7.26.2012

Em São Paulo, 70% dos homossexuais já sofreram agressões


Os participantes relataram ter recebido ameaças e contransgimentos em escolas e no ambiente de trabalho. Foto: Flickr/Guillaume Paumier
Um levantamento realizado com 1.217 homossexuais da capital paulista revelou que 70% dos homossexuais relataram já ter sofrido algum tipo de agressão. De acordo com o estudo, 62% dos entrevistados disseram ter sofrido agressões verbais, enquanto 15% sofreram agressão física e outros 6%, violência sexual. A pesquisa foi realizada pela Secretaria da Saúde do estado de São Paulo, em parceria com a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
Na pesquisa, os participantes disseram ter recebido ameaças de agressão física, chantagem ou extorsão, além de constrangimento no ambiente de trabalho. “Não existem leis que criminalizem a homossexualidade. No entanto, existem leis estaduais e municipais que proíbem o preconceito e a discriminação por orientação sexual. É inaceitável que ainda assim os homossexuais continuem relatando tanta violência”, afirma Paulo Roberto Teixeira, da coordenação do programa Estadual DST/Aids.
Além disso, 68% dos participantes relataram algum tipo de discriminação, como, por exemplo, maus-tratos por parte de professores e alunos dentro das escolas, relatados por 32% dos entrevistados. O estudo também mostrou que o ambiente familiar é palco de 29% das reclamações de discriminação dos homossexuais, assim como o ambiente religioso (23%) e entre amigos e vizinhos (29%).
A pesquisa, denominada “Sampacentro”, foi realizada no centro da cidade de São Paulo entre novembro de 2011 e janeiro de 2012, e abordou homens em 92 lugares, entre casas noturnas, saunas, cinemas e na rua. A maior parte dos participantes é jovem, com 30,1% na faixa entre 18 e 24 anos e 38% entre 25 e 34 anos.
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Entre os 1.217 participantes, 776 deles concordaram em realizar o teste para para a detecção do HIV, dos quais 16% tiveram o resultado positivo para o vírus da Aids. “É importante que os jovens homossexuais tenham abordagens novas e originais para engajarem a si mesmos em práticas de sexo seguro. Dessa forma, o exercício da cidadania e a luta contra o preconceito e a discriminação são duas questões básicas que devem ser vinculadas ao trabalho de educação em saúde sexual e prevenção das DST/HIV/Aids”, finaliza Teixeira.
A pesquisa “Sampacentro” contou com financiamento do Programa Pesquisa para o SUS, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, Ministério da Saúde e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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