- Por Thiago Arantes, de Londres, para o ESPN.com.br
Em um campo auxiliar do Lord's Cricket Ground, o maior templo
do críquete, três arqueiros sul-coreanos treinam sob sol forte e com a
supervisão de dois treinadores. Entre eles, está Dong-Hyun Im. Bicampeão
olímpico por equipes e dono de seis medalhas em Mundiais, Im parece ter
uma única diferença para seus companheiros de treino: ele usa um chapéu
de pano para se proteger do sol. Os termômetros registram 27 graus em
Londres.
Fosse pela vontade de Im, o chapéu seria de fato a única diferença. Mas o arqueiro, de 26 anos, não se distingue apenas pela forma que encontrou de proteger-se do sol. Dong-Hyun Im tem apenas 20% de visão com o olho direito e 10% no esquerdo. É, para fins de programas de assistência de saúde, legalmente cego.
Im já nasceu com a visão afetada, mas apenas nos primeiros anos de escola o problema foi percebido pela família - para ler, ele praticamente colava o rosto aos livros. Com o passar do tempo, a condição se agravou. Atualmente, ele consegue enxergar melhor à distância.
"Quando olho para o alvo, parece que as cores estão mergulhadas em um taque com água. As linhas do alvo ficam borradas", explicou o arqueiro ao site oficial da Olimpíada, antes de viajar a Londres. Durante os Jogos, ele não dará entrevistas. E, quando atender a imprensa, não pretende falar sobre o problema de visão.
Im não quer ser tratado de forma diferente por ninguém. E, às vésperas do início da disputa do tiro com arco, ele tem conseguido o objetivo. "Eu não sei muito sobre isso. Parece que ele tem um problema de visão, mas nem sei qual é, nem o quanto isso pode afetá-lo. Não deve afetar muito, porque ele é fantástico", afirma Simon Terry, arqueiro da equipe britânica.
O mexicano Luiz Alvarez Murillo só soube da deficiência de Dong-Hyun Im na fase final de preparação para Londres. "É claro que eu já o conhecia por causa dos resultados, mas não sabia desses problema de visão. Eu soube no mês passado e não acreditei. É impressionante o que ele consegue fazer", disse.
No tiro com arco olímpico, o alvo é composto por 10 círculos concêntricos. O menor deles, que dá a pontuação máxima, tem 12,2 centímetros. A 70 metros de distância, os atletas enxergam o menor círculo com um tamanho equivalente a de uma mosca.
Sexto sentido - A ciência já admite que a a redução de um dos sentidos costuma aguçar os demais. Por isso, Dong-Hyun Im consegue compensar a visão limitada com uma série de outras percepções - a velocidade do vento e o controle do batimento cardíaco, por exemplo.
"Mesmo com a visão borrada, os outros sentidos dele são fantásticos. Mais do que isso, são superfantásticos", disse ao ESPN.com.br o principal treinador da seleção sul-coreana, Jang Young Sool. "Essa é a grande diferença dele com relação aos demais", afirmou.
Fosse pela vontade de Im, o chapéu seria de fato a única diferença. Mas o arqueiro, de 26 anos, não se distingue apenas pela forma que encontrou de proteger-se do sol. Dong-Hyun Im tem apenas 20% de visão com o olho direito e 10% no esquerdo. É, para fins de programas de assistência de saúde, legalmente cego.
Reuters
Im já nasceu com a visão afetada, mas apenas nos primeiros anos de escola o problema foi percebido pela família - para ler, ele praticamente colava o rosto aos livros. Com o passar do tempo, a condição se agravou. Atualmente, ele consegue enxergar melhor à distância.
"Quando olho para o alvo, parece que as cores estão mergulhadas em um taque com água. As linhas do alvo ficam borradas", explicou o arqueiro ao site oficial da Olimpíada, antes de viajar a Londres. Durante os Jogos, ele não dará entrevistas. E, quando atender a imprensa, não pretende falar sobre o problema de visão.
Im não quer ser tratado de forma diferente por ninguém. E, às vésperas do início da disputa do tiro com arco, ele tem conseguido o objetivo. "Eu não sei muito sobre isso. Parece que ele tem um problema de visão, mas nem sei qual é, nem o quanto isso pode afetá-lo. Não deve afetar muito, porque ele é fantástico", afirma Simon Terry, arqueiro da equipe britânica.
O mexicano Luiz Alvarez Murillo só soube da deficiência de Dong-Hyun Im na fase final de preparação para Londres. "É claro que eu já o conhecia por causa dos resultados, mas não sabia desses problema de visão. Eu soube no mês passado e não acreditei. É impressionante o que ele consegue fazer", disse.
No tiro com arco olímpico, o alvo é composto por 10 círculos concêntricos. O menor deles, que dá a pontuação máxima, tem 12,2 centímetros. A 70 metros de distância, os atletas enxergam o menor círculo com um tamanho equivalente a de uma mosca.
Sexto sentido - A ciência já admite que a a redução de um dos sentidos costuma aguçar os demais. Por isso, Dong-Hyun Im consegue compensar a visão limitada com uma série de outras percepções - a velocidade do vento e o controle do batimento cardíaco, por exemplo.
"Mesmo com a visão borrada, os outros sentidos dele são fantásticos. Mais do que isso, são superfantásticos", disse ao ESPN.com.br o principal treinador da seleção sul-coreana, Jang Young Sool. "Essa é a grande diferença dele com relação aos demais", afirmou.
Para
o também sul-coreano Dong Eun Suk, técnico da equipe italiana, as
limitações visuais têm pouca influência no desempenho de Im. "Não muda
muita coisa e o motivo é simples: o arqueiro não lança a flecha com o
olho; ele lança com o coração."
Além das habilidades extras de Im, há outro ponto que joga a favor: ele é conhecido no meio do esporte por ter um feeling especial durante as competições. Médicos de todo o mundo já ofereceram cirurgias para o arqueiro, mas ele não aceitou, alegando ter medo de perder suas principais características na hora de competir.
Além das habilidades extras de Im, há outro ponto que joga a favor: ele é conhecido no meio do esporte por ter um feeling especial durante as competições. Médicos de todo o mundo já ofereceram cirurgias para o arqueiro, mas ele não aceitou, alegando ter medo de perder suas principais características na hora de competir.
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