6.16.2012

A agressividade descontrolada pode ser causada pela baixa concentração de dopamina no cérebro.

Dopamina está relacionada a comportamento agressivo

Estudo mostra que pessoas que têm menor nível dessa substância química no cérebro tendem a ser mais agressivas em situações de competição

Ilustração de um cérebro  
Pesquisa estuda relação do nível de dopamina com comportamento agressivo (Jesper Klausen/Hemera/Getty Images)
 
 A relação entre o comportamento agressivo e essa substância química foi levantada em trabalho apresentado na edição de 2012 da Reunião Anual da Sociedade de Medicina Nuclear, realizada no último sábado em Miami.
Um grupo de pesquisadores da Universidade de Aachen, na Alemanha, monitorou o cérebro de pessoas enquanto elas jogavam videogame contra um possível trapaceador para relacionar a concentração de dopamina com reações agressivas durante o jogo. 
 
  DOPAMINA
É um neurotransmissor (substância química que realiza a comunicação entre os neurônios) principalmente associado aos mecanismos de recompensa do cérebro. Alterações da dopamina estão relacionadas a várias doenças, inclusive o Parkinson. A deficiência pode causar tremor, rigidez e lentidão dos movimentos dos pacientes.

A dopamina é um importante neurotransmissor no cérebro, produzido por um grupo de células nervosas, chamadas de Neurónios Pré-Sinapticos, que atuam no cérebro promovendo, entre outros efeitos, a sensação de prazer e a sensação de motivação.
É precursora natural da adrenalina e da noradrenalina e por conseguinte tem como função a atividade estimulante do sistema nervoso central.
As anormalidades da dopamina são muitas vezes relacionadas às patologias de desordens psíquicas tal qual à Esquizofrenia (para a psiquiatria: o desbalanceamento com excesso na via dopaminérgica mesolímbica e escassez na via mesocortical), e também estando associada ao Mal de Parkinson (escassez na via dopaminérgica nigro-estriatal).
A dopamina está por trás da dependência do jogo (inclusive eletrônicos), sexo, do álcool e de outras drogas.

Mecanismo de ação

Estimula os receptores adrenérgicos do sistema nervoso simpático. Também atua sobre os receptores dopaminérgicos nos leitos vasculares renais, mesentéricos, coronarianos e intracerebrais, produzindo vasodilatação. Os efeitos são dependentes da dose.
Em doses baixas (0,5 a 2 mcg/kg/min) atua predominantemente sobre os receptores dopaminérgicos, produzindo vasodilatação mesentérica e renal. A vasodilatação renal da lugar a um aumento do fluxo sanguíneo renal, da taxa de filtração glomerular, da excreção de sódio e geralmente do volume urinário.
Em dose baixas a moderadas (2 a 10 mcg/kg/min) também exerce um efeito inotrópico positivo no miocárdio devido à ação direta sobre os receptores beta 1 e uma ação indireta mediante a liberação de norepinefrina dos locais de armazenamento. Destas ações resulta um aumento da contratilidade do miocárdio e do volume de ejeção, aumentando então o gasto cardíaco. A pressão arterial sistólica e a pressão do pulso podem aumentar, sem variação ou com um ligeiro aumento da pressão arterial diastólica. A resistência total periférica não se altera. O fluxo sanguíneo coronário e o consumo de oxigênio do miocárdio geralmente se incrementam.
Com doses mais elevadas (10mcg/kg/min) ocorre estímulo dos receptores alfa adrenérgicos, produzindo um aumento da resistência periférica e vasoconstricção renal. As pressões sistólica e diastólica aumentam como resultado do incremento do gasto cardíaco e da resistência periférica.

Farmacocinética da Dopamina

Distribuição

Distribui-se amplamente no organismo, não atravessa a barreira hematoencefálica, não se sabe se atravessa a placenta.

Metabolismo

No fígado, rins e plasma pela MAO (monoaminoxidase) e COMT (catecol -O- metiltransferase) a compostos inativos. Em torno de 25% da dose se metaboliza a norepinefrina nas terminações nervosas adrenérgicas.

Meia-vida

Plasma - aproximadamente 2 minutos

Duração da ação

Menos de 10 minutos

Eliminação

Renal - cerca de 80% da dose de dopamina é excretada na urina em 24 horas, fundamentalmente com metabólitos e uma pequena porção de forma inalterada.

Vias dopaminérgicas

Via Mesolímbica: Sabe-se que a Dopamina está relacionada ao pensamento. Se aumentar a dose de Dopamina, o indivíduo tem manias, se diminuir a dose, ele tem depressão. Obs.: Esquizofrenia é excesso da atividade dopaminérgica.
Via Nígro-Estriatal: A Dopamina estabiliza os movimentos. Obs.: O Mal de Parkinson é causado pela escassez dopaminérgica nessa via.
Via Túbero-Infundibular: A Dopamina na hipófise inibe a prolactina. Obs.: Depressão pós-parto é quando na amamentação há a diminuição da Dopamina.
Via Meso-Cortical: A Dopamina atua no controle do apetite.

