Aumenta número de jovens que fazem sexo desprotegido
Estudo mostra que eles dão mais prioridade à higiene do que à contracepção
(Keith Brofsky)
Apesar de os jovens estarem bem informados sobre as várias formas de
contracepção, o sexo desprotegido é cada vez mais comum entre eles. Um
estudo internacional intitulado “Contracepção: afinal, de quem é a
responsabilidade?” – lançado por ocasião do Dia Mundial da Contracepção,
marcado para este domingo, dia 26 de setembro – mostra que quase metade
dos jovens sexualmente ativos praticam relações sexuais sem utilizar
métodos contraceptivos.
O levantamento - realizado com mais de 5.000 jovens com idades entre 15 e 24 anos de 25 países da Ásia, Europa, América do Norte e Latina - aponta um “aumento considerável” de relações não protegidas, de 25%, em relação aos resultados de 2009. O estudo revela ainda que, embora mais de 80% dos jovens reconheçam a sua responsabilidade de usar um contraceptivo, 44% dão mais prioridade à higiene pessoal - incluindo o uso da ducha, a depilação e a aplicação de perfume - do que à contracepção, quando se preparam para um encontro que pode levar à prática de relações sexuais.
Apenas metade (51%) dos jovens entrevistados considerou estar muito bem informada sobre as opções de contracepção. A razão mais citada para a não utilização dos métodos é “não ter nenhum disponível no momento".
O levantamento - realizado com mais de 5.000 jovens com idades entre 15 e 24 anos de 25 países da Ásia, Europa, América do Norte e Latina - aponta um “aumento considerável” de relações não protegidas, de 25%, em relação aos resultados de 2009. O estudo revela ainda que, embora mais de 80% dos jovens reconheçam a sua responsabilidade de usar um contraceptivo, 44% dão mais prioridade à higiene pessoal - incluindo o uso da ducha, a depilação e a aplicação de perfume - do que à contracepção, quando se preparam para um encontro que pode levar à prática de relações sexuais.
Apenas metade (51%) dos jovens entrevistados considerou estar muito bem informada sobre as opções de contracepção. A razão mais citada para a não utilização dos métodos é “não ter nenhum disponível no momento".
O estudo, apoiado por uma coligação de 10 organizações internacionais
ligadas à saúde sexual, foi feito num momento em que o número de casos
de gravidez não planejada constitui uma grande preocupação global,
particularmente entre jovens. Cerca de um terço dos 205 milhões de casos
que se verificam anualmente não são planejados, sendo as taxas mais
elevadas observadas entre jovens dos 15 aos 24 anos.
Regiões - Apesar dos dados gerais, os resultados variam de região para a região. Na Tailândia, por exemplo, mais de um terço dos jovens que admitiram ter praticado relações sexuais desprotegidas com um novo parceiro disseram que a razão principal pela qual não usaram um contraceptivo é que "não é bom".
No Reino Unido e na Noruega, onde os contraceptivos estão acessíveis a todos, um quinto dos jovens admitiu ter praticado relações sexuais desprotegidas com um novo parceiro porque "estava bêbado e acabou se esquecendo".
Na Rússia, mais de metade dos inquiridos acredita que o "método do coito interrompido" é confiável, e no Peru um quinto pensa que a prática de relações sexuais durante o período menstrual é uma forma eficaz de contracepção.
Na Turquia, mais de um terço dos jovens acredita que tomar uma ducha ou um banho depois de praticar relações sexuais é uma forma eficaz de prevenir uma gravidez.
Regiões - Apesar dos dados gerais, os resultados variam de região para a região. Na Tailândia, por exemplo, mais de um terço dos jovens que admitiram ter praticado relações sexuais desprotegidas com um novo parceiro disseram que a razão principal pela qual não usaram um contraceptivo é que "não é bom".
No Reino Unido e na Noruega, onde os contraceptivos estão acessíveis a todos, um quinto dos jovens admitiu ter praticado relações sexuais desprotegidas com um novo parceiro porque "estava bêbado e acabou se esquecendo".
Na Rússia, mais de metade dos inquiridos acredita que o "método do coito interrompido" é confiável, e no Peru um quinto pensa que a prática de relações sexuais durante o período menstrual é uma forma eficaz de contracepção.
Na Turquia, mais de um terço dos jovens acredita que tomar uma ducha ou um banho depois de praticar relações sexuais é uma forma eficaz de prevenir uma gravidez.
