Brasília -  Portarias publicadas nesta quinta-feira pelo Ministério da Saúde no Diário Oficial da União regulamentam a incorporação do medicamento trastuzumabe, usado no combate ao câncer de mama, no Sistema Único de Saúde (SUS). O remédio de alto custo reduz as chances de reincidência da doença e diminui em 22% o risco de morte das pacientes.

De acordo com as Portarias nº 18 e nº 19, o trastuzumabe só poderá ser usado em hospitais da rede pública habilitados em oncologia e será indicado para o tratamento de câncer de mama inicial ou avançado de maneira localizada, com exigência de exame molecular para confirmação do diagnóstico.
Já a Portaria nº 20, também publicada hoje, regulamenta a incorporação no SUS dos medicamentos telaprevir e boceprevir, usados no combate à hepatite C. O ministério informou que os remédios (inibidores da enzima protease) são considerados mais modernos e eficazes e devem beneficiar cerca de 5,5 mil pacientes com cirrose e fibrose avançada.
A rede pública tem 180 dias para iniciar a distribuição dos medicamentos aos pacientes.
As informações são da Agência Brasil

Saiba ainda: 
O trastuzumabe (nome comercial: Herceptin®, en:Genentech) é um anticorpo monoclonal, humanizado, utilizado em tratamento contra câncer de mama.
O trastuzumabe (nome comercial: Herceptin®, en:Genentech) é um anticorpo monoclonal, humanizado, derivado do DNA recombinante que liga-se com alta afinidade à proteína do Fator de Crescimento Epidermal Humano 2 (HER2). O anticorpo é uma IgG que contém trechos humanos que ligam-se à HER2. O anticorpo humanizado é produzido por uma cultura de células do ovário do Hamster Chinês em um meio com nutrientes contendo o antibiótico gentamicin. O gentamicin não é detectado no produto final. O trastuzumabe é um pó estéril, amarelado, sem preservativos e liofilizado para administração intravenosa. No produto comercial Herceptin®, o conteúdo da ampola é 440 mg de trastuzumabe, 9,9 mg de L-histidina HCl, 6,4 mg de L-histidina, 400 mg de dihidrato de alfa,alfa-trehalose e 1,8 mg de polisorbato 20, grau USP.

Indicações

O Trastuzumabe é indicado no tratamento de pacientes com câncer de mama metastizado, cujo tumor superexpressa a proteína HER2, e que tem recebido um ou mais regimes quimioterápicos para o tumor. O tratamento combinado com paclitaxel é indicado para o tratamento de câncer de mama que superexpressam a proteína HER2 e não receberam tratamento prévio para o tumor.

Terapêuticas

A dosagem inicial recomendada é de 4 mg/kg de trastuzumabe, administrado em uma infusão de 90 minutos. A dose de manutenção semanal é de 2 mg/kg de Trastuzumabe e pode ser administrado como uma infusão de 30 minutos se a dose inicial foi bem tolerada.

Outras utilizações

Efeitos colaterais

O tratamento com trastuzumabe pode causar disfunção cardíaca por lesão das células miocárdicas. Os sintomas mais comuns da insufucuência cardíaca são: dispnéia, tosse, dispnéia paroxística noturna, edema periférico. O exame ecocardiográfico mostra redução da fração de ejeção do ventrículo esquerdo. A insuficiência cardíaca congestiva, durante terapia com o trastuzumabe pode ser severa em 0,5 a 4% dos casos, mas frequentemente é reversível com a suspensão do medicamento e tratamento clínico apropriado. Casos fatais são raros.Deve-se tomar cuidado redobrado ao inicar tratamento com Trastuzumabe em pacientes com risco aumentado para insufuciência cardíaca, tais como as pacientes previamente expostas a antracíclicos, idosas ou com insuficiência cardíaca por outras causas.

Interações

Existe sinergismo entre o trastuzumabe e vários agentes quimioterápicos antineopllásicos

Contra-indicações

O Trastuzumabe deve ser administrado com cuidado em pacientes com hipersensibilidade ao trastuzmabe, células de ovário de Hamster Chinês ou qualquer composto deste produto.