Utilização Médica

A dopamina é um farmaco administrado endovenosamente, restrito a centros hospitalares.
É um agente que tem ação inotrópica,sem alterar padrão cronotrópico, aumenta o poder de contração cardíaca através dos receptores beta-1. Tem ação vasopressora e simpaticomimética. Estimulante dos receptores da dopamina. É também precursor da noradrenalina e catecolamina.
Tem utilização no tratamento de alguns tipos de choques tal qual o choque sendo particularmente benefica para os pacientes com oliguria e com resistencia vascular periferica baixa ou normal. A dopamina também é utilizada com grande exito no tratamento do choque e choque, bem como no tratamento da hipotensão intensa seguida a remoção do feocromocitoma.

Posologia

Diluição padrão (01mg/ml = 03mcg/kg/min): Dopamina (50mg/ml) fazer 05 ampolas em 200ml Soro Glicosado a 05% endovenoso correndo na bomba de infusão (BIC) na vazão de 10,8ml/h para um paciente cujo peso se aproxime de 60Kg.
Solução Concentrada (02mg/ml = 06mcg/kg/min): Dopamina (50mg/ml) fazer 10 ampolas em 150ml Soro Glicosado a 05% endovenoso correndo na bomba de infusão (BIC) na vazão de 10,8ml/h para um paciente cujo peso se aproxime de 60Kg.

Contra-indicação Médica

A dopamina é contra-indicada para pacientes portadores de feocromocitoma, bem como na presenca de taquiarritmias ou fibrilacao ventricular.
Como a segurança e a eficácia do uso da dopamina durante a gravidez ainda não foram bem estabelecidas, ela só deve ser feito caso o médico ache conveniente, ou se os efeitos benéficos sobrepujarem os riscos potenciais para o feto.
A dopamina não deve ser, em hipotese alguma, administrada juntamente com bicarbonato de sódio ou outras soluções alcalinas intravenosos, pois ela se torna inativa na presença de soluções alcalinas.


SEROTONINA
Serotonina é uma substância química produzida no cérebro que auxilia a regulação do humor, do sono e da capacidade de atenção.
O funcionamento neurobiológico da agressão não é bem entendido, mas cientistas sabem que existe uma relação entre a serotonina e certos comportamentos agressivos.
Com esse estudo, os pesquisadores queriam descobrir se níveis mais altos de um outro composto químico do cérebro, a dopamina, aumenta a agressividade nas pessoas. Para a surpresa dos cientistas, eles descobriram exatamente o contrário.

"Pessoas com sistemas dopaminérgicos mais funcionais não são mais agressivas em situações competitivas e podem se concentrar ainda mais no jogo. Sujeitos com baixa concentração de dopamina têm maior probabilidade de se distrair do jogo e ter reações intempestivas", diz Ingo Vernaleken, autor principal do estudo e pesquisador da Universidade de Aachen, na Alemanha.


Adversário inexistente — 
"A agressão e seus mecanismos neurobiológicos em humanos foi pouco estudada no passado. Além disso, a maioria dos estudos anteriores se concentrou na parte mais reativa da agressão, que meramente reflete o comportamento impulsivo e aparenta estar associada ao sistema de serotonina. Essa pesquisa se concentra na associação do sistema dopaminérgico, que reflete a agressão direcionada", diz o estudo.
As pessoas com maior capacidade de síntese de dopamina se aplicaram mais no aspecto de recompensa, ao invés de agir em defesa ou com agressividade contra seus adversários imaginários — já que a dopamina está relacionada a mecanismos de recompensa do cérebro. Enquanto aqueles com baixa capacidade de sintetizar esse neurotransmissor tiveram uma vulnerabilidade de agir de forma agressiva ou defensiva.

"Nós concluímos que um sistema de recompensa em bom funcionamento causa mais resistência contra provocações", diz Vernaleken. "Embora nós não possamos excluir que, em uma situação na qual o sujeito vá se beneficiar diretamente do comportamento agressivo, na falta de alternativas, essa correlação pode ser inversa."


Os pesquisadores explicam que são necessárias pesquisas adicionais para explorar a ligação entre a dopamina e a diversidade de comportamentos agressivos. Eles acreditam que um maior conhecimento sobre estas relações poderia levar a novos tratamentos psicológicos e ao uso de medicamentos para moderar ou impedir um comportamento agressivo.

Um comentário:

Antonio Celso da Costa Brandão disse...

Valeu muito Anderson pela sua iniciativa e elogios. Abraço grande a voce e a todos os mineiros.
Antonio Brandão