Pesquisa mostra falta de evidência de que estes produtos aumentem eficiência de treinamento
Os famosos shakes de proteínas e outros produtos de fitness que
garantem aumento de performance têm uma “surpreendente falta de
comprovação” de eficiência, afirmou uma pesquisa recente da Universidade
de Oxford.
— Todas as empresas dizem que têm bases científicas para seus produtos — afirmou o autor principal do estudo, Matthew Thompson, ao New York Times. — Isto parece bom até que alguém tenha um olhar mais científico para estes produtos.
A equipe de Oxford examinou as propagandas para as bebidas esportivas, suplementos orais, calçados, vestuário e equipamentos, como pulseiras e meias de compressão em cem revistas de assuntos gerais e as dez mais vendidas de fitness no Reino Unido e nos Estados Unidos. Ele excluíram as revistas de fisiculturismo e propagandas para perda de peso, produtos para a pele ou de beleza e equipamentos como bicicletas e máquinas de musculação.
Os pesquisadores examinaram web sites de produtos que garantiam aumento de performance, coletando todas as informações e estudos que davam base a estas afirmações. Eles examinaram 615 anúncios em revistas de esportes. Destes, 54 continham afirmações de aumento de desempenho com o uso do produto, mas apenas três ofereciam referências. Os 53 sites examinados continham 141 referências.
Eles escreveram para as empresas solicitando referências de pesquisas que eles ou outros tinham feito e que não tinham sido citadas em suas propagandas ou em seus sites. Das 42 empresas que eles contataram, 27 responderam e nove forneceram material adicional. Excluindo duplicatas, livros sem estudos clínicos, estudos com animais, e pesquisas e artigos sem dados, os fabricantes providenciaram 74 estudos que poderiam ser analisados por seu valor científico. Quase metade dos participantes dos 74 estudos foram classificados como “pessoas normais” que se exercitam, cerca de 40% eram atletas de resistência e cerca de 11% atletas profissionais. Em um estudo não estava claro quem eram os participantes.
A análise, publicada na revista BMJ Open, identificou apenas três estudos oferecidos pelos fabricantes que foram considerados de alta qualidade. Mesmo assim, nenhum deles apresentou testes com o produto específico, ou seja, dois eram estudos sobre o efeito da suplementação de ácido linoleico e o outro foi um ensaio controlado de citrato de magnésio no tratamento de cãibras nas pernas.
Os pesquisadores descobriram, inclusive, que um fabricante de bebidas e comprimidos de proteína fazia publicidade com um estudo sobre dietas baseadas no metabolismo de ratos publicado em 1930. Segundo Thompson, a Coca-Cola, que fabrica o Powerade, entregou dez estudos. Um deles foi pago com uma concessão irrestrita da Coca-Cola e outro escrito pelo diretor do Gatorade Sports Science Institute.
— As empresas de bebidas criaram um mercado através da criação de uma doença chamada desidratação”, que precisa ser tratada ou evitada com essas bebidas caras. Caras não apenas no custo, mas na ingestão de açúcar e de calorias — afirmou Thompson.
Por meio de nota, um porta-voz da Powerade disse: “Nós sempre confiamos em dados científicos sólidos, baseadas em evidências para assegurar que nossos produtos oferecem a promessa feita aos consumidores. Powerade foi desenvolvido em colaboração com especialistas em ciência do esporte”. Já a American Beverage Association disse por e-mail que o estudo “se baseia em pesquisas amplamente aceitas em bebidas esportivas." Ele não citou exemplos específicos dessa pesquisa.
Um especialista não envolvido no estudo, Kay Dickersin, professor de epidemiologia na Escola Johns Hopkins Bloomberg de Saúde Pública, comentou a pesquisa:
— O meu palpite é que as garantias oferecidas por estas empresas de fitness são mais fortes do que deveriam, e não há dados suficientes que as suportem.
— Todas as empresas dizem que têm bases científicas para seus produtos — afirmou o autor principal do estudo, Matthew Thompson, ao New York Times. — Isto parece bom até que alguém tenha um olhar mais científico para estes produtos.
A equipe de Oxford examinou as propagandas para as bebidas esportivas, suplementos orais, calçados, vestuário e equipamentos, como pulseiras e meias de compressão em cem revistas de assuntos gerais e as dez mais vendidas de fitness no Reino Unido e nos Estados Unidos. Ele excluíram as revistas de fisiculturismo e propagandas para perda de peso, produtos para a pele ou de beleza e equipamentos como bicicletas e máquinas de musculação.
Os pesquisadores examinaram web sites de produtos que garantiam aumento de performance, coletando todas as informações e estudos que davam base a estas afirmações. Eles examinaram 615 anúncios em revistas de esportes. Destes, 54 continham afirmações de aumento de desempenho com o uso do produto, mas apenas três ofereciam referências. Os 53 sites examinados continham 141 referências.
Eles escreveram para as empresas solicitando referências de pesquisas que eles ou outros tinham feito e que não tinham sido citadas em suas propagandas ou em seus sites. Das 42 empresas que eles contataram, 27 responderam e nove forneceram material adicional. Excluindo duplicatas, livros sem estudos clínicos, estudos com animais, e pesquisas e artigos sem dados, os fabricantes providenciaram 74 estudos que poderiam ser analisados por seu valor científico. Quase metade dos participantes dos 74 estudos foram classificados como “pessoas normais” que se exercitam, cerca de 40% eram atletas de resistência e cerca de 11% atletas profissionais. Em um estudo não estava claro quem eram os participantes.
A análise, publicada na revista BMJ Open, identificou apenas três estudos oferecidos pelos fabricantes que foram considerados de alta qualidade. Mesmo assim, nenhum deles apresentou testes com o produto específico, ou seja, dois eram estudos sobre o efeito da suplementação de ácido linoleico e o outro foi um ensaio controlado de citrato de magnésio no tratamento de cãibras nas pernas.
Os pesquisadores descobriram, inclusive, que um fabricante de bebidas e comprimidos de proteína fazia publicidade com um estudo sobre dietas baseadas no metabolismo de ratos publicado em 1930. Segundo Thompson, a Coca-Cola, que fabrica o Powerade, entregou dez estudos. Um deles foi pago com uma concessão irrestrita da Coca-Cola e outro escrito pelo diretor do Gatorade Sports Science Institute.
— As empresas de bebidas criaram um mercado através da criação de uma doença chamada desidratação”, que precisa ser tratada ou evitada com essas bebidas caras. Caras não apenas no custo, mas na ingestão de açúcar e de calorias — afirmou Thompson.
Por meio de nota, um porta-voz da Powerade disse: “Nós sempre confiamos em dados científicos sólidos, baseadas em evidências para assegurar que nossos produtos oferecem a promessa feita aos consumidores. Powerade foi desenvolvido em colaboração com especialistas em ciência do esporte”. Já a American Beverage Association disse por e-mail que o estudo “se baseia em pesquisas amplamente aceitas em bebidas esportivas." Ele não citou exemplos específicos dessa pesquisa.
Um especialista não envolvido no estudo, Kay Dickersin, professor de epidemiologia na Escola Johns Hopkins Bloomberg de Saúde Pública, comentou a pesquisa:
— O meu palpite é que as garantias oferecidas por estas empresas de fitness são mais fortes do que deveriam, e não há dados suficientes que as suportem.
Nota boaspraticasfarmaceuticas: Não devemos desconsiderar os possiveis interesses comerciais desta noticia publicada no Globo.
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