6.15.2012

Dependendo do método contraceptivo, risco de AVC ou ataque cardíaco pode ser 2,5 vezes maior

Pesquisa feita com mais de 1,6 milhões de mulheres encontrou maior probabilidade dos problemas entre aquelas que faziam uso de anel vaginal

Cartela de pílula anticoncepcional Métodos contraceptivos hormonais apresentam aumento ligeiro no risco de problemas cardiovasculares, aponta esutdo (Thinkstock)
Uma pesquisa feita com mais de 1,6 milhão de mulheres concluiu que métodos contraceptivos, especialmente os não orais, como o anel vaginal, elevam, mesmo que pouco, o risco de uma mulher apresentar um acidente vascular cerebral (AVC) ou um ataque cardíaco (entenda como cada método contraceptivo funciona). Esses resultados foram publicados nesta quinta-feira na revista The New England Journal of Medicine.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Thrombotic Stroke and Myocardial Infarction with Hormonal Contraception
Onde foi divulgada: periódico The New England Journal of Medicine

Quem fez: Øjvind Lidegaard, Charlotte Wessel Skovlund, Ellen Løkkegaard e Aksel Jensen

Instituição: Universidade de Copenhague, na Dinamarca

Dados de amostragem: 1.626.158 mulheres de 15 a 49 anos

Resultado: Em comparação com mulheres que não usam nenhum contraceptivo, aquelas que fazem uso de anel vaginal têm 2,5 mais chances de sofrerem um AVC ou um ataque cardíaco. O risco apresentado por pílulas ou adesivos pode chegar a ser 1,7 vez maior. DIU e implantes subcutâneos não elevam essa probabilidade
Nessa pesquisa, uma equipe da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, acompanhou por 15 anos 1.626.158 mulheres de 15 a 49 anos que não tinham histórico de câncer ou doença cardíaca. Segundo os pesquisadores, o risco individual das participantes apresentarem um problema cardiovascular foi pequeno: uma em cada 4.700 mulheres teve um AVC e uma em cada 9.900 sofreu um ataque cardíaco ao ano.
Os autores concluíram que aquelas que usavam o anel vaginal tiveram um risco 2,5 maior de sofrer um AVC ou um ataque cardíaco do que as mulheres que não faziam uso de nenhum contraceptivo hormonal. O adesivo contraceptivo e a pílula também elevaram, embora menos, essas chances — a probabilidade foi até 1,7 vez maior.
Por outro lado, os resultados não mostraram um maior risco em relação ao dispositivo intrauterino (DIU) ou aos implantes subcutâneos. O estudo ainda mostrou que assim que as participantes deixaram de fazer uso de um método contraceptivo, as chances de um derrame ou de um ataque cardíaco se tornaram semelhantes às das mulheres que nunca haviam usado um anticoncepcional.
Faixa etária — Para o coordenador do trabalho, Ojvind Lidegaard, a idade é um fator determinante para a diferença desses riscos. “Se você tem 20 anos e usa um contraceptivo que dobra o risco de ter um AVC, essa chance ainda será muito pequena, já que nessa idade o risco absoluto é muito baixo. Por outro lado, mulheres com mais de 40 anos que estão na idade reprodutiva devem ter atenção a qualquer fator que aumente a probabilidade de um derrame ou de um ataque cardíaco”, disse à agência Reuters.
Segundo Lidegaard, muitas mulheres optam por usar o anel vaginal ou o adesivo contraceptivo por acreditarem que eles apresentam menos riscos ao coração do que a pílula — o que não é verdade. Para o pesquisador, porém, esses resultados não significam que as mulheres devem deixar de usar um método contraceptivo, já que o pequeno aumento de risco apresentado pelo estudo poderia ser compensado pela eliminação do tabagismo, no caso das fumantes, ou pelo controle da pressão arterial, por exemplo.
Trombose — Esses resultados fazem parte do maior estudo já feito sobre os riscos dos métodos contraceptivos hormonais à saúde. Há um mês, os autores dessa pesquisa publicaram outras conclusões extraídas do levantamento que indicaram que os métodos contraceptivos não orais aumentam mais o risco de uma mulher ter trombose venosa do que a pílula. A maior probabilidade foi encontrada entre as participantes que usavam o adesivo contraceptivo, que tinham um risco oito vezes maior. No caso dos anéis vaginais, essa chance foi 6,5 maior.


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Camisinha

A mitologia grega já mencionava o uso de bexiga de cabra nas relações sexuais. Na Ásia do século X, a camisinha era uma improvisação de papel de seda lubrificado com óleos, usado para evitar doenças. Também há registros desse contraceptivo feito de tripa de carneiro, pele de animal, veludo e panos. Em 1870, o preservativo de borracha apareceu na Europa, mas era reutilizável. A camisinha descartável feita de látex apareceu em 1930. Além de prevenir uma gravidez indesejada, ela protege contra doenças sexualmente transmissíveis.

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