consegue fazer tudo o que você quer. Você tem
contingências que o obrigam a engolir sapo. E eu acho que esse deve ter
sido o caso. Agora, de alguma maneira essa coisa toda vai ter que ser
apurada. Sabemos da seriedade que o governo tem, mas infelizmente fica
sujeito a esse tipo de gente”, acrescentou Losacco. Segundo o
tesoureiro-adjunto do PSDB, o empresário acaba cedendo, pois “entende
que o cara tem a caneta e que pode atrapalhar os negócios”. Os motivos
que teriam levado Paulo Preto a dar o calote no PSDB ainda estão
envoltos em mistério. Mas, entre os tucanos, circula a versão de que o
partido teria uma dívida com o engenheiro contraída em eleições
passadas. Na entrevista concedida à ISTOÉ, Paulo Preto nega que tenha
feito qualquer tipo de arrecadação e desafia os caciques tucanos a
provar essas denúncias.
“Acho muito pouco provável que isso tenha
acontecido sem que eu soubesse”, disse Aloysio à ISTOÉ. “Não posso falar
sobre uma coisa que não existiu, que é uma infâmia”, completou. No
PSDB, porém, todos pelo menos já ouviram comentários sobre o suposto
desvio praticado por Paulo Preto nos cofres tucanos. “Fiquei sabendo da
história desse cara ontem”, disse o deputado José Aníbal (SP), ex-líder
do partido na Câmara, na terça-feira 10. “Parece mesmo que ele sumiu.
Desapareceu. Me falaram que ele foi para a Europa. Vi esse cara na
inauguração do Rodoanel.” De fato, depois de deixar a Dersa, o
engenheiro esteve na Espanha e só voltou ao Brasil há poucos dias. Na
cúpula do PSDB, porém, até a semana passada poucos sabiam que Paulo
Preto havia retornado e o tratavam como “desaparecido”.
As relações de Aloysio e Paulo Preto são
antigas e extrapolam a questão política. Em 2007, familiares do
engenheiro fizeram um empréstimo de R$ 300 mil para Aloysio. No final do
ano passado, o ex-chefe da Casa Civil afirmou que usou o dinheiro para
pagar parte do apartamento adquirido no bairro de Higienópolis e que
tudo já foi quitado. Apontado como um profissional competente e
principal responsável pela antecipação da inauguração do rodoanel, Paulo
Vieira de Souza chegou a ser premiado pelo Instituto de Engenharia de
São Paulo em dezembro de 2009. O engenheiro não é filiado ao PSDB, mas
tem uma história profissional ligada ao setor público e há 11 anos ocupa
cargos de confiança nos governos tucanos. No segundo mandato do
presidente Fernando Henrique Cardoso, foi assessor especial da
Presidência e trabalhou quatro anos no Palácio do Planalto, como
coordenador do Programa Brasil Empreendedor. Em São Paulo, também atuou
na linha 4 do Metrô e na avenida Jacu Pêssego, ambas obras de grande
porte e também cartões-postais das campanhas tucanas, a exemplo do
rodoanel e da marginal Tietê.
CARTÕES-POSTAIS
Grandes obras como o Rodoanel, a Marginal e a Jacu Pêssego são vitrines da campanha tucana
Paulo Preto foi exonerado da Dersa oito dias
depois de participar da festa de inauguração do Rodoanel, ao lado dos
principais líderes do partido. A portaria, publicada no “Diário Oficial”
em 21 de abril, não explica os motivos da demissão do engenheiro, mas
deputados tucanos ouvidos por ISTOÉ asseguram que foi uma medida
preventiva. O nome do engenheiro está registrado em uma série de
documentos apreendidos pela Polícia Federal durante a chamada Operação
Castelo de Areia, que investigou a construtora Camargo Corrêa entre 2008
e 2009. No inquérito estão planilhas que listam valores que teriam sido
pagos pela construtora ao engenheiro. Seriam pelo menos quatro
pagamentos de R$ 416,5 mil entre dezembro de 2007 e março do ano
seguinte. Apesar de o relatório de inteligência da PF citar o nome do
engenheiro inúmeras vezes, Paulo Preto não foi indiciado e, em janeiro, o
inquérito da Operação Castelo de Areia foi suspenso por causa de uma
liminar concedida pelo Superior Tribunal de Justiça. O temor dos tucanos
é que durante a campanha eleitoral a liminar seja suspensa e a Operação
Castelo de Areia volte ao noticiário.
