6.02.2012

Abuso sexual é o segundo maior tipo de agressão contra crianças no Brasil



Agressão que mais afeta brasileiros de até 9 anos é a negligência e o abandono, somando 36% dos registros de violência infantil do Ministério da Saúde

Abuso sexual é o segundo tipo de violência mais ocorrente entre as crianças de até 9 anos de idade no Brasil. A conclusão é de uma pesquisa inédita do Ministério da Saúde, divulgada nesta terça-feira (22), que usou como base os números do sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA).
Em 2011, registrou-se 14.625 notificações de violência doméstica, sexual, física e outras agressões contra crianças menores de dez anos – o abuso sexual somou 35% dos registros, ficando atrás apenas de negligência e abandono, com 36%. A maior parte das agressões – 64,5% das registradas – ocorreram na residência da criança.
Os principais autores da violência são pais e outros familiares, ou alguém do convívio próximo, como amigos e vizinhos. Em relação ao meio utilizado para agressão, a força corporal/espancamento foi o mais apontado, somando 22,2%.
Maiores violências (Foto: Fonte: VIVA SINAN/SVS/MS – 2011 (dados preliminares).)
“Todos os dias, milhares de crianças e adolescentes sofrem algum tipo de abuso. A denúncia é um importante meio de dar visibilidade e, ao mesmo tempo, oportunizar a criação de mecanismos de prevenção e proteção”, diz Deborah Malta, diretora de análise de situação em saúde do Ministério, em comunicado oficial. “Este assunto deve ser debatido incansavelmente nas escolas, comunidades, família, serviços de saúde, entre outros setores da sociedade”, explica.
Registro e prevenção
O VIVA, implantado em 2006, tem o objetivo de registrar a frequência e a gravidade das agressões, além de identificar a violência doméstica, sexual e outras. O sistema coleta dados por meio de uma ficha individual – qualquer caso, suspeito ou confirmado, deve ser notificado pelos profissionais de saúde. Desde 2011, este tipo de notificação é obrigatório em todos os estabelecimentos de saúde do Brasil.
Só neste ano, o Ministério da Saúde já investiu R$ 25 milhões para as secretarias estaduais e municipais de Saúde para o desenvolvimento de ações de vigilância e prevenção de violências.

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