6.12.2012

Tratamento estimula cérebro contra vício da cocaína

Tratamento combate abstinência de cocaína com estimulação cerebral

Máquina gera campo magnético no cérebro que ativa poder de decisão.
Pacientes testados deixaram de ter fissura e vontade de usar a droga.

Do G1, com informações do Jornal Nacional

 Um tratamento experimental para combater o vício da cocaína, realizado pelo Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPQ-USP), mostrou resultados promissores. As informações são do Jornal Nacional.
Vinte e cinco usuários da droga foram submetidos a sessões de estimulação magnética transcraniana, técnica reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para o tratamento da depressão.
A máquina gera um campo magnético no cérebro do dependente de cocaína que ativa as áreas responsáveis pelo poder de decisão e pela sensação de saciedade, comprometidas quando o dependente sente falta da droga.
“O campo magnético faz com que o paciente volte a ter a capacidade de decidir em relação ao uso dele, escolher e não usar”, disse Philip Ribeiro, pesquisador do IPQ.
O estudo, primeiro do mundo de caráter científico a analisar os efeitos da estimulação magnética transcraniana em dependentes de cocaína, foi bem recebido em congressos internacionais de psiquiatria. Em 80% dos pacientes houve redução do desejo de usar a droga e também no consumo de cocaína. Exames de urina feitos nos pacientes também comprovaram a mudança de comportamento.
Os pesquisadores dizem que novos estudos são necessários e que é preciso aliar o tratamento a outras terapias para evitar recaídas.
A equipe quer repetir a experiência com usuários de crack. Mas faz uma ressalva: apesar de promissor, o tratamento não consegue reverter um dos efeitos mais dramáticos das drogas, segundo Marco Antonio Marcolin, orientador da pesquisa.
“A droga precocemente leva a lesões no sistema nervoso. Então a capacidade cognitiva, de raciocínio não se recuperou. Melhorou em tudo, menos nisso”, disse Marcolin.
O tratamento pode provocar dor de cabeça e tontura e não é indicado para quem usa marca-passo ou é epilético. No IPQ há vagas para dependentes que quiserem participar da segunda fase da pesquisa.


 

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