Quatro 'coquetéis do dia seguinte da Aids' são distribuídos por dia
Estratégia de oferecer remédios em até 72 horas após o sexo desprotegido está em ascensão no País e aumentou 43,9% em relação ao ano passado
São Paulo -
Todos os dias, quatro pessoas recorrem ao “coquetel do dia seguinte da
aids” na tentativa de bloquear a infecção pelo vírus HIV após o sexo
desprotegido. O levantamento, inédito, foi feito pelo Ministério da Saúde.
O coquetel consiste em misturar três medicamentos antirretrovirais, usados no tratamento de soropositivos já com o diagnóstico da doença, para pacientes ainda não infectados. Eles são oferecidos, de graça para homens e mulheres, em até 72 horas após a relação sexual sem camisinha.
A medicação deve ser tomada por 28 dias consecutivos, pode trazer
efeitos colaterais graves, perder a eficácia se ingerida repetidas vezes
e só deve servir de alternativa em situações de extrema urgência
(mecanismo de ação semelhante ao da pílula de emergência para impedir a
gravidez indesejada, daí a referência no nome).
Os dados mostram que o uso deste arsenal terapêutico para conter a contaminação pelo HIV está em ascensão no País. Entre janeiro e junho deste ano, os centros de referência em aids distribuíram 789 tratamentos do tipo. A média mensal de entrega de 131 coquetéis do dia seguinte (4,3 por dia) representa aumento de 43,9% em comparação ao ano passado (91 por mês), quando o tratamento foi padronizado pelo governo federal como parte da estratégia oficial para fechar o cerco a aids em território nacional.
Apesar da ampliação da oferta, os especialistas afirmam que o coquetel do dia seguinte ainda é desconhecido por grande parte da população. Uma das dificuldades, afirmam os médicos, é disseminar esta técnica de bloqueio, sem banalizar o uso. A cautela é porque tal recurso, devido o risco de efeitos colaterais, não pode provocar o que chamam de aposentadoria precoce da camisinha.
“O preservativo permanece como principal estratégia de prevenção da aids e não pode ser substituído”, diz - de forma categórica - Ronaldo Hallal, coordenador da área de Cuidado e Qualidade de Vida do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. “Mas é fato também que as pessoas precisam ter acesso às estratégias mais recentes no cenário de proteção às contaminações. É este equilíbrio que precisamos encontrar.”
Fique sabendo
O Centro de Referência de Treinamento em Aids e DST de São Paulo (CRT/Aids) é um dos pólos brasileiros (são 789 no total) com o maior número de distribuição do coquetel do dia seguinte da aids (uma média de um por dia).
A coordenadora do CRT/SP, Maria Clara Gianna, ressalta que todas as pessoas que procuram esta estratégia de prevenção são orientadas por profissionais de saúde e também examinadas, para a definição de quais antirretrovirais serão ministrados em cada caso.
“É a oportunidade também de fazermos o teste de aids nesta população que procura os serviços. Ainda é grande o número de pessoas que não sabem ser portadora do vírus HIV e nunca nem sequer avaliaram isso”, afirma Maria Clara.
“Conhecer a própria sorologia é super importante para conter os avanços da aids. Além de aumentar a sobrevivência do próprio paciente, já temos dados contundentes que mostram que, ao ser tratado, o risco desta pessoa de contaminar outro também diminui”, completa a coordenadora ao também reforçar que a camisinha permanece como estratégia mais efetiva de prevenção.
O último relatório, publicado há 15 dias pela ONU, mostrou que, só no Brasil, 250 mil pessoas convivem com o vírus HIV sem saber. No mundo todo, 34,5 milhões têm o vírus da aids e que fazem o tratamento.
Casais X relações esporádicas
O nome oficial do coquetel do dia seguinte da aids é PEP (sigla para profilaxia pós exposição). Esta combinação de medicamentos, há muito tempo, já é utilizada para tentar proteger profissionais de saúde que sofrem algum acidente de trabalho com risco de contaminação pelo HIV, como luva cirúrgica rasgada durante o manuseio do paciente. Também é oferecida, há ao menos 15 anos, para vítimas de violência sexual.
Mais recentemente, o coquetel do dia seguinte passou a fazer parte do leque de opções após falhas na proteção sexual dos chamados casais sorodiscordantes (quando apenas um dos companheiros tem o vírus HIV) Em outubro de 2010, após uma comissão de especialistas ser convocada e avaliar a proposta, o Departamento Nacional de DST e Aids padronizou a indicação da PEP para toda a população.
A utilização começa agora a ganhar fôlego e o levantamento mostra que os usuários, em maioria, negligenciaram o preservativo com parceiros esporádicos e não fixos. Neste ano, por exemplo, foram 284 pessoas envolvidas em relações sorodiscordantes que tomaram o coquetel do dia seguinte frente as 789 em relações ocasionais (quase três vezes mais).
O coquetel consiste em misturar três medicamentos antirretrovirais, usados no tratamento de soropositivos já com o diagnóstico da doença, para pacientes ainda não infectados. Eles são oferecidos, de graça para homens e mulheres, em até 72 horas após a relação sexual sem camisinha.
Dados mostram que o uso deste arsenal terapêutico para conter a contaminação pelo HIV está em ascensão no país | Foto: Reprodução Internet
Os dados mostram que o uso deste arsenal terapêutico para conter a contaminação pelo HIV está em ascensão no País. Entre janeiro e junho deste ano, os centros de referência em aids distribuíram 789 tratamentos do tipo. A média mensal de entrega de 131 coquetéis do dia seguinte (4,3 por dia) representa aumento de 43,9% em comparação ao ano passado (91 por mês), quando o tratamento foi padronizado pelo governo federal como parte da estratégia oficial para fechar o cerco a aids em território nacional.
Apesar da ampliação da oferta, os especialistas afirmam que o coquetel do dia seguinte ainda é desconhecido por grande parte da população. Uma das dificuldades, afirmam os médicos, é disseminar esta técnica de bloqueio, sem banalizar o uso. A cautela é porque tal recurso, devido o risco de efeitos colaterais, não pode provocar o que chamam de aposentadoria precoce da camisinha.
“O preservativo permanece como principal estratégia de prevenção da aids e não pode ser substituído”, diz - de forma categórica - Ronaldo Hallal, coordenador da área de Cuidado e Qualidade de Vida do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. “Mas é fato também que as pessoas precisam ter acesso às estratégias mais recentes no cenário de proteção às contaminações. É este equilíbrio que precisamos encontrar.”
Fique sabendo
O Centro de Referência de Treinamento em Aids e DST de São Paulo (CRT/Aids) é um dos pólos brasileiros (são 789 no total) com o maior número de distribuição do coquetel do dia seguinte da aids (uma média de um por dia).
A coordenadora do CRT/SP, Maria Clara Gianna, ressalta que todas as pessoas que procuram esta estratégia de prevenção são orientadas por profissionais de saúde e também examinadas, para a definição de quais antirretrovirais serão ministrados em cada caso.
“É a oportunidade também de fazermos o teste de aids nesta população que procura os serviços. Ainda é grande o número de pessoas que não sabem ser portadora do vírus HIV e nunca nem sequer avaliaram isso”, afirma Maria Clara.
“Conhecer a própria sorologia é super importante para conter os avanços da aids. Além de aumentar a sobrevivência do próprio paciente, já temos dados contundentes que mostram que, ao ser tratado, o risco desta pessoa de contaminar outro também diminui”, completa a coordenadora ao também reforçar que a camisinha permanece como estratégia mais efetiva de prevenção.
O último relatório, publicado há 15 dias pela ONU, mostrou que, só no Brasil, 250 mil pessoas convivem com o vírus HIV sem saber. No mundo todo, 34,5 milhões têm o vírus da aids e que fazem o tratamento.
Casais X relações esporádicas
O nome oficial do coquetel do dia seguinte da aids é PEP (sigla para profilaxia pós exposição). Esta combinação de medicamentos, há muito tempo, já é utilizada para tentar proteger profissionais de saúde que sofrem algum acidente de trabalho com risco de contaminação pelo HIV, como luva cirúrgica rasgada durante o manuseio do paciente. Também é oferecida, há ao menos 15 anos, para vítimas de violência sexual.
Mais recentemente, o coquetel do dia seguinte passou a fazer parte do leque de opções após falhas na proteção sexual dos chamados casais sorodiscordantes (quando apenas um dos companheiros tem o vírus HIV) Em outubro de 2010, após uma comissão de especialistas ser convocada e avaliar a proposta, o Departamento Nacional de DST e Aids padronizou a indicação da PEP para toda a população.
A utilização começa agora a ganhar fôlego e o levantamento mostra que os usuários, em maioria, negligenciaram o preservativo com parceiros esporádicos e não fixos. Neste ano, por exemplo, foram 284 pessoas envolvidas em relações sorodiscordantes que tomaram o coquetel do dia seguinte frente as 789 em relações ocasionais (quase três vezes mais).
As informações são de Fernanda Aranda do iG
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