ANTIASMÁTICOS COMEÇAM A SER PRODUZIDOS ANO QUE VEM
Farmanguinhos-Fiocruz assina acordo com a Chemo
Gadelha e Hayne assinam a parceria
Por
meio da parceria com a Chemo, o Ministério da Saúde espera economizar
cerca de R$ 100 milhões e beneficiar, aproximadamente, 200 mil pessoas. O
antiasmático será produzido, a partir de 2013, nas apresentações formoterol 6mcg + budesonida 200mcg/cápsula e formoterol 12mcg + budesonida 400mcg/cápsula. O
volume estimado de produção para o primeiro ano da parceria é de 50
milhões e 500 mil unidades farmacêuticas. A apresentação em dose fixa
combinada, em cápsula única, além de proporcionar maior comodidade ao
paciente, facilita a adesão ao tratamento.
Em
2011, segundo o MS, foram gastos mais de 82 milhões com internações no
Sistema Único de Saúde (SUS) em decorrência da doença: 177,8 mil pessoas
foram internadas com asma, sendo que 77,1 mil eram crianças de 0 a 6
anos. O problema é uma das principais causa de internação nessa faixa
etária.
Em
relação à mortalidade, 2,5 mil pessoas morrem por ano por causa da
asma. Considerada, do ponto de vista epidemiológico, uma das mais
importantes doenças crônicas não transmissíveis, constitui uma das
prioridades da Política de Assistência Farmacêutica do Ministério da
Saúde
Na
cerimônia para assinatura do acordo com o laboratório espanhol Chemo
para produzir o medicamento Formoterol+Budesonida, o presidente da
Fiocruz, Paulo Gadelha, destacou que a parceria reafirma a importância
do papel de Farmanguinhos como grande referência nacional na produção de
fármacos. Segundo Gadelha, a unidade se tornou um dos laboratórios que
mais estabelece parcerias em transferência de tecnologia no setor
produtivo.
“Esse
acordo faz parte de um esforço muito significativo com vistas ao
enfrentamento das doenças crônicas não infecciosas e, nesse caso,
estamos lidando com um dos agravos de maior relevância na área de saúde
pública”, disse ele. Gadelha observou que a enfermidade produz graves
impactos tanto na saúde humana como no sistema de saúde. “A asma pode
provocar infecções e, além disso, gera uma carga pesada de custos de
internação no SUS”, afirmou.
O
diretor de Farmanguinhos, Hayne Felipe, ressaltou que além da economia
que irá gerar para o governo e do fortalecimento da indústria
farmoquímica, a parceria com a Chemo tem grande importância por seu
caráter epidemiológico. “Agora com esse programa temos também essa
responsabilidade”, disse.
Segundo
o gerente geral e representante da Chemo no Brasil, Fernando Marques, a
próxima etapa da produção do Formoterol+Budesonida serão os ensaios
clínicos e, assim que forem aprovados pela Anvisa, serão lançados. O
laboratório Chemo atua na produção de produtos respiratórios e hormonais
femininos. “Estamos certos de que nossa parceria será bem sucedida
devido à capacidade técnica do grupo e por seu histórico de sucesso na
produção de medicamentos”, garantiu
Parcerias de Desenvolvimento Produtivo
A
parceria entre Farmanguinhos e Chemo atenderá ao programa do Governo
Federal “Brasil Carinhoso” que, além de combater a miséria na primeira
infância, visa ampliar a cobertura dos programas de saúde às crianças
brasileiras. A distribuição do medicamento à população será gratuita
através da rede Aqui tem Farmácia Popular, onde já são distribuídos gratuitamente anti-hipertensivos e antidiabéticos.
O
acordo, que faz parte das Parcerias de Desenvolvimento Produtivo
(PDP’s), tem como objetivo diminuir a dependência de importações de
medicamentos para doenças de alto risco e, consequentemente, os gastos
públicos.
Segundo
o formato das PDP’S, a transferência de tecnologia ocorrerá ao longo de
cinco anos. No início da cooperação, o medicamento será fabricado no
laboratório detentor da tecnologia já com a identidade do Instituto, a
fim de garantir o abastecimento do SUS. A partir do segundo ano, o formoterol+budesonida passará a ser produzido nas instalações de Farmanguinhos, atingindo o pico de produtividade em até quatro anos.
Doença respiratória
Segundo
a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI), a asma
atinge de 10% a 25% dos brasileiros, sendo responsável por um número
incontável de atendimentos ambulatoriais. As crianças representam cerca de 20% da população que mais sofre com os problemas respiratórios.
Atualmente,
o Brasil é o 8º país em prevalência da doença. No mundo, segundo dados
da Organização Mundial de Saúde (OMS), 300 milhões de pessoas sofrem com
a asma e 60% são crianças. Anualmente, em nível mundial, esse problema
respiratório chega a matar 250 mil pessoas.
A
asma é caracterizada por sintomas como falta de ar, tosse e chiado no
peito. As alergias respiratórias acometem mais os pacientes nas estações
do outono e inverno, devido às baixas temperaturas e a facilidade de
proliferação de ácaros.
FOTOS DA ASSINATURA DA PARCERIA (FIOCRUZ & CHEMO)
Fotos: Alex Mansour
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