7.27.2012

Ansiedade, um transtorno que começa na infância


Santa Casa do Rio faz triagem para pesquisa internacional e trata de graça quadros psiquiátricos em crianças e adolescentes



Crianças e adolescentes podem receber tratamento gratuito para transtornos de ansiedade e obsessivo-compulsivo na Santa Casa do Rio
Foto: Márcia Foletto/ Agência O Globo
Crianças e adolescentes podem receber tratamento gratuito para transtornos de ansiedade e obsessivo-compulsivo na Santa Casa do Rio Márcia Foletto/ Agência O Globo
RIO - A Santa Casa da Misericórdia do Rio está participando de uma pesquisa de avaliação comportamental junto com a USP e a Duke University, nos EUA, com crianças e adolescentes entre 8 e 15 anos, com Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) e Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). Desde o ano passado um grupo de 50 pessoas está em tratamento monitorado por questionários sofisticados a cada quatro meses: 88% melhoraram só com terapia, 8% precisaram de medicamentos e 4% abandonaram as sessões. A boa notícia é que a Santa Casa está fazendo uma nova triagem este mês para tratar de graça quadros de TAG e TOC, basta que os pais preencham questionários (veja os links em anexo) e, se observados pelo menos cinco dos sintomas descritos, entrem em contato com o Setor de Psiquiatria da instituição.
— O diagnóstico precoce ajuda a dar mais qualidade para as pessoas não sofrerem a vida toda com transtornos que, muitas vezes, são mais incapacitantes que diabetes e hipertensão — explica o psiquiatra Fábio Barbirato, chefe da psiquiatria infantil da Santa Casa do Rio.
O TAG, segundo ele, aumentou numa proporção de 10% ao ano nos últimos 15 anos por causa da violência e da maior exigência de que as crianças sejam boas em tudo, entre outros motivos. A idade média de início é aos 8 anos e meio, com maior frequência em meninas. O TOC é o quarto transtorno psiquiátrico mais comum, com prevalência de 2,5% ao longo da vida, com sintomas tendo início na adolescência. O tratamento na Santa Casa é feito em 40 consultas gratuitas ao longo de um ano, com terapias comportamentais que envolvem crianças e pais.
— Esta será uma amostra brasileira de uma pesquisa internacional. Com o tratamento agora, é possível que estas crianças e adolescentes tenham uma vida normal no futuro — diz Barbirato.

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