Outro episódio envolvendo o ex-diretor da
Dersa foi sua prisão em flagrante, em junho deste ano, na loja de
artigos de luxo Gucci do Shopping Iguatemi, em São Paulo. Solto um dia
depois, ele passou a responder em liberdade à acusação de receptar um
bracelete de brilhantes avaliado em R$ 20 mil. Paulo Preto e o joalheiro
Musab Fatayer foram à loja para avaliar o bracelete, que pretendiam
negociar. Desconfiado da origem da joia, o gerente da loja, Igor Augusto
Pereira, pediu para que o engenheiro e Fatayer aguardassem. Ao cruzar
informações sobre o bracelete negociado, o gerente da Gucci descobriu
que aquela joia havia sido furtada da loja em 7 de maio. Em seu
depoimento, o gerente da Gucci disse para a polícia que foi Paulo Preto
quem entregou o bracelete para que ele o avaliasse. O ex-diretor da
Dersa alegou ter recebido a joia de Fatayer e que estava disposto a
pagar R$ 20 mil por ela.
O eventual prejuízo provocado por Paulo
Preto pode não se resumir ao caixa da campanha. Um dos desafios
imediatos da cúpula tucana é evitar que haja também uma debandada de
aliados políticos, que pressionam o comando da campanha em busca de
recursos para candidaturas regionais e proporcionais. Além disso, é
preciso reconquistar a confiança de eventuais doadores, que se tornarão
mais reticentes diante dos arrecadadores do partido.
“Gente como eu tem prazo de validade”
Por Delmo Moreira
Por Delmo Moreira
Aos 62 anos, Paulo Vieira de Souza está em
plena forma. Ele é triatleta, já disputou 40 maratonas, nove ironman
(modalidade que junta ciclismo, natação e corrida), 35 meia-ironman e
duas ultramaratonas (prova com percurso superior a 42 quilômetros).
Desde que foi exonerado da Dersa, em abril, acelerou seus treinos
físicos para disputar, em Florianópolis, as provas seletivas para o
Ironman mundial, que será realizado no Havaí. “Só fora do governo para
fazer um treinamento desses”, diz ele. Mas está confiante: “Pela minha
personalidade, não tenho medo de dizer: vou ganhar essa porra.” Este
estilo direto de falar, segundo Souza, é responsável pelos problemas que
vem colecionando: “Pareço arrogante e por isso incomodo muita gente.”
Souza é suspeito de levar propina de empreiteiras, foi envolvido no
estranho caso da compra de uma joia possivelmente roubada e acabou
acusado de desviar recursos da campanha tucana à Presidência da
República. Ele refutou todas essas acusações numa conversa de quase uma
hora com ISTOÉ. A seguir, os principais trechos da entrevista:
ISTOÉ – O sr. é apontado como
responsável pelo desvio de recursos arrecadados para a campanha do PSDB.
O que o sr. tem a dizer sobre isto?
Paulo Vieira de Souza – Tem gente dizendo que sou responsável, mas desafio qualquer um a mostrar que tive qualquer atitude, em qualquer campanha em andamento, que coloquei o pé em alguma empresa, que pedi a alguém alguma coisa. Eles estão em campanha. Querem me eleger como bode expiatório porque estou fora. Mas eu não serei. Nunca trabalhei para a campanha deles.
Paulo Vieira de Souza – Tem gente dizendo que sou responsável, mas desafio qualquer um a mostrar que tive qualquer atitude, em qualquer campanha em andamento, que coloquei o pé em alguma empresa, que pedi a alguém alguma coisa. Eles estão em campanha. Querem me eleger como bode expiatório porque estou fora. Mas eu não serei. Nunca trabalhei para a campanha deles.
ISTOÉ – Por que seu nome aparece no caso, então?
Souza – Empresário só ajuda quem ele quer. Acho que tem alguém querendo R$ 4 milhões de ajuda e não está conseguindo. Acho que alguém não foi atendido. Isto é uma briga interna do partido. Nunca fiz parte do PSDB e nunca farei.
Souza – Empresário só ajuda quem ele quer. Acho que tem alguém querendo R$ 4 milhões de ajuda e não está conseguindo. Acho que alguém não foi atendido. Isto é uma briga interna do partido. Nunca fiz parte do PSDB e nunca farei.
ISTOÉ – O sr. nunca foi arrecadador do partido?
Souza – Nunca arrecadei. Não sei nem onde fica o comitê de campanha. Querem dizer que sou maluco? Que apareçam para dizer.
Souza – Nunca arrecadei. Não sei nem onde fica o comitê de campanha. Querem dizer que sou maluco? Que apareçam para dizer.
ISTOÉ – Mas o sr. já participou de campanhas políticas do PSDB.
Souza – Da campanha do Aloysio (Aloysio Nunes Ferreira Filho) eu participei. Mas não na gestão. Eu participava da logística, da compra de material, de impressos, da distribuição de material. Eu sempre fiz parte da logística das campanhas dele.
Souza – Da campanha do Aloysio (Aloysio Nunes Ferreira Filho) eu participei. Mas não na gestão. Eu participava da logística, da compra de material, de impressos, da distribuição de material. Eu sempre fiz parte da logística das campanhas dele.
ISTOÉ – Qual é o seu relacionamento com Aloysio?
Souza – Sou amigo pessoal do Aloysio há 21 anos. Amigo de família mesmo. Ele conhece minhas filhas desde pequenas. E eu sempre ajudei como podia o Aloysio nas campanhas.
Souza – Sou amigo pessoal do Aloysio há 21 anos. Amigo de família mesmo. Ele conhece minhas filhas desde pequenas. E eu sempre ajudei como podia o Aloysio nas campanhas.
ISTOÉ – O sr. ainda é amigo do Aloysio?
Souza – Sempre.
Souza – Sempre.
ISTOÉ – Vocês ainda se falam?
Souza – Sempre.
Souza – Sempre.
ISTOÉ – Qual foi a última vez que o sr. o encontrou?
Souza – Foi hoje (quarta-feira 11) pela manhã. Ele ia fazer a gravação do programa dele à tarde ou à noite. Meu relacionamento no governo do Estado sempre foi com o Aloysio e com o Luna, o secretário do Planejamento, que era o coordenador dos convênios entre Estado e prefeitura. Sou amigo pessoal do Aloysio e isso não vou negar nunca. Não sei o que ele vai falar. Mas sou amigo pessoal dele. Só não estou na campanha agora porque pedi para não participar. Não queria dar nenhum problema, em função daquele caso recente que aconteceu comigo.
Souza – Foi hoje (quarta-feira 11) pela manhã. Ele ia fazer a gravação do programa dele à tarde ou à noite. Meu relacionamento no governo do Estado sempre foi com o Aloysio e com o Luna, o secretário do Planejamento, que era o coordenador dos convênios entre Estado e prefeitura. Sou amigo pessoal do Aloysio e isso não vou negar nunca. Não sei o que ele vai falar. Mas sou amigo pessoal dele. Só não estou na campanha agora porque pedi para não participar. Não queria dar nenhum problema, em função daquele caso recente que aconteceu comigo.
ISTOÉ – O sr. está sendo processado como receptador de joias roubadas?
Souza – Jamais eu compraria alguma coisa roubada. Só ainda não dei a minha versão porque não tranquei o processo, que está entrando agora em juízo, com minha defesa. Depois vou falar. A tese é de receptação, mas eu não comprei. Por isso é que fui na Gucci. Alguém que quer vender joia roubada vai lá? Eu levei uma joia para verificar a autenticidade e o valor. Agora, você vai comprar um carro, o carro tem problema e você acaba preso? É uma aberração. Eu não fui preso no Iguatemi. O “Estadão” também diz que eu estava vendendo a joia. É mentira.
Souza – Jamais eu compraria alguma coisa roubada. Só ainda não dei a minha versão porque não tranquei o processo, que está entrando agora em juízo, com minha defesa. Depois vou falar. A tese é de receptação, mas eu não comprei. Por isso é que fui na Gucci. Alguém que quer vender joia roubada vai lá? Eu levei uma joia para verificar a autenticidade e o valor. Agora, você vai comprar um carro, o carro tem problema e você acaba preso? É uma aberração. Eu não fui preso no Iguatemi. O “Estadão” também diz que eu estava vendendo a joia. É mentira.
ISTOÉ – O seu nome também aparece na
investigação da operação Castelo de Areia, da PF, sob acusação de
receber propina da construtora Camargo Corrêa. Foi outro engano? Não é
muito azar?
Souza – Eu não sei como colocaram meu nome lá, com que propósito ou baseado em quê. Vi que tem uma lista de ajuda política, para deputado estadual, federal. Tem até o Carvalho Pinto! Vi que colocaram meu nome na lista: Paulo de Souza, coordenador do Rodoanel. Acho que adotaram um critério dentro da Camargo Corrêa de colocar o nome dos coordenadores relacionados a cada obra.
Souza – Eu não sei como colocaram meu nome lá, com que propósito ou baseado em quê. Vi que tem uma lista de ajuda política, para deputado estadual, federal. Tem até o Carvalho Pinto! Vi que colocaram meu nome na lista: Paulo de Souza, coordenador do Rodoanel. Acho que adotaram um critério dentro da Camargo Corrêa de colocar o nome dos coordenadores relacionados a cada obra.
ISTOÉ – Ao lado de seu nome aparecem
valores: quatro parcelas de R$ 416 ,5 mil em quatro datas seguidas. O
que são esses valores?
Souza – Não sei. A mim nunca ninguém entregou absolutamente nada. O lote da Camargo Corrêa na obra era de R$ 700 milhões e a obra foi entregue no prazo, só com 6,52% de acréscimo. É o menor aditivo que já houve em obra pública no Brasil. Se isso desagradou a alguém, não sei.
Souza – Não sei. A mim nunca ninguém entregou absolutamente nada. O lote da Camargo Corrêa na obra era de R$ 700 milhões e a obra foi entregue no prazo, só com 6,52% de acréscimo. É o menor aditivo que já houve em obra pública no Brasil. Se isso desagradou a alguém, não sei.
ISTOÉ – Por que o sr. saiu da Dersa?
Souza – Eu fui exonerado pelo atual governador no dia 9 de abril. Até hoje não me informaram o motivo. Minha exoneração foi uma decisão de governo. Eu não pedi as contas.
Souza – Eu fui exonerado pelo atual governador no dia 9 de abril. Até hoje não me informaram o motivo. Minha exoneração foi uma decisão de governo. Eu não pedi as contas.
ISTOÉ – O sr. nem imagina as razões de sua exoneração?
Souza – Acho que tem a ver com a forma como sempre agi nesses cinco anos em que trabalhei no governo. Tem a ver com meu estilo. Sou de tomar atitudes, de decisão, de falar o que penso. Fui premiado por meu trabalho como gestor público. Eu criei muito ciúme no governo.
Souza – Acho que tem a ver com a forma como sempre agi nesses cinco anos em que trabalhei no governo. Tem a ver com meu estilo. Sou de tomar atitudes, de decisão, de falar o que penso. Fui premiado por meu trabalho como gestor público. Eu criei muito ciúme no governo.
ISTOÉ – Quem tinha ciúme do sr.?
Souza – Acho que pessoas como eu têm prazo de validade. O Rodoanel foi a primeira obra pública que tinha dia e hora para terminar. É meu estilo de gestão e nem todo governante gosta desta forma de agir. Na engenharia da Dersa quem mandou fui eu. Não sou mais uma jovem promessa. Sou uma ameaça para os incompetentes.
Souza – Acho que pessoas como eu têm prazo de validade. O Rodoanel foi a primeira obra pública que tinha dia e hora para terminar. É meu estilo de gestão e nem todo governante gosta desta forma de agir. Na engenharia da Dersa quem mandou fui eu. Não sou mais uma jovem promessa. Sou uma ameaça para os incompetentes